🛵 Capítulo IX • Draco Malfoy

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[...] Você não sabe o quanto.

[...] Toque de novo.

[...] Flertanto.

[...] Já sou seu.

* * *
Alguns dias depois do nosso encontro eu estava ensinando o Concerto de Brandenburg em Sol maior de Bach, quando o vi parado a porta. Bermudas caqui e uma camiseta de botões tão branca que me deixava ver por trás dela. Ele parecia sem graça e ao mesmo tempo entusiasmado. Porém eu, deveria estar radiante. Que jeito agradável de surpreender alguém.

— Não ficou chateado comigo? - perguntou.

Fiz que não com a cabeça.

— O que estava planejando fazer depois da aula? - perguntou novamente.

— Geralmente eu tomo um café.

— Se importa se eu for junto?

Levei-o ao meu café favorito. As meses a nossa volta não poderia estar mais cheias. Confesso que me sentia um pouco desconfortável com a situação mas nada que me deixasse importunado em não ficar aqui com ele.

— Realmente não se incomodou com a surpresa? - ele comenta ao se sentar.

— Foi uma surpresa boa.

Nos encaramos por alguns segundos sorrindo. Ele estava tão bonito. Tinha seu cabelo bagunçado o que me fazia acreditar que não era de propósito. Sentava-se de modo em que fazia questão de insinuar que queria estar ali e não queria ir embora. Seus olhos por trás do óculos redondos brilhavam. Ele realmente era muito bonito.

— Você é muito bonito. - o escuto dizer me surpreendendo.

Foi completamente espontâneo, de modo em que, me fez pensar se não poderia ler meus pensamentos enquanto estava distraído.

— E você me deixa nervoso. - ele acrescenta.

— Por que diz isso?

— Não sei. Talvez por não saber o que você quer de verdade ou por não estar acostumado.

— Deveria estar muito claro à esta altura. Nesse caso, eu é que deveria estar nervoso.

— Por que?

— Porque provavelmente sou só uma fantasia para você. Um romance estrangeiro, ou talvez alguns degraus a mais do que apenas algo casual.

Ele riu da ideia.

— Aliás, não sou bom com começos.

— Está dizendo isso para o meu próprio bem? - ele pergunta.

— Talvez.

— Bem, voltando ao que estava dizendo: você é incrivelmente bonito. E o problema é que ou você sabe disso e sabe do poder que tem sobre os outros ou precisa fingir não saber... o que faz de você não só difícil de decifrar, mas, para mim, perigoso.

— Homem de muitos pensamentos, Harry Potter? - pergunto arqueando uma sobrancelha.

— Você não sabe o quanto.

Voltamos juntos para o conservatório. Queria que ele conhecesse meu cantinho. O lugar em que eu passava metade do meu tempo fazendo o que mais tinha orgulho de fazer.

— Aqui é tão bonito, Draco. - ele diz ao passar pelas portas francesas.

— Obrigada. Está me conhecendo por dentro. - digo e parei para pensar se não teria muito ousado de minha parte. Talvez assustasse ele.

Letters to Romeo - Drarry Au Onde histórias criam vida. Descubra agora