8 - Descoberta

12 5 2
                                    

Ela: No caminho para casa, eu percebi que não estávamos dentro da cidade.
- Espera, não está os na cidade?
- Não.
- Onde estamos?
- Em uma vila que pertenece a minha família.
- E tem um cemitério na sua "propriedade ".
- Há alguns anos era comum as grandes fazendas terem seus cemitérios familiares.
- Eu sei, mas a família precisaria ser muito rica...
- A nossa "família" ajudou a construir essa cidade.
- Conhecemos os fundadores, acredita?
- Perai, isso quer dizer que vocês tem mais de...Meu Deus!!!
- Calma, cunhada...Não pira.
- E como você quer que eu faça isso?
- Deixando sua mente aberta. Não se prenda ao que você vê.
- No NOSSO mundo, cunhada, as coisas não são o que aparentam ser.

Ele: Já era noite quando chegamos a casa dela. Eu havia mandado a Kênia ir para casa e estávamos só nós dois na rua.
- Você vai ficar?
- Acho melhor não.
Até que...
- Louise Gabrielle, onde você estava? E nem pense em fugir, Keylan. Eu confiei em você.
- Menos, Fabi, bem menos. Parece até que eu nunca encobri suas fugas, lembra do Mike?
- Eu nunca admitiria. E além do mais; você sabia onde eu estava... Você me assustou, maninha.
- Desculpa, Fabi.
Elas se abraçaram forte.
- Desculpa.
- Tudo bem.

Ele: Já faziam algumas horas que havíamos chegado.
- E o bebê, como está?
- Ele está bem.
- Eu fiz macarronada. Vocês querem?
- Eu quero.
Eu olhei para ela e pensei:"Serio?", em seguida a resposta:" Eu estou com fome, papai.". Eu olhei para a barriga dela e depois para ela...cuxixei em seu ouvido.
- É um menino.
- Serio?
- É, mas não conta pra Kênia.
- Por que não?
- Você nunca viu a Kênia tendo razão de alguma coisa...eu tenho que ir.
- Não. Fica mais um pouco.
- Tá bem...
Eu a beijei.

Ela: Eu comi quase toda a travessa de macarronada e depois fui tirar um cochilo...eu estava muito cansada. O Keylan voltou pra casa. A Fabi montou guarda na porta do meu quarto...ela ficou realmente com medo de me perder.

Ele: Assim que eu cheguei em casa o Kemuel me abordou...
- Keylan?
- Sim.
- Me diz uma coisa, por que você e a Kênia estão pesquisando tanto sobre ligação de noturnos e humanos e sobre crianças eternas?
- O quê?
- Eu vi os livros que a Kênia estava lendo. Vocês sabem o que o papai pensa sobre...
- Kemuel, para...
- Eu só digo uma coisa...Cuidado! Você é o filho mais velho, e sabe muito bem o que acontece se quebrar alguma regra do clã.
- Eu sei, Kemuel, não precisa...
- Eu sei quê você sabe, mas é sempre bom relembrar...

Ela: Eu estava dormindo...
- Mamãe, mamãe...
Eu ouvi aquela vozinha em meio ao sono...
- Mamãe, mamãe...estamos com fome.
- Vamos comer, então...espera um pouco..."estamos"?
- É.
Não é só um, preciso contar para o Keylan.

Ele: Depois da conversa com o Kemuel eu fui para o meu quarto. No corredor, senti o cheiro dela...mas eu estava em casa, como podia? Teria o vento trazido de tão longe?

Ela: À noite eu o esperei...
- Você foi lá em casa?
- Não. Por quê? Algum problema?
- Não, nada. Mas me conta, por que esse sorriso tão grande?
- Você disse que o nosso bebê era um menino. Por quê?
- É difícil de explicar.
- Discordo.
- Então me explique.
- Hoje quando eu me deitei, comecei a ouvir o nosso bebê.
- Então é um menino?
- Também .
- Como assim?
- São gêmeos.
- Serio mesmo, amor?
- É...
E então...
- O que foi?
- Eu não sei. Estou com a mesma sensação de quando eu fui ataca...- E eu apaguei.
- Lou? Lou, o que foi? Lou...
- Ela não consegue te ouvir, Keylan.

Ele: O meu choque só não foi maior do que o pavor que eu estava sentindo por ela...
- Ela está em uma espécie de transe. Mas não se preocupe, ela está bem. Eles estão.
- Kemuel, não faz mal a eles...
- Então quer dizer que você vai ser papai?
- Deixa ela em paz. Ela não tem nada haver com isso.
- Tem sim. O filho perfeito, o que sempre seguia as regras...você vai perder seu posto e a razão de tudo isso...- Ele sorriu. - O papai vai ficar com tão feliz em saber que vai ser avô de humanos.
- Kemuel, não...
Ele já havia sumido...
- Keylan?
- Calma, eu vou te levar pra casa...
- Aquele era seu irmão?
- Era.
- Foi ele que me atacou.
- Eu sei.
Algumas horas depois a Kênia nos encontra...
- Keylan?
- O que houve, Kênia?
- O Kemuel, ele vai contar sobre a Lou...
- Ele já falou.
- Você vai perder...
- Kênia!!!
- Perder o quê? Keylan?
- Nada.
- Kênia?
- O Keylan é o mais velho, e quando o nosso pai fosse "dormir", ele ficaria com líder do nosso clã. Mas ele infringiu a principal regra...e o pior é que ele corre risco de ser expulso...
- Kênia...
- Isso é verdade, Keylan?
- É.
Ela se entristeceu...

Ela: Eu passei a maior parte do dia dormindo. A minha cabeça parecia uma salada passada no liquidificador. Quando acordei...
- Desculpe, Keylan.
- Pelo quê?
- Por ter causado todos esses problemas.
- Ei...Não precisa se desculpar. Eu sempre soube dos riscos...e além disso...eu...eu amo você.
- Eu também te amo, Keylan.
Aos 6 meses de gestação normal, (8 acelerada), não havia muito a se fazer, a não ser esperar...
- Você está muito linda.
- É. Levando em conta que eu mal consigo andar.
- Mas ainda assim está linda...
Certo dia...
- Lou, o que foi?
Eu respirei fundo...as dores vinham em ondas...
- Eu acho que os seus filhos querem te conhecer, Keylan.
- Eles vão nascer?
- Acho que sim.

Ele: Liguei para a Kênia imediatamente, eu não sabia o que fazer...
- Kênia, os bebês vão nascer. O que eu faço?
- Faz o seguinte, trás ela para a mansão.
- Você enlouqueceu, Kênia? O pa...
- Faça o que eu estou te mandando...agora, Keylan.
Mais que depressa eu a levei para a minha casa. Assim que chegamos eu vi a Kênia...
- Rápido, leve-a para o porão. Eu já desço.
- Kênia, é a razão da minha existência que está em risco.
- Confie em mim, Keylan...a Louise é como uma irmã para mim...eu amo ela...

Ela: Eu ouvia parcialmente o que acontecia. As ondas de dor só aumentavam...
- "Nos desculpe, mamãe..."
Eu temía pelos meus filhos...
- Keylan, não os deixe morrer...
- Calma,amor...

EM NOITES DE LUAR Onde histórias criam vida. Descubra agora