🛵 Capítulo XIII • Harry Potter

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[...] Draco Malfoy boiolinha supremacy.

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[...] Boa noite, tesoro.

* * *
  Ali a luz dos postes, com Zéfiro a percorrer nossos corpos, eu travava uma batalha com meu autônomo. Caminhávamos pelas ruas vazias da noite sem dizer uma palavra. Era um silêncio confortável mas eu sabia que logo se tornaria mortal. Respirei fundo recolhendo toda a coragem que possuía e o parei. Logo ali a frente se encontrava a Fontana Di Trevi, e o conservatório de Draco, e a minha casa. Mas foi na Via delle Vergini que eu me me deixei levar por quem eu realmente era. Penso em voltar aqui no futuro, naquele mesmo muro em que o havia encostado agora.

  Olhei no fundo dos seus olhos. Logo a sensa- ção de querer desviar me invadiu, seu olhar penetrante me fazia pensar em como eu achava ele superior a mim, mas me mantive firme. Não queria mostrar que não estava mas nervoso ou tímido, mas para me render, para dizer a ele que esse sou eu, esse é você, isso é o que eu quero. Não vou deixar minhas brigas internas estragarem meus desejos mais profundos no momento. Não a nada além da verdade entre nós. Ele veio na minha direção. Estávamos tão perto, pensei. Se aproximasse um pouco o ouvido, poderia ouvir meu coração. Eu tinha lido aquilo em romances, mas nunca acreditei até aquele momento. Ele ficou olhando diretamente para meu rosto como se quisesse estudá-lo, gravá-ló, então tocou meu lábio inferior com o dedo e o percorreu da esquerda para a direita e da direita para a esquerda várias vezes. Aquele era seu jeito de pedir, e aquela era minha chance de aceitar ou me retrair novamente.

Eu não tive mais tempo para pensar no que fazer, porque ele aproximou os lábios dos meus, em um beijo terno, conciliatório, encontrarei-você-no-meio-do-caminho-mas-não-além, até perceber o quanto estávamos famintos. Gostaria de saber como calibrar meu beijo como ele. Mas a paixão nos permite esconder mais e, naquele momento na pequena Via, se queria esconder alguma coisa sobre mim naquele beijo, eu também estava desesperado para me perder nele, como quando desejamos que o chão se abra sob nossos pés e nos engula.

Ele nos separou por um momento em busca de ar e sorriu encarando minha boca. Eu estava perdido.

O beijei mais uma vez, um beijo quase selva- gem, não porque eu estivesse cheio de paixão ou porque não tivesse encontrado no primeiro o fervor que procurava, mas porque não tinha certeza de que nosso beijo tivesse me convencido de qualquer coisa sobre mim. Nem tinha certeza de que havia gostado tanto quanto esperava gostar, e precisava testar de novo. Mesmo no ato em si, ao que parece, eu preciso testar o teste. Em minha mente surgiam pensamentos mundanos. Tanta negação?, teria comentado um discípulo menor de Freud. Tentei sanar minha dúvida com mais um beijo violento. Eu não queria paixão. Não queria prazer. Talvez nem mesmo quisesse provas. E não queria palavras, conversas bobas, conversas importantes, conversas sobre bicicletas, sobre livros, nada disso. Só a lua, o muro, o sopro do vento e o cheiro do seu corpo emanando de seu peito, seu pescoço, seus cabelos. Apenas me pegue e me molde, me vire do avesso, até que, como um personagem de Ovídio, eu e sua luxúria sejamos uma só, era isso que eu queria. Coloque em mim uma venda, segura minha mão e não me peça para pensar — você pode fazer isso por mim?

  Eu não sabia aonde tudo aquilo levaria, mas estava me entregando a ele, centímetro a centímetro, e Draco devia saber, porque senti que ele ainda mantinha certa distância entre nós. Embora nossos rostos se tocassem, os corpos estavam distantes. Comecei a testar a eventual separação de nossas bocas e descobri, o quanto não queria parar, o quanto queria a língua dele na minha boca e a minha na dele. Assim que nos separamos nossos olhos se encontraram, um conjunto do céu com a natureza. Não dissemos nada, queríamos manter aquele momento único. Não precisávamos acrescentar palavras fúteis para completa-ló, seria mais presente a sensação que sentimentos quando lembrássemos. Ele me deixou em casa e com um último selar de lábios naquela noite e sussurrou:
— Boa noite, tesoro.

Letters to Romeo - Drarry Au Onde histórias criam vida. Descubra agora