Me Desculpe

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Eren POV
A aula estava um saco, artes definitivamente não era minha matéria favorita, eu mal sabia segurar um lápis, quanto menos fazer uma releitura de um quadro famoso como foi pedido pela professora, ela parecia estar aérea o que me divertia, aquela era uma coisa que eu conhecia bastante. Aproveitei uma brecha na distração da mulher que ria para o próprio desenho e sai da sala de supetão sendo observado por Mikasa Ackerman, sem saber muito pra onde iria a seguir. Meus amigos sabiam que eu tinha alguns costumes introversivos as vezes, por isso nem questionavam mais, naquele dia eu realmente não estava afim apenas de matar aula, queria ir embora, talvez encontrar alguns dos meus casos, me envolvia com algumas mulheres na escola, porém desde que havia descoberto o quão prazeroso poderia ser o sexo anal, estava me aventurando com alguns rapazes, e devo dizer que eu adorava.
Caminhei pelos arredores dos muros, procurando um canto mais baixo para que eu pudesse escalar, mesmo que eu fosse do time de futebol americano, eu não tinha muita confiança sobre minhas habilidades corpóreas, olhei em volta em busca do idoso que vigiava a portaria, para minha sorte, ele roncava em sua pequena sala com o som de um jogo de basquete reprisado ao fundo. Mandei mensagem pra um dos garotos dos quais eu tinha envolvimento Reiner Braun, era cerca de dois anos mais velho que eu, era loiro tinha olhos castanhos claros e um rosto marcante e másculo, foi isso que me atraiu, Reiner era um homem ao qual sua orientação sexual passava discreta.
 
“Loirinho, quero te ver agora, está em casa?” – Aguardei a resposta antes de tomar atitude de saltar pra fora da escola e me arrepender sendo fadado a ir pra casa. Não demorou muito para que eu o visse digitando.
 
“Claro, estou indo pra casa agora mesmo, vou comprar o bolo que você gosta ^-^” – Awn tão fofo. Mandei-lhe um coração e saltei muro a fora, caindo assim que meus pés tocaram o chão, eles não tinham muita sustentação.
 
Assim que saltei pra fora, tive uma sensação que me acompanhava a anos, sempre me sentia observado e mesmo que já tivesse comentado com meus amigos e família, eles sempre diziam que era algo da minha cabeça. Ouvi um som vindo do meio das arvores que ficavam frente à escola. Era uma praça arborizada, com um pequeno bosque ao meio, não nego que algumas vezes já havia me aventurado meio a mata para ter relações com algumas garotas da escola.
Olhei para o ponto que me chamou a atenção e vislumbrei um rapaz com uma expressão preocupada vindo em minha direção, porém parando frente ao limite da calçada ele não era alto, tinha no máximo 1,65m, vestia calças jeans pretas juntamente com um coturno preto com o cano não muito alto, juntamente com uma camisa social igualmente preta, com as mangas erguidas até a altura dos cotovelos, seus cabelos eram lisos caindo levemente sobre o rosto com as laterais parcialmente raspadas. Não consegui desviar os olhos dele desde o momento em que sua silhueta surgiu das sombras.
 
- Ei, garoto! Você pode me ajudar? Meu cão fugiu. – Me despertou do transe e acredito que ele percebeu o quanto eu estava focado nele, pois ele desviou os olhos dos meus por alguns instantes.
 
- Você sabe para qual direção ele foi? – Disse me aproximando do rapaz, infelizmente Reiner teria que esperar um pouco.
 
- Ele estava correndo por aqui, acredito que entrou por aquela cerca, mas não tenho certeza, não conheço o local. – Coçou a nuca como se tentasse pensar em algo.
 
- Certo, vamos lá – Caminhei em direção a entrada do bosque, o rapaz me seguiu silenciosamente, quase como se o desespero de perder seu cão tivesse desaparecido.
 
Caminhamos por alguns minutos por dentre as árvores. Ele olhava por todos os cantos e até mesmo pelas frestas que davam para ver a rua. Estava quase desistindo quando o vi parar e observar algo, logo parei também e caminhei para perto do homem que olhava para um ponto específico.
 
- Encontrou alguma pista? – Me aproximei do mesmo e toquei-lhe o ombro, sentindo seu corpo se afastar rapidamente pela surpresa. – Me desculpe – retirei rapidamente o braço de seu ombro, talvez ele não fosse do tipo que gosta de ser tocado. – Como é o seu cachorro?
 
 - Bom... ele é grande. –  Ele disse pausadamente me olhando nos olhos.
 
- É a única característica? – O olhei confuso.
 
- Eu... bem... na verdade, eu não perdi meu cachorro – Meus olhos se abriram brevemente pela surpresa, mas logo ele continuou. – Na verdade, eu estava passando e precisava de uma forma de falar com você já que não teria coragem o suficiente para simplesmente pedir seu telefone.
 
Ele balbuciou como se fosse algo muito normal arrastar alguém pro meio da mata, para procurar um cachorro que não existia, porém me senti feliz, era realmente um homem muito atraente e se ele se interessava por mim, aquilo poderia ser interessante.
 
- Caramba, eu realmente achei que algo tinha acontecido com seu cachorro, ufa – Sorri pra ele, vendo sua expressão mudar, como se tivesse ficado mais tenso e sua expressão se fechou. – Mas eu te passo meu telefone sim, sem problemas – Estendi minha mão para pegar o celular do rapaz, assim que ascendi a tela, me deparei com uma foto minha, chequei se não estava segurando meu próprio celular, mas logo em seguida escutei o rapaz dizer algo como “Espero que você me desculpe”. Sentindo uma pancada, em minha nuca, sentindo minha visão escurecer.
 
Narrador On
Levi sabia que tinha passado dos limites quando apagou o rapaz, também desrespeitou algumas Leis ao colocar o rapaz sem seu consentimento no porta malas de seu carro, mas no momento que o garoto lhe deu o sorriso que por anos ele havia desejado, não podia o deixar simplesmente voltar pra casa e virar uma fodinha qualquer como Reiner Braun, Levi queria o garoto pra si, e quebraria quantas regras fossem necessárias para tal.

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