Kim Tae-hyung voltou com alguns galhos e jogou-os na lareira torcendo para que o fogo acendesse. Ele tentou e muito, mas a lenha úmida não quis pegar fogo. Depois de se irritar com esse fato, destruiu uma cadeira e usou-a para incendiar a lareira e aquecer aos dois. Uma nevasca intensa cobriu Koguryo, já não era possível sair de carroça muito menos a pé.
— Pronto, finalmente acendeu. — virou-se para a moça e a viu desacordada. — Kim Kkoch-hee, ei. — segurou o rosto dela, mas a mesma não abriu os olhos. — Droga, fique comigo Kim Kkoch-hee, não durma!
— Está tão frio, Kim Tae-hyung, está muito frio.
— Eu sei, sei disso. — removeu a jaqueta jogando sobre ela e puxou o banco para mais perto do fogo. Ele sabia o que teria de fazer se quisesse realmente aquecê-la, mas não tinha certeza se aquilo seria bem visto pelo autoritário pai da jovem dama. Kim Tae-hyung tinha várias justificativas para tal atitude, se precisasse explicar, porque no fim das contas, apenas o bem estar dela importava. — Por Deus, que dilema. — desamarrou a camisa que usava colocando-a em um canto, sentou Kim Kkoch-hee abrindo seu casaco e expondo o máximo de pele que podia sem deixá-la sem roupa, depois deitou-se abraçando-a e cobriu os dois com o casaco dele torcendo para dar certo.
— Meu pai vai te matar... — resmungou e ergueu a cabeça o encarando, passaram pelo menos umas duas horas depois que ela desmaiou e agora estava acordada.
— Já melhorou? Está até fazendo piadas.
— Você é corajoso, mas é uma coragem estúpida.
— Salvar sua vida é estupidez?
— Por que fez isso?
— Por que é o certo a se fazer, mesmo que seu pai queira me matar depois.
— Não contarei a ele. — murmurou. — Posso perguntar uma coisa?
— Sim.
— O que esse colar que usa significa? — ergueu o colar pendurado entre os dois e encarou-o na frente do fogo. — É interessante mesmo que não faça sentido.
— É uma moeda ou pelo menos o que sobrou dela. Quando era criança não tínhamos muito dinheiro e por isso nunca ganhamos presentes. Na época em que tinha sete anos perguntei a minha mãe porque nunca ganhamos presentes, já que éramos bons meninos e ela me deu essa moeda amassada.
— Mas porque não te disse a verdade?
— Na noite em que me deu essa moeda me disse que o dia que conseguisse desamassá-la entenderia o motivo pelo qual nunca ganhamos presentes.
— Por que quem compra os presentes são os pais e eles não tinham dinheiro.
— Exatamente. Naquela noite isso era tudo que ela tinha e eu a carrego para me lembrar de onde vim, para que me esforce e nunca volte para lá.
— Desculpa ter perguntado. — soltou o colar, mas continuou a olhar para ele.
— Sabe de uma coisa. — puxou-o do pescoço. — Fique com ele.
— Mas porque me daria? É seu.
— Você pode me devolver quando entender.
— Quando entender o quê?
— O motivo que me fez dá-lo a você.
— Sinto que sei, mas não sei se devia.
— É, talvez saiba.
— Acho que está enganado sobre mim, está iludido com a ideia de algo que não existe.
— Então não me acorde. — sorriu de olhos fechados. — Por que parece valer a pena.
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Asas de Vidro
ФанфикDepois que a Dinastia Joseon foi instaurada, quatro caminhos se cruzaram em longos devaneios. Vidas divididas e mascaradas por desejos imensos de poder. Romance, intriga e segredos frágeis se constroem ao longo de 1418, permeando a vida de jovens em...