Capítulo 17 Segredos

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Mesmo que ainda doesse um pouco, Kim Kkoch-hee estava menos triste com a morte do Dr. Choi Seo-Joon. É claro que queria respostas e as teria, nem que fosse a força. Ela não descansaria até descobrir quem o matou e o motivo, por isso, nada mais passava em sua mente, nem mesmo o fato de todos estarem a mesa depois de tantos dias.

Tinha tirado o hanbok que usava, extravagante e belo, mas que possivelmente nunca mais vestiria. Ele tinha boas memórias, mas as ruins preencheriam sua mente sempre que pensasse em usá-lo. À mesa, em silêncio, revirava sua refeição com os talheres e não fazia questão de comer, apesar da fome lhe avisar com os barulhos emitidos por sua barriga.

— Você está bem, minha filha? — Kim Chung-hee chamou a atenção de Kim Kkoch-hee e todos direcionaram seu olhar para ela.

— Ficarei, pai. — ergueu o olhar e sorriu apática. — O senhor sabe se o doutor tinha inimigos?

— Não devia se meter nesses assuntos Kim Kkoch-hee, não é adequado a uma dama.

— Mãe, a senhora não ia querer saber se alguém matasse o papai? Não iria querer respostas?

— São coisas distintas.

— É, são mesmo. — largou os talheres. — Posso me retirar?

— Pode ir, criança. — Kim Chung-hee apontou a porta e deixou que fosse e sem fazer muita questão, ela os deixou ali.

— Não devia deixar que ela se meta nesses assuntos, Kim Chung-hee! — Kim Mo-yeon retrucou irritada. — Se alguém o assassinou, o que impede o assassino de vir atrás dela?

— Ela não vai descansar até ter respostas. — Kim Seok-jin comentou enquanto mastigava. — Não é o feitio dela desistir. Bom, a não ser... — o rapaz se calou.

— A não ser o que, garoto? — Kim Chung-hee insistiu.

— Que esteja ocupada com outra coisa.

— Kim Kkoch-hee já não cumpre seus afazeres quando eu mando, se obrigá-la, é fato que não o fará.

— Não mãe, ela precisa de um marido. — Kim Seok-jin complementou. — Não vê como Yoon Seon-ok está ocupada com os preparativos do casamento?

— Kim Kkoch-hee pode não cumprir muitas regras, mas é uma dama instruída. — Kim Ha-won se meteu na conversa, não era uma coisa que costumava fazer, já que esses assuntos a irritavam. — Ela pode ser uma dama até melhor que nossa mãe, acontece que segue suas próprias regras e nelas, se importar com homens e todas essas coisas não são relevantes para ela.

— Já está mesmo na hora de uma dessas três se casar. — Kim Nam-joon indagou. — Ora pai, se esperar Kim Ha-won aceitar alguma proposta, Kim Hye-ji e Kim Kkoch-hee morrerão solteiras.

— Tsc... Pelo menos alguém me quer. — a irmã retrucou o comentário desnecessário do irmão mais novo.

— Papai, o senhor poderia deixá-la escolher. — Kim Hye-ji comentou baixo e tímida, com medo dele brigar.

— Deixá-la escolher o próprio marido?

— Nossa filha pode não estar tão errada, Kim Chung-hee. Todas as opções são boas.

— É, verei isso com cuidado.

Convencer Kim Chung-hee a cogitar candidatos na situação em que estavam, financeiramente, o deixava irritado. Em outros tempos, as três já estariam noivas, mas aquilo não seria tão fácil de resolver, uma pena seus filhos não poderem saber disso.

Park Ji-min não conseguia tirar de seus pensamentos o olhar desferido por Kim Kkoch-hee, desconfiando deles em relação ao doutor Choi Seo-Joon. É lógico que o homem tinha problemas com a super proteção do pai da moça, mas não iria ferir um velho médico para alcançar seus objetivos, nem que isso realmente ajudasse.

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