"Quando uma pessoa está completamente apaixonada pela outra, a outra deve inevitavelmente se apaixonar também. Amor ch'a null'amato amar perdona. Amor, que a nenhum amado amar perdoa, palavras de Francesca em Inferno." - Draco Malfoy à Harry Potter...
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[...] "Porque era ele, porque era eu." * * * Depois de uma longa caminhada e um almoço maravilhoso, visitas aos meus lugares favoritos do momento, nós voltamos finalmente para a minha casa — Ron estava com as meninas. — Nos sentamos na varando com dois copos de uísque.
— Me conte sobre sua Roma.
Era o momento pelo qual eu estava me sen- tindo ansioso à tarde inteira. Até onde eu sabia meus pais não sabiam sobre mim. Ele deu um bom gole do seu copo e o deixou novamente sobre a mesinha. Sorriu.
— E então?
Não havia muito o que contar. Repeti muito do que já havia contado para ele durante aquele dia.
— Comeu bem?
Assenti.
— E bebeu bem também?
Repeti o gesto.
— Fez coisas que seu padrinho aprovaria?
Eu ri. Contei sobre uma vez quando havia voltado com Ron de uma festa no meio da ma-drugada e esquecido Hermione e Ginny lá.
— Que ideia! As meninas que deveriam ter esquecido vocês dois! Cinema? Concertos?
Comecei a me dar conta que ele estava que- rendo chegar a algum lugar, talvez sem que ele mesmo soubesse. Percebi porque, enquanto ele seguia fazendo perguntas que quase abordavam o assunto, comecei a sentir que já estava colocando em prática manobras evasivas muito antes de o assunto que nos esperava ao dobrar a esquina se tornar visível. Falei sobre a condição permanente de sujeira e degradação das praças de Roma. Do calor, do tempo, trânsito, freiras demais. Tais e tais igrejas fecharam. Detritos em todos os lugares. Reformas malfeitas. E reclamei das pessoas, dos turistas, dos micro-ônibus que levavam e traziam inúmeras hordas com minicâmeras.
Rimos. Pausa breve. Mais um gole de seu copo.
Agora.
— Pai, tem uma pessoa.
Ele assegurou com os olhos e continuou.
— Como se chama?
Senti meu coração bater mais rápido do que jamais seria natural bater.
— Draco. Draco Malfoy.
Ele sorriu; E eu pude respirar novamente.
— Você parece mais feliz.
Assenti.
— Você é inteligente o suficiente para ter escolhido ele.
— Draco é Draco.
— Parce que c'était lui, parce que c'étai moi. - comentou ele, citando a explicação abrangente de Montaigne para sua amizade com Étienne de la Boétie. Já eu, estava pensando nas palavras de Emily Brontë porque " ... ele é mais eu do que eu mesma. "
— O que está por vir vai ser muito difícil. - começou a dizer, alterando a voz.
— Na verdade, eu não sei o que sinto. Se sinto alguma coisa.
Falar de modo abstrato era mais fácil do que ser totalmente direto com ele.
— Não tenha medo, virá. Pelo menos eu espero que venha. E quando você menos espera. A natureza sabe como encontrar nossos pontos mais fracos. Apenas se lembre: estou aqui. Agora talvez você não queria sentir nada. Talvez você nunca tenha desejado sentir nada. E talvez não seja comigo que você vai querer falar sobre essas coisas. Mas acredito que tenha sentido. Sim. Posso ver no seu rosto.
Olhei para ele totalmente amarelando e pro- curado um jeito de mudar o assunto e dizer que talvez eu estivesse totalmente enganado. Eu estava prestes a fazer isso.
— Olha só. No meu lugar muitos pais espera- riam que a coisa simplesmente sumisse, ou rezariam para que seus filhos se reerguessem logo. Mas eu não sou um pai desses. No seu lugar se houver dor, cuide dela, e se houver uma chama, não a apague, não seja bruto com ela. Arrancamos tanto de nós mesmos para nós curarmos das coisas mais rápido do que deveríamos, que declaramos falência antes mesmo dos trinta e temos menos a oferecer a cada vez que iniciamos algo com alguém novo. A abstinência pode ser uma coisa terrível quando não nos deixa dormir à noite, e ver que as pessoas nos esqueceram antes do que gostaríamos de ser esquecidos não é uma sensação melhor. Mas não sentir nada para não sentir alguma coisa... que desperdício!
Sorri ao lembrar de um momento, ao mesmo tempo em que tentava absorver aquilo tudo. Estava em choque.
— Falei o que não devia? - perguntou ele.
Neguei.
— Então me permita dizer mais uma coisa. Para limpar o ar. Como você vive sua vida é problema seu. Mas lembre-se, nossos corações e nosso corpos nos são dados apenas uma vez. A maioria de nós teima em viver como se tivesse duas vidas, uma é a maquete, a outra a versão final, e todas as versões entre elas. Mas a vida é só uma, e antes que você se dê conta, seu coração se cansa e, quanto ao seu corpo, chega um momento em que ninguém mais olha para ele, muito menos quer chegar perto dele. Não poderia estar mais orgulhoso de você, Harry.
Ele respirou fundo.
— Não sei se falaremos mais sobre isso no futuro, mas espero que nunca se arrependa de termos falado. Terei sido um pai terrível se, um dia, você quiser falar comigo e encontrar a porta fechada ou não suficientemente aberta.
Eu queria pergunta o por quê eu tinha a impressão de que ele já sabia. Mas como poderia não saber? Como qualquer pessoa poderia não perceber?
— Minha mãe sabe? - perguntei
Eu iria dizer suspeita, mas me corrigi.
— Foi ela quem conversou comigo. - ele sorriu tímido e eu senti a necessidade de sorrir de volta. - Vamos deitar?
Assenti.
Dissemos boa noite um pra o outro e ele foi se deitar no meu quarto enquanto eu estava deitado no sofá da sala. Ainda me sentia atordoado sobre tudo que acabara de acontecer, mas me sentia feliz. Me levantei rapidamente e fui até a porta do meu quarto, batendo na mesma.
— Pai?
— Diga. - ele respondeu do escuro.
— Eu amo você, pai. Obrigada.
Ele demorou uns instantes para responder.
— Eu também amo você, Harry.
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Observação da autora: Olha só queria que isso fosse real, que Harry realmente tivesse conhecidos os pais e eles tivessem tal relacionamento, tô emotiva cancela. ✋🏻😭