O destino dita as regras

16. SOBRENOME

Na semana seguinte Cristiano e Danielly tiveram que voltar para a faculdade. Enquanto elas andavam pelos corredores, olhares curiosos os acompanhavam, todos por lá já sabiam o que havia acontecido e o regresso dos dois fez com que o assunto voltasse à tona.

Apesar de Jhenny estar se recuperando bem e Rafael dando os primeiros sinais de que poderia acordar, voltar para a faculdade mexia extremamente com o psicológico dos dois. Cristiano sentia um vazio profundo por não ter Rafael por perto, ele foi recepcionado com alegria pelos colegas, mas passou o dia de cabeça baixa e chegou a chorar lembrando de Rafael. Com Danielly não era diferente.

Todos queriam saber como iam as coisas, eram muitas perguntas, tocar no assunto tantas vezes magoava os dois.

Durante o intervalo, Cristiano se isolou ligando para Jhenny em busca de alento.

- Bom dia meu amor!

- Oi meu amor, bom dia! - Ela atendeu empolgada. - Como estão as coisas por aí?

- Péssimas, vocês fazem muita falta... Eu precisava falar com você, ouvir sua voz.

- Poxa amor, mas acho que semana que vem eu já estou liberada para voltar, e o Rafinha, tenho certeza que logo logo vai estar com a gente de novo! Não quero ver você triste, promete?

Cristiano se calou no telefone e começou a chorar. Ele segurou sua dor durante toda a manhã, e não suportava mais.

- Amor? Por favor, não fica assim! - Jhenny falava do outro lado, ouvindo o choro dele.

Os amigos de Cristiano notaram e se aproximaram, Danielly também foi ao encontro dele.

- Ei cara, vem cá! - JP o abraçou com força. - Você não precisa ser forte o tempo todo, as vezes chorar ajuda a diminuir a dor!

Cristiano desabou, não conseguindo mais falar nada, e João pegou o celular.

- Jhen?

- JP, cadê o Cris? O que houve? - Ela já estava angustiada.

- Ele está mal sem vocês aqui, vou resolver isso tá? Depois ele te liga.

- Obrigada João! Cuida dele, por favor!

JP desligou e permaneceu abraçado com Cristiano. Danielly também o abraçou chorando junto, e todos ao redor se emocionaram. Amigos, professores, desconhecidos, todos ficaram comovidos. Os professores liberaram Danielly e Cristiano, todos estavam sendo solidários.

No dia seguinte eles voltaram, tentando se acostumar aos poucos, já haviam se passado quase quinze dias desde que tudo aconteceu e os médicos estavam diminuindo a sedação de Rafael, mas a falta de resposta preocupava. Diante de tanta coisa, Cristiano ainda não havia falado com Bárbara, mas decidiu que já era hora de resolver isso também.

Ele procurou por ela na faculdade, e tentou uma conversa amigável para que ela não percebesse e desconfiasse.

- Oi Babi.

- Oi. - Ela respondeu de forma seca, e ele estranhou.

- Como estão as coisas? Você não deu mais notícias... - Ele perguntou.

- Imaginei que não tinha interesse de saber, você passou mais de uma semana fora sem sequer perguntar se eu estava viva!

- Você sabe que estou passando por um momento difícil...

- Sei, por isso não quis te importunar também. Como está o Rafael?

- Na mesma... Mas eu quero saber de você agora.