1. Recomeçando, outra vez

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Julie's POV
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Era mais uma manhã em que eu só queria sumir. Mas essa era diferente, pois completava ano da morte de minha mãe, e para piorar, segunda feira.

Eu e mamãe éramos muito conectadas, conversávamos sobre tudo, passávamos horas compondo músicas na garagem, mas depois que ela se foi, eu perdi minha luz, assim como minha vontade de cantar e tocar. Acordo apenas querendo dormir, não saio para nada além da escola, que após a notícia se espalhar, virou o inferno na Terra.

As únicas pessoas que me distraem desse assunto são: meu pai, que sempre faz de tudo para não me ver chorar, por mais que eu ainda pegue ele chorando nos cantos; Meu irmão Carlos, que lidou com a morte da mamãe de uma forma bem mais fácil; Minha melhor amiga Flynn, que nunca me deixou na mão e meu primo Willie, que com sua mãe, a tia Victoria, ajudam a nossa família emocionalmente.

Depois de sua morte, eu comecei a ter crises de pânico, assim como comecei a me cortar para aliviar a dor, mas quando Flynn descobriu, ela e meu pai me obrigaram a ir no psicólogo. Desde então essa daí não sai do meu pé, o que é bom, pois não me sinto tão sozinha.

Me levantei na cama na base do ódio e fui ao banheiro. Ao me olhar no espelho percebi que minha cara estava inchada, e minhas olheiras estavam maiores do que nunca. Fiz minhas higienes e coloquei uma roupa qualquer, indo em direção à cozinha tomar café da manhã.

- Bom dia mi hija, dormiu bem? - meu pai estava atrás do balcão fazendo ovos mexidos, deve ter percebido minha cara de choro da noite passada, mas se ele não tocar no assunto, vai ser ótimo.

- Bom dia papi, dormi bem, o que tem pro café?- falei fingindo animação, mas acho que ele percebeu.

- Você não precisa fingir que está tudo bem, eu sei que dia é hoje, estou aqui com você, ok?

Meus olhos marejaram, meu pai veio e me abraçou, um abraço reconfortante que só ele tem.

-BOM DIA CAMBADA! VAMOS LEVANTANDO QUE JÁ TA NA HORA DE IR PRA ESCOLA- Flynn chegou arrombando a porta, ela sempre fazia isso, já estávamos acostumados.

- Oi amiga, tudo bem, como você ta? Quer entrar? - soltei um sorriso leve, porém verdadeiro, ela sabia como me animar.

- Vamos queridinha, você não quer chegar atrasada hoje.

Ela me puxou porta afora, mas consegui escutar meu pai:

-Juízo vocês duas ein!
Estávamos quase chegando na escola quando alguém põe a mãe no meu ombro, me assustei e dei um tapa que acertou bem no rosto do indivíduo, que por acaso era meu primo, Willie.

- Ai! Quer me matar?

- Pergunto o mesmo. Que tipo de pessoa normal chega assim nas outras?

- Seu querido primo mi amor- ele deu um sorriso de lado rindo da minha cara.

Willie era um ano mais velho do que eu e a Flynn, mas isso não nos impedia de andar juntos. Nós três éramos a encarnação do trio de ouro.

Chegando na escola fomos para os nossos armários, que eram próximos. Nesse caminho pude escutar pessoas cochichando: "Cuidado com a estranha, hoje faz um ano"

- Não liga pra isso, o que importa é que você ta bem- Flynn me disse em forma de apoio. O que ela não sabia é que, num dia como esses, não vai ser muito fácil ficar "bem".

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Notas da autora:
Oi gente, essa é minha primeira fic. Espero que gostem. 🥰

Memórias de uma adolescente em crise | JUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora