Capítulo 16 Inimigo do meu inimigo

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Kim Kkoch-hee não poderia imaginar nenhum motivo que levasse alguém a assassinar o Dr. Choi Seo-joon. O doce médico idoso, que todos conheciam e admiravam desde jovem, cuja história e vida, deixou-o sem herdeiros, mas que gentilmente acolheu a pequena raposa como sua neta e aprendiz. Se havia alguém em Koguryo que o considerava uma ameaça, provavelmente se declararia inimigo de Kim Kkoch-hee.

Kim Chung-hee concordou em deixar Kim Tae-hyung levar a jovem para ver o corpo do homem, afinal, cabia ao novo médico dar o máximo de informações aos investigadores para que pudessem encontrar o culpado, seja quem for e por qual motivo.

Para quem sempre tinha muito a dizer, pela primeira vez, Kim Kkoch-hee estava completamente calada encarando as ruas pelo caminho até a casa do doutor Choi Seo-joon. Era visível que seu luto começava a degradar sinais claros de sensatez. Ela mantinha-se em silêncio, como se no segundo em que dissesse a si mesma a verdade, ele realmente estaria morto.

A jovem dama Kim cresceu em uma casa cheia de regras, mesmo que não quisesse obedecê-las em grande parte do tempo. A grande família na qual ela pertencia não era tão fraternal assim, mas o médico sempre esteve lá, era ele que conversava com a menina, que lhe perguntava sobre coisas que ela queria ouvir, dizia aos pais que tudo bem brincar na lama e se sujar, mesmo quando Kim Kkoch-hee sentenciou-se a um casamento arranjado e escolha alguma, quando nasceu.

— Eu ainda não li. — Kim Tae-hyung tentou puxar assunto na esperança de distraí-la. — Não sei porque, mas não tive coragem.

— Sei que não leu. — respondeu abafado, apenas porque não abriu a boca o suficiente. — Se tivesse lido, eu saberia. — olhou-o brevemente depois voltou a se concentrar na estrada.

— Você vai ficar bem?

— Talvez algum dia.

— Espero que seja logo. — centrou-se na estrada, mas uma vez ou outra olhava para a moça preocupado com seu estado longo de silêncio.

Quando os dois desceram dos cavalos, um aglomerado de pessoas já rodeava a casa do velho médico. Gente que foi atendida por ele e infelizes curiosos cuja vontade de saber o que estava havendo era extremamente irritante. Kim Kkoch-hee desceu encarando essa gente, irritou-se logo pelo intrometimento e quis espantá-los com grosserias, mas Kim Tae-hyung segurou seu braço e a impediu de seguir. Ela nunca tinha desferido tal olhar para ele, raivoso e triste, nem quando ele a decepcionou no dia em que se conheceram. Os olhos marejados e avermelhados pelas lágrimas, fixos e maldosos, direcionados a ele de maneira tão intensa lhe assustaram. A mulher em sua frente, a que amava, havia adentrado profundamente nos estágios do luto, todos de uma vez.

— Não devia ter trazido ela aqui. — Jeon Jung-kook aproximou-se depois que notaram sua presença. Empurrou algumas pessoas e ficou frente a frente com Kim Kkoch-hee. — Sinto por sua perda.

— O que faz aqui, Jung-kook? — Kim Tae-hyung perguntou irritado, seria audácia demais aparecer apenas para tirar proveito da fragilidade de Kim Kkoch-hee.

— É uma das responsabilidades da família Jeon cuidar de casos como esse. — Apontou o pai, Jeon Tae-yang, dentro da casa. — Meu pai é um inspetor condecorado, pode descobrir quem matou Choi Seo-joon.

— Irmãozinho, não importune uma dama de luto. — Jeon Ban-hae aproximou-se dos três batendo no ombro do irmão. — Não pode fazer nada para consolá-la. Você está bem, senhorita Kim Kkoch-hee?

— Tem gente demais aqui. — Kim Kkoch-hee deu dois passos para trás, indicando que entraria na casa, quando suas costas esbarraram em uma outra pessoa.

— Kim Kkoch-hee, vim assim que soube. — era Min Yoongi, o falso, que, na verdade, tratava-se de Park Ji-min, seguido de seu fiel escudeiro e amigo, Jung Ho-seok.

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