Armin Arlet

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Dia 16 de setembro de 2020 – 37horas desaparecido.
 
Era uma quarta-feira, Eren havia desaparecido na segunda-feira, seus amigos haviam formado um grupo de buscas juntamente com a polícia, que vasculhava cada canto da cidade de Sina em busca de vestígios do garoto. O grupo fazia escalas intercaladas buscando nos lugares aos quais o garoto costumava frequentar.
Armin Arlet e Mikasa Ackerman, os melhores amigos do rapaz eram os que mais almejavam por notícias, sendo que a moça oferecia uma generosa recompensa de cinco mil dólares por qualquer informação a respeito se seu precioso Jaeger. Mikasa havia recebido a maior parte da herança de sua mãe, avaliada em 9 bilhões de dólares, além de ter recebido a empresa da família, enquanto seu irmão, havia recebido cerca de 35% da herança e nunca havia questionado juridicamente ou mesmo tentado contato com a irmã, o que a intrigava um pouco.
Armin andava de um lado para o outro da sala da mansão Ackerman com as mãos em seus fios loiros, como se tentasse pensar em algo, a morena o acompanhava com olhos preocupados.
 
- Como ele pode ter sumido Mikasa? Não faz o menor sentido, a polícia especulando fuga?! O Eren nunca faria algo assim, não o nosso Eren. – o garoto transbordava preocupação e angústia.
 
- Armin, se acalma, te chamei aqui pra você me ajudar a pensar e não pra ficar surtando e lamentando a vida. Precisamos do Eren, e precisamos pensar como ele, pra entender se ele teria algum motivo pra fugir, ou sumir com alguém. – Mikasa suspirou claramente cansada, não havia conseguido dormir desde que a mãe do amigo a ligou alertando que o garoto não voltara pra casa. – Você sabe algum motivo pra que ele queira sumir? – a jovem pensava e analisava o loiro à sua frente.
 
- Eu... acho que devíamos falar com os pais dele, pra ver se eles não têm nenhuma ideia, o Eren sempre estava sorrindo quando estava conosco, raramente o vi tenso ou preocupado com algo. Eu de fato não consigo conceber a ideia de que o Eren fugiria assim, sem mais nem menos. – Arlet sentou-se na poltrona apoiando as mãos no queixo, fazendo uma expressão pensativa.
 
- Você por acaso sabe se o Eren se encontrava com alguém Armin? – Os olhos da garota se estreitaram em direção ao rapaz, o questionando com um tom sugestivo. – Ele tem andado distante de mim desde a última vez que dormiu na sua casa. – A garota mantinha sua expressão serena, porém sua voz carregava raiva.
 
- O que você está sugerindo? – o loiro arqueou as sobrancelhas – Que o Eren iria embora por minha causa? Não começa com esse assunto de novo Mikasa... Afinal a ex dele aqui é você, não eu.
 
Mikasa havia namorado com o garoto por dois meses, após passar anos insistindo para que o mesmo aceitasse, mesmo sabendo que o Jaeger tivesse interesse por rapazes a Ackerman não conseguia conceber que isso teria sido uma escolha unicamente de Eren, achava que o mesmo havia sido influenciado por Armin, que era assumidamente gay. O relacionamento dos dois ia bem, até o rapaz começar a querer ter experiências homossexuais.
 
- Eu juro que não sei por quê vim até aqui, todas as vezes que nos falamos você me culpa pelo Eren ser gay. – Armin levantava da poltrona claramente nervoso.
 
- Ele não é gay – A garota estava igualmente transtornada.
 
- Ele É GAY, e provavelmente ele fugiu porque você e nem ninguém entendem o fato de que uma pessoa pode ser normal e feliz mesmo que esteja com alguém do mesmo sexo... mesmo que ele não esteja com você. – o garoto pegava seu casaco e se dirigia em direção à porta. – Quando você crescer e aprender a enxergar o mundo com os olhos certos, você me chame para a sua casa, caso contrário, estarei procurando o Eren sozinho.
 
O loiro saiu do ambiente deixando Mikasa com um gosto amargo na boca, detestava ouvir que o rapaz ao qual havia se apaixonado era gay, não conseguia conceber esse fato. Caminhou até seu quarto, pegando seu celular e avaliando se não tinha nenhuma informação a respeito de Jaeger, o que a frustrava profundamente.
 
 
 
Maria, 16/09   21:41
 
Levi adentrava seu porão carregando uma bandeja com alimentos para seu ‘convidado’ pela primeira vez, sob a bandeja estava localizado um hamburguer de uma lanchonete próxima e um enorme copo de refrigerante. O pequeno Ackerman abriu a porta observando o ambiente, Eren parecia fraco e estava novamente dormindo sob a cama no centro do quarto. O homem caminhou em direção a Jaeger, posicionando sua mão diante da testa do rapaz, sentindo o calor que emanava dela, balançou levemente o corpo do rapaz, escutando o mesmo falar algo como um delírio.
 
- Eren, levanta, você precisa comer. – Dizia o homem que não havia comido nada desde o momento que levara o rapaz para o cativeiro.
 
Jaeger abriu os olhos e sentou-se com dificuldade na cama, tendo cada movimento acompanhado pelo mais velho que o fitava com curiosidade. Levi mais uma vez repousou a mão no rosto do rapaz, constatando que o mesmo estava com febre. Eren não sabia como reagir perto de Levi, o homem tinha um comportamento extremamente explosivo e inconstante, hora o rapaz parecia se importar consigo, hora o violava, hora o agredia.
 
- Como vou saber que você não envenenou minha comida? – Jaeger finalmente quebrou o silencio contido no quarto.
 
- Você não vai saber, se tiver fome você vai comer. – Retirou bruscamente a mão do rosto do mais jovem, retornando à sua indiferença.
 
- Por que me trouxe um hamburguer enquanto está me mantendo em cativeiro? – Eren arqueou a sobrancelha realmente interessado.
 
- Não sei dizer ao certo qual o cardápio ideal para um cativeiro... eu gostaria que você sofresse o mínimo possível aqui, a ponto de que você escolhesse ficar comigo por vontade própria... mas se eu não tiver escolha... – Levi recostou-se à frente a porta codificada. – Se a confiança for mútua podemos chegar a um acordo – o menor pela primeira vez esboçou alguma expressão, sua face se abriu em um pequeno sorriso de canto.
 
Naquele momento uma onda de calor percorreu o corpo do rapaz diante de si, Eren sentiu seu peito se aquecer ao ver o mínimo sorriso diante de si, odiava admitir, mas se Levi não o tivesse sequestrado, muito provavelmente o mesmo seria o tipo ideal para o garoto. Eren sorriu junto ao rapaz involuntariamente, e o pequeno Ackerman não deixou esse detalhe passar em vão.
 
- Você não deve estar muito bem... eu trago um remédio pra você em breve, não esqueça de se alimentar. – O rosto de Levi estava ruborizado, e o mesmo saiu rapidamente da sala em que estava com o Jaeger, seu coração estava disparado e se não fosse um músculo, diria até que teria sentido uma dor crescer no mesmo.

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