Há um feixe de luz irritante entrando pelas vidraças, o que me faz grunhir e desviar o olhar para o outro lado. Até que funciona, porque as estrelas explodindo através das minhas pálpebras subitamente param, então apenas aconchego minha cabeça no travesseiro e tento pegar no sono novamente, mas não consigo. A superfície é lisa e tem algumas ondulações, além de um cheiro almiscarado que me lembra perfume e loção pós-barba.
Abro os olhos de supetão.
Por que estou de frente para as portas duplas de um closet se o meu maldito quarto não. Tem. Um. Closet?!
Por um curto momento de choque, meus olhos permanecem arregalados, vidrados demais no ponto para o qual meu rosto está de frente. O meu travesseiro se mexe, um suave movimento de sobe e desce que vem acompanhado de um ressonar baixo e uma respiração calma, e apoiando a mão com cuidado no colchão, levanto meu tronco devagar.
Por favor, não seja! Por favor, por favor, por favor...
Mas as memórias já assolam meu cérebro em negação, desde o bar até os momentos finais nessa mesma cama. E pior: o rosto que me acompanhou desde o começo. Eu suspiro de susto ao lembrar os traços de Tom Holland, desde a cabeça até os músculos mais baixos, até as partes mais baixas.
Me sento de supetão, só então notando que adormeci exatamente em cima do corpo dele. Minhas pernas estão esparramadas nas suas laterais enquanto ele está estirado embaixo de mim, uma mancha avermelhada em seu peito mostrando onde minha cabeça estava. Seus olhos se abrem de imediato com o movimento repentino, piscando para se adaptar à claridade no quarto enquanto eu cambaleio de cima dele, arrastando o lençol comigo.
Não é uma boa ideia porque, assim como eu estou nua, ele também está.
— Meu Deus! — é a única coisa que consigo dizer, olhando ao redor enquanto procuro mais alguma prova da minha vergonha.
A embalagem da camisinha está jogada ao lado da cama, junto da minha calcinha mínima e a camiseta dele. Deus deve estar, no mínimo, rindo da minha cara no momento.
Tom limpa os cantos dos olhos antes de dar impulso para se sentar na cama, colocando as pernas torneadas para fora.
— Ana... — ele começa, mas não consigo sequer raciocinar.
Eu transei.
Nós transamos!
Ah, meu Deus! Eu pensei que esse tipo de merda de dia seguinte só acontecesse em filmes!
Aperto o lençol contra o meu corpo, apesar de me arrepender de tê-lo pego para mim. Até Tom finalmente se esticar para pegar a cueca, já tive um novo vislumbre completo dele como veio ao mundo, o que só atiça todas as minhas memórias mais uma vez. Balanço a cabeça para tentar evitá-las enquanto me adianto para o chão, recolhendo minhas roupas antes de procurar o celular no bolso das calças.
São 10h12!
— Merda! — digo mais alto do que pretendia, me colocando de pé num salto.
Estou duas horas atrasada para o trabalho! Destiny com certeza vai me matar!
Cambaleando com o lençol enroscado nos pés, varro o quarto com o olhar. Vejo as portas do closet, a porta pela qual passamos noite passada e mais uma que deduzo ser o banheiro, mas além disso, não consigo deixar de notar a falta de personalidade no cômodo. As paredes são brancas, os móveis são brancos e tudo inspira uma limpeza digna de hospital. É assim que é viver como uma celebridade?
Não tenho tempo para pensar nisso.
Preciso me ocupar em esconder meu fígado para minha chefe não comê-lo, mas sou interrompida com duas mãos grandes segurando meus ombros.
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Ex | Tom Holland
FanfictionA definição do Google para a sigla "ex" consiste basicamente em "indicar que uma pessoa deixou de ser algo", "alguém que desocupou uma posição". Para Ana, "ex" significava "problema", ou talvez "a maior confusão de sua vida". Ao deixar sua pacata...