Capítulo 5 A dama de azul

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Era noite de outro dia, quase na hora da festa de Kim Jin-yi. Na casa Yoon, todos vestidos encontravam-se nos últimos preparativos para saírem. Kim Tae-hyung se encarava no espelho pensativo, tinha que ter um bom plano para alcançar seu objetivo e conseguir, pelo menos, alguns minutos com o Conselheiro Kim Chung-hee sugerindo a ele, Yoon Seon-ok, como esposa de um de seus filhos. Por outro lado, estava preocupado com a concorrência que ela teria, já que ambos os homens, eram extremamente cobiçados por conta de seu sobrenome imponente e respeitado. Kim Tae-hyung era esperto e astuto, mesmo que não conseguisse chegar ao conselheiro, daria um jeito de transformar a irmã em alguém por quem os irmãos Kim se apaixonariam, porque se ficasse ali muito tempo acabaria tornando-se um consumista exagerado como seus pais.

Elegante e indescritivelmente bonito, Kim Tae-hyung vestia um belo jeogori (jaqueta), baji (calças) e durumag verde (sobretudo), algo muito comum na época. Mas diferente da maioria, os cabelos longos soltos não eram um costume comum, os homens lhes usavam bem amarrados e em seu devido lugar, mas não era algo que lhe incomodasse, o estilo selvagem lhe caía muito bem e atraia a atenção de mulheres, o que sempre elevou seu ego de maneira positiva.

Certificou-se que todos estavam prontos e partiram para as festividades de noivado com um belo presente. Se isso fosse algum tipo de jogo doentio por dinheiro, quanto mais gastassem com a família Kim, mas simples seria chegar a eles.

A música tocava lenta e alguns dançarinos pintados estavam no centro dançando, no lugar que exclusivamente acabava destinado aquele fim. Apenas olhou tudo por cima dos olhos, tentando disfarçar a curiosidade, já que aquela noite em questão era o primeiro baile deles. A origem humilde da família Yoon às vezes não sumia de seu corpo, mesmo depois da quantidade exorbitante que receberam em dinheiro, todos ainda sentiam-se meio envergonhados diante de pessoas como aquelas. Kim Tae-hyung avistou Jeon Ban-hae cumprimentando os convidados e pensou ser a chance ideal de começar. Instruiu Yoon Seon-ok e seus pais a ficarem na mesa até que fossem chamados, certificou-se que eles não iniciariam conversa alguma para não comprometerem o plano e ainda assim, volta e meia ele se virava para a mesa que estavam, apenas para ter certeza que não fariam besteira alguma.

— Deve ser o noivo.

— A roupa denunciou-me? — riu colocando uma tigela sobre a mesa e apontou para que o outro sentasse em sua frente. — Você é novo por aqui?

— Família Yoon. Kim Tae-hyung, estou apenas de passagem.

— Yoon, parece-me familiar. Sua família não foi aquela que ganhou uma herança milionária há quatro anos?

— Exatamente. — respondeu-o. — Mas agora resido na China e devo permanecer lá.

— Ah, minha amada China. — observou o teto e bateu na barriga, meio fadigado. — Pretendo voltar logo para lá, sem intenção de visitar Koguryo.

— É como dizem, não há lugar como o lar.

— Então, o que lhe traz à Koguryo?

— Minha irmã mais nova, Yoon Seon-ok. Está à procura de um bom marido e decidi ajudá-la.

— Fez muito bem, não é fácil casar-se devidamente hoje em dia. Vê meu exemplo? — bebeu o que estava no copo em sua frente e apontou Kim Jin-yi que cumprimentava alguns convidados do outro lado do salão. — O pai pagou um dote enorme apenas para que aceitasse a filha dele. Mas se pudesse escolher, não seria minha primeira escolha. Deve encontrar um bom marido para sua irmã, alguém com nome honrado.

— É, mas fazemos questão de um Kim. Por acaso, eles virão?

— Ah, claro que sim! — riu. — O Conselheiro adora atrasar-se e se tornar o centro das atenções. Seus filhos geralmente vem primeiro e estendem o tapete para o grande Kim Chung-hee. — apontou pedindo para os músicos tocarem outra coisa, apenas sacudindo os dedos. — Os conhece, os filhos do Conselheiro?

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