EM NOITES DE LUAR

22 - Charlotte

Charlotte narrando

- Lou...Louise? Droga.
Eu já estava na estrada a uma hora, a fazenda onde o mausoléu da família da Kênia ficava era a mais afastada da cidade (que ótimo) a Louise havia apagado, e a estrada era horrível.

Ligação on
- Oi?
- Onde vocês estão?
- A caminho.
- E a Lou?
- Kênia, ela apagou já faz um tempo...
- Tudo bem, só corre pra cá o mais rápido que...
- Cheguei.
- O mausoléu fica nos fundos da propriedade .
- Ok. Tô indo.
Ligação off.

Minutos depois eu avistei a Kênia andando de um lado para outro com o celular na mão...
- Ainda bem...vem, me ajuda a colocar ela lá dentro, minha nossa ela está gelada...temos que correr.
Ao adentrar no velho jazigo vi que o Keylan já estava lá. Deitado de barriga para cima, desacordado...
- O que houve com ele?
- A ligação deixa eles fracos caso eles fiquem muito tempo longe um do outro e isso só piora por causa da gravidez...deita ela ao lado ele.
Ao deitarmos ela do lado dele, nenhuma novidade foi notada, mas...
- Kênia...
- Shhh...olha...
Aos poucos a Louise foi se erguendo, sem forças, ergueu apenas a cabeça e mordeu o Keylan na altura do coração dele...um leve grunhido saiu da boca do Keylan...os braços dele agarraram a Lou e as mãos dela rasgaram a camisa dele...um gemido saiu da garganta dela.
- Vem, vamos deixar eles sozinhos...
Não parecia real...ela estava praticamente morta e então...
- Isso foi...
- Incrível, eu sei.
- E os gêmeos? Onde estão?
- Estão com pai da Lou...
- Posso conhecer eles?
- Se a Lou e o Keylan deixarem...claro.
- E por que não deixariam?
- Eles são muito protetores, principalmente o Keylan...ele aprendeu a não confiar em todo mundo.
- Entendi.
- Vamos sair daqui. Vou precisar de uma carona.
- Tudo bem.

Louise narrando

- Está tudo bem, Lotte. Não se...
Minha mente apagou...
- Lou...Louise...
Eu a ouvia me chamar, mas não tinha forças para responder...sentia um cheiro de mato verde e terra...aonde estávamos indo? Senti quando o carro parou e ouvi a voz da Kênia. Elas me levaram e então o cheiro dele me atingiu com força, a sede também.

Keylan narrando

- Papai? Papai? Tia Kênia...tia...
Eu não tinha forças para responder. Todo o meu corpo doia. Minutos se passaram até eu ouvir...
- Vem, Keylan, precisamos ir.
Não registrei muito bem o que aconteceu depois, apenas senti quando me deitaram no chão e novamente adormeci...fui despertado minutos depois por uma dor lancinante, mas ao mesmo tempo prazerosa, no peito...e o cheiro dela.
- Keylan...
A voz dela não era mais alto que um sussurro...
- Continua...
A minha estava tão baixa quanto...
- Continua, meu amor...
E novamente aquela dor...só que dessa vez no pescoço, mas eu não me importei.
- Sua vez...
A voz dela está mais alta...
Eu a mordi. Minhas mãos foram para a carne macia das coxas dela, subindo para a barriga, um pequeno movimento foi sentido.
- Ai...
Ela rir...
- Ai...
- O que foi?
- Ele nunca mexeu assim.
- Esse pequeno vai ser mais animado do que os gêmeos.
- Tomara que não.
Nós rimos...
- Que tal se parássemos de falar...
Eu ataquei (literalmente) a boca dela e ela retribuiu sorrindo. Algumas horas depois...
- Eu te amo.
- Eu também te amo muito, muito, muito.
Eu a beijei novamente.
- Eu queria ver as crianças.
- E por que não vai?
- A Charlotte.
- E o que é que tem?
- Nada. Deixa para lá.
- Você não confia nela?
- Não é isso...
- Então vamos?
- Vamos.
Nos levantamos e fomos para a cidade. A Kênia havia deixado o carro dela, e vestimos as roupas que tinham no jazigo (as últimas).
- Podemos passar naquele restaurante? Estou morrendo de fome.
- Sério?
- " Papai, ela está se alimentando por dois."
- Minha nossa...
- Você ouviu?
- Outro telepata...
- Um menininho.
Nos começamos a rir...
- Que bom...imagina outra Dara...
Nós rimos ainda mais.

Louise narrando

Ligação on
- Onde vocês estão?
- Naquele restaurante, que fica na estrada.
- Estamos chegando...
- Tá.
Ligação off

- E então, vai levar a Charlotte?
- Vou.
- Você confia nela?
- Se não fosse ela nós tínhamos morrido. - Falo passando a mão na barriga.
- Tem razão.
Chegamos ao restaurante e as encontramos comendo...a Kenya estava devorando um hambúrguer enorme e a Charlotte uma tapioca recheada... Delícia.
- Eu quero...
- Vou pedir para nós dois. Volto já.
Ele sai...
- E então, Charlotte, pronta para conhecer o Dylan e a Dara?
- Sério?
- É claro. Eu devo minha vida e a vida do meu filho a você. Se você quiser...
- É claro que eu quero.
- Que bom...você vai amar eles. O Dylan é um lorde, um príncipe... a Dara é um pouco mais falante e animada do que ele...
- Voltei...do que vocês estavam falando?
- Das crianças. Obrigado, amor.

_=_=_=_=_

- Mamãe...
- Meus amores...
- Como o Arthur está?
- Arthur?
- O nosso irmãozinho...
- De onde você tirou esse nome, Dara?
- Não era o que o senhor queria, papai?
- Era, mas...
- O Arthurzinho tá chegando...
Ela saiu pulando e falando isso...
- E esse nome?
- Era o nome do meu avô. Tudo bem, amor?
- Claro. Sem problemas.
- Você é o Dylan?
- Oi.
- Quantos anos você tem?
- 6.
- Eu espero.
Eles se abraçam.
- O que está acontecendo aqui?
- O Dylan é o par da Charlotte.
- Assim como eu sou o seu.
- Meu Deus.
- Estou começando a ficar depressiva.
- Por quê?
- Até o Dylan já se arranjou e eu não...
- E o Renê, Kênia?
- Que historia é essa, dona sabichona?
- Com todo respeito, princesa, eu te odeio...
Nos começamos a rir.
- Olha Dara...
- Eles são gêmeos, querida, o que afeta um atingi o outro. Agora os três estão ligados.

Charlotte narrando

Ao chegar na casa dos Petrovick's, senti uma energia diferente, eu estava ansiosa para entrar...
- Vamos?
- Claro.
- Vem.
- Mamãe...
Tudo ficou em câmera lenta, o meu corpo já não me obedecia, nada mais existia...os olhos dele...
- Você é o Dylan?
- Oi.
- Quantos anos você tem?
- 6.
- Eu espero.
Ele me abraçou...e eu senti o meu coração bater no ritmo do dele.
- Eu vou cuidar de você
Sussurrei para ele.
- Lottie...
A Dara se aproximou.
- E de você também.
Eu a abracei...