Trouxe o seu café

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Pov Stefani
São Paulo - Terça, 07:12h

Acordei mais cedo do que o de costume. Do meu lado Mirella dormia tranquilamente toda empacotadinha no edredom. Levantei sem fazer muito barulho, tomei um banho, fiz minha rotina matinal e desci.
Sentia meu estômago ressoando, precisava comer alguma coisa.
Os meninos já tinham saído e deixaram uma leve bagunça na pia, em uma das mensagens que Gabriel havia me enviando, ele informou que saíram atrasados e por isso deixaram um 'presentinho' pra mim. - "Afff, eu mereço!" - resmunguei sozinha revirando os olhos.
Lavei a pequena louça que estava suja e decidi que passaria um café pra mim e depois prepararia algo para Mirella.

Me sentei a mesa, tomei meu café tranquilamente mexendo no telefone até que recebi uma mensagem da minha assessoria, propondo um trabalho para um desses dias que eu estaria no Sul. Acertei com ela alguns pontos e deixei tudo engatilhado, só aguardando confirmar o dia.
Quando reparei que já era quase nove da manhã me apressei em preparar o café de Mirella.
2 pães na sanduicheira fazendo aquele bom e clássico misto quente; no forno, pão de queijo assando; e bom... eu até que tentei fritar ovo, mas deu tudo errado. - "Meu Deus, eu sou uma péssima cozinheira!" - falei enquanto tentava desgrudar o fundo da frigideira.
Em uma espécie de taça, coloquei um docinho que não podia faltar aqui na casa 10, chamávamos de mousse de Danoninho; ahhh, e óbvio que não pode faltar o leitinho com achocolatado dela.

{...}

Com tudo prontinho, coloquei em uma bandeja própria de café da manhã, peguei um vasinho de flores vermelhas que eu amo pra dar uma cor e um joguinho de guardanapos. Era super simples, mas a Mi nunca se importou com essas coisas então acho que ela vai gostar.

Subi até o quarto e quando abri a porta Mirella ainda estava dormindo na mesma posição que a deixei mais cedo. Exatamente do jeito que queria, vou acorda ela com mimos e caso ela esteja bolada pelo meu corte de ontem a noite, esse é o melhor jeito de acalmar essa nanica.
Deixei a bandeja sobre o móvel que fica ao lado da cabeceira e fui até ela que estava deitada de bruços, lentamente caminhei de joelhos pela cama até encontrar seu corpo e me deitar por cima do grosso tecido que a cobria. Meus braços envolveram sua cintura até onde deu na tentativa de um abraço, enquanto simultâneamente beijava a parte lateral do seu rosto exposta.
- "Eii!! Vamos acordar princesinha?" - Reproduzi uma voz de neném de uma forma tão natural que eu nem sabia que era capaz de fazer.
- "Psiiu" "Neném" "Acorda vai" "Vamos aproveitar o dia"
- Pausadamente enquanto distribuía beijos pelo seu rosto, foram essas as palavras que usei em uma tentativa de faze-la acordar.
Com sua voz arrastada e carregada pelo sono ela resmungou
- "Eu não quero acordar!" - seu tom de voz era sério.
- "Por que?" - Senti uma leve preocupação e pela pela primeira vez foi o maior espaço de tempo que não a beijei.
- "Porque isso só pode ser um sonho, e eu quero sonhar que vou acordar assim pra sempre!!"
- "Ai Mirella" - falei em reprovação, mas soltei um ar de alívio acompanhado de um riso solto e repousei meu rosto na pá de suas costas, contornando com a ponta do dedo sua tatuagem do pescoço.
- "Não é um sonho princesa! E se eu fosse você acordava logo porque a realidade pode ser ainda melhor."
- falei em tom sugestivo o que animou a pequena. Me afastei me levantando da cama e dando a ela espaço para se mover.
- "Ah não sai não" - disse toda manhosa ainda na mesma posição."

Mirella estava deitada na ponta oposta de onde eu havia deixado seu café. Ainda com resquícios de sono, ela revirou seu corpo lentamente na direção em que eu estava e se esforçou pra abrir os olhos.
- "Trouxe seu café!" - falei pegando a bandeja e deixando em cima da cama.
Sua reação foi semelhante de quem estivesse vendo fantasmas, eu não soube interpretar se isso era bom ou ruim, ela ficou assim por alguns segundos tentando raciocinar.
Até que em um súbito reflexo se levantou depressa, dando gritinhos e ficando de pé sobre o acolchoado quase que pulando. Logo compreendi que seu comportamento era por ter atingido o êxtase da felicidade. Sorri ao ver aquela criança feliz, mas também me preocupei em conte-la, caso contrário, o líquido na bandeja faria um estrago nos meus lençóis brancos. Estiquei meus braços involuntariamente no intuito de segura-la, e foi a brecha que a pequena encontrou para voar em cima de mim. Me agarrou com seus braços em volta do meu pescoço e cruzou suas pernas em volta a minha cintura - quase caímos, mas passamos bem.
- "Obrigada, obrigada, obrigada!!!"
- com voz de baby que soava mais como um 'bigado', Mirella agradeceu infinitas vezes me dando infinitos beijos espalhados. Afundou seu rosto entre o vão do meu, me apertando em um abraço transbordando carinho. Respondi o gesto da mesma forma. "Meu Deus!!! Como é possível que nunca na vida alguém tenha mimado essa mulher como merece! Não é possível que nenhum namorado(a) tenha feito isso por ela." - Pensei com meus botões ainda entrelaçada a pequena, acariciando suas costas com a ponta dos dedos e deixando inofensivos beijos em seu ombro. Após um tempo assim, desci uma de minhas mãos - que estava envolta cintura dela - até sua coxa procurando mais apoio e dei continuidade ao beijos singelos em um caminho até encontrar o seu pescoço. Não tinha maldades e nem segunda intenções. Só queria dar a ela o carinho que merecia.
Não sabia descrever que tipo de feitiço essa menina tinha, mas eu estava simplesmente viciada nela, naquela pele macia, tatuada, perfumada... eu queria a todo momento beija-la e sentir seu corpo reagindo ao meu toque. Sua boca também me fez viciar, nosso beijo encaixou tão bem que quando nossos lábios se encontravam não queríamos mais soltar.

Entrelaçadas | SterellaOnde histórias criam vida. Descubra agora