Erwin Smith

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Boa noite pessoal, sei que estou postando tarde hoje, mas pelo menos estou aqui.
Estou abordando o passado do Levi e acredito que isso ainda vai se estender um pouco mais, talvez por mais um capítulo.

Boa leitura a todos!

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Alguns anos antes...
Levi havia chegado no Internato Militar de Rose, um local que geralmente era frequentado por filhos de militares ou crianças que se interessavam por carreiras militares desde cedo, mas Levi não, ele estava ali por pura e simples indisciplina. Olhou ao redor do colégio, em busca de uma razão, ainda tentando assimilar o que estava diante de seus olhos, sua mãe realmente havia o deixado, o afastado.
Um homem o olhava, parecendo aguardar por ele enquanto o mesmo divagava em sua própria mente. O rapaz era alto, não parecia muito mais velho que ele, embora desse pra perceber com muita clareza, que o jovem já era quase adulto.
 
- Boa noite Sr. Ackerman, me chamo Erwin Smith, sou um dos cadetes do internato. Fui encarregado de cuidar de sua estadia. – O garoto lhe sorriu, vestia um uniforme diferente dos que já havia visto, composto de uma camisa social branca, que lhe caía perfeitamente bem, combinado a calças escuras com amarras e um coturno. – Me desculpe pelo horário, geralmente não recebemos novos alunos tarde assim da noite, pelo que parece você é uma exceção à regra. – Levou as mãos no bolso, esperando alguma reação do jovem à sua frente.
 
O pequeno Ackerman não esboçou nenhuma expressão, apenas encarou o loiro a sua frente, como se tentasse decifrar todas as intenções no rapaz, suspirou depois de alguns segundos se rendendo. Se aproximou do jovem, o olhando diretamente nos olhos.
 
- É um prazer conhece-lo senhor, sinto muito por chegar tão tarde. Minha vinda também me pegou de surpresa. – Estendeu a mão para Erwin a apertando firmemente, lançando um pequeno sorriso sugestivo. – Espero que possamos ser amigos.
 
Erwin observou o garoto se afastar de si e se perguntou se o mesmo realmente tinha doze anos, seu comportamento era de um lorde, o que o instigou a saber porque o garoto havia parado ali tão tarde, em seu rosto haviam pequenos hematomas, talvez fosse um rebelde, mas seu comportamento não condizia com o tipo delinquente, então por quê? Seus pensamentos foram retirados de órbita ao notar que o pequeno havia parado de caminhar e aguardava por si.
 
- Eu preciso que você me guie Sr.Smith – O garoto carregava uma pequena mochila em suas costas.
- Ah sim, claro, me desculpe. – Erwin saiu em direção aos dormitórios levando Levi até um quarto solo. – Sua mãe nos informou de que você deveria ficar sozinho, ou acompanhado de um oficial... espero que sua estadia seja agradável. Amanhã precisamos que você esteja de pé às 06:00, que é quando começamos nossas atividades.
 
Após a saída do loiro, Levi analisou o quarto a seu redor, parecia que a muito tempo não era utilizado, parecia empoeirado. Procurou novas roupas de cama as trocando em seguida para que pudesse repousar, no dia seguinte, certamente arrumaria aquele quarto.
 
**4 anos depois**
Levi já estava a tanto tempo naquele local que nem mesmo sentia falta de casa, sabia que ainda teriam mais dois anos para continuar no internato, tinha aprendido a gostar de viver ali, gostava da rotina de treinamentos e de todas as matérias extracurriculares ofertadas.
Levi tinha 16 anos de idade e tinha aprendido muito sobre a vida, tinha mais autocontrole e agora também sabia como diferenciar algumas feições das pessoas, pra assimilar o que elas queriam dizer, aprendeu a pegar informações nas entrelinhas. Diariamente o garoto acordava as 05:00h, corria por toda a extensão do campus e fazia alguns exercícios, vez ou outra acompanhado de Erwin Smith, que havia se tornado bem mais que um simples cadete, o rapaz agora com seus 22 anos, já assumia a posição de Primeiro tenente, e isso incentivava o Ackerman, ele visualizava Erwin como um alvo a se alcançar.
Eram exatamente cinco e quinze da manhã, Levi não se sentia bem naquele dia, o que o fez não ir até o seu treinamento matinal. Olhava para o relógio por não conseguir mais dormir, deixando os seus pensamentos o afundarem no colchão, o aprisionando.
Ouviu a batida em sua porta, 05:37 da manhã, estranhou pelo horário, acreditando ser uma emergência, se levantou rapidamente, sentindo seus olhos pesarem. Caminhou a passos lentos até a porta, a abrindo em seguida.
 
- Você está bem? Não saiu pra treinar hoje, procurei você por toda a parte – Erwin estava ofegante e olhava o menor com preocupação.
 
- Eu não me sinto muito bem Tenente, se possível eu gostaria de ficar no meu quarto hoje. – O Jovem disse com dificuldade.
 
- Eu posso entrar? – Smith olhava em volta como se estivesse procurando alguém pelos corredores.
 
Levi não respondeu, apenas abriu a porta e voltou para sua cama, seu corpo estava realmente esgotado. Erwin parecia estar distante em pensamentos, e após alguns segundos olhando o garoto deitado, decidiu se aproximar.
 
- Você me preocupou bastante hoje – Erwin sentou na beirada da cama de Levi, enquanto o rapaz o observava atentamente. -  Imaginei que você não estivesse bem, são quatro anos treinando todos os dias sem falta...
 
- Eu posso treinar senhor, não se preocupe. – O menor fez questão de tentar se levantar, quase caindo devido à fraqueza. Sendo aparado pelos braços do loiro que o olhava atônito.
 
Erwin estava com suas mãos no garoto, e aquilo o causou uma sensação que nunca havia sentido antes, nem quando estava com sua namorada. Levi o analisava, se perguntando porque do rapaz não lhe soltar, mas ao analisar como o mais velho olhava para seus lábios, se lembrou do livro de feições que havia analisado, ao contrário do loiro, na mente de Levi não havia preocupação ou pudor.
Smith apenas saiu do transe, quando sentiu os braços do menor o puxarem e seus lábios se encontrarem, era isso que ele queria? Porque estava tão impressionado? O Ackerman não sabia o estava fazendo?
Perdeu o restante do juízo quando o menor tentou aprofundar o beijo, sentiu a sensação quente da língua do mais novo tocar-lhe os lábios, concedeu a passagem se entregando aos pensamentos que tinha desde que havia visto o rapaz se trocar a meses atrás, como ele havia crescido e que estava se tornando um homem muito bonito, queria toca-lo e essa era sua chance. O beijo ficou voraz, Erwin queria aproveitar ao máximo a sensação do jovem em seus braços, Levi repousou sua mão sob o rosto do loiro cortando o beijo, o analisando.
 
- Eu estou muito cansado agora – Levi se afastou voltando a deitar.
 
Erwin não sabia descrever o que estava acontecendo diante de seus olhos, o que havia feito? Aquilo com certeza teria sérias consequências caso vazasse, sábia que Levi não conversava com ninguém além de si, e por um momento aquilo o confortou, porém já não sabia o que o Ackerman pensava dele, se sentiu atormentado.
Levi estava quieto sob o olhar de Erwin, o loiro o olhava com indignação, até perceber o leve rubor sob as bochechas do menor. Repousou a mão ali e notou que o mesmo estava febril, precisava cuidar do garoto, mas como faria isso enquanto sentia algo crescendo em suas calças. Maldita foi a decisão de ir ver o garoto, porque agora haviam pensamentos extremamente sujos permeando a mente do mesmo.

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