27. Ameaça para o bem

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Julie's POV

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- Julie, você tá bem? - Luke perguntou assim que chegamos na cozinha.

- Na verdade não! Eu vou ser direta, mas por favor não fica bravo comigo!

- Pode falar, eu nunca vou ficar bravo com você.

- Eu preciso sair da banda!

- Pera... que? Por que?

- Porque eu nunca vou conseguir me apresentar e isso só vai atrapalhar a banda! E eu sei o quanto isso é importante pra vocês! Não posso impedir isso, então eu preciso sair da banda!

- Amor, isso é por causa da apresentação que a Flynn conseguir?

- Talvez...

- Julie, estar nervosa antes de um show é normal! Eu sei que isso é uma decisão completamente sua, mas "Julie and the phantoms" não existe sem Julie!

- Existe sim! Vocês eram a "Sunset Curve" antes de me conhecerem!

- Mas a "Sunset Curve" também não existe mais! E a gente não vai se separar de você! Sua voz é o que mais marca nossa banda, se você sair, a gente não existe mais!

- Você fala isso só porque é meu namorado!

- Não, eu falo isso porque é verdade, você é talentosa, Julie! Eu tenho certeza que qualquer plateia te amaria!

- Mas e se eu fizer algo errado e ferrar com tudo?

- Nós vamos estar lá com você! Eu prometo! - Ele disse pegando minha mão.

- Obrigada Luke- Dei um selinho nele que logo se transformou em beijo, mas me afastei antes que alguém entrasse na cozinha.

Nós voltamos para a sala recebendo vários olhares, principalmente de meu pai, mas eu fingi demência e continuei conversando com meus amigos como se nada tivesse acontecido.

Passamos um tempo conversando e fomos dormir. Hoje eu fui obrigada a dormir no colchão, mas mesmo assim dormi feito pedra acordando apenas na outra manhã.

Na manhã seguinte, Flynn acordou cedo fazendo com que todos na casa se arrumassem para ir na prefeitura. Nós tomamos café as pressas e fomos diretamente para a van.

Chegando lá, todos desceram, mas apenas a banda, meu pai e Flynn entraram. Lá nós falamos com o secretário, que foi uma pessoa difícil de convencer.

- Bom dia, como posso ajudar?

-Nós gostaríamos de conversar com o prefeito Wellington sobre o show do ano novo. - Meu pai falou

- Desculpe senhor, mas as audiências com o prefeito estão adiadas até o início do ano.

- Mas eu acho que o senhor prefeito não vai ficar muito feliz em ter uma cidade inteira brava por causa da falta de um show, que por acaso todos já pagaram, na véspera de ano novo! - Flynn falou, mas eu percebi o jogo que ela estava fazendo, o jogo de ameaça. - Nós sabemos o que o resto não sabe, então se vocês querem uma solução para esse problema, melhor deixar a gente entrar!

- Eh... Eu vou comunicá-lo sobre a reunião... eh... vocês podem esperar ali... apenas cinco minutos!

- Obrigada! - Flynn fez um sorriso falso enquanto nós todos segurávamos a risada e o secretário foi correndo para outra sala.

- Sério que uma menina de dezesseis anos acabou de ameaçar um funcionário público para conseguir um show? - Alex perguntou.

- É o super poder dela, mas cuidado, ela também pode usar com os amigos! - Eu disse - Como você acha que eu ganhei essa cicatriz? - Mostrei um machucado no tornozelo.

- OK, eu nunca vou provocar a Flynn - Luke disse.

- Bom mesmo, queridinho.

Minutos depois o secretário voltou, liberando nossa entrada para a sala que acabara de sair. Nós todos entramos, mas como havia apenas duas cadeiras, eu e meu pai nos sentamos e começamos a conversa.

- Bom dia, como posso ajudá-los? - Wellington perguntou apertando a mão de meu pai.

- Bom dia senhor, eu sou o Ray Molina e esta é minha filha e sua banda, nós somos de Los Angeles. Como havíamos falado para o seu secretário, nós sabemos que a véspera do ano novo não contará com a banda prometida, por isso viemos sugerir a banda "Julie and the phantoms", a qual os integrantes são estes jovens.

- Senhor Molina, é muito boa a sua ajuda, mas a banda que tínhamos cancelou porque o dinheiro arrecadado com as vendas dos ingressos não foi suficiente! Nós não temos um cachê bom, principalmente para uma banda de Los Angeles!

- Cachê não é o que importa no momento, senhor! - Falei me intrometendo - Nós não somos uma banda grande, então não seria um grande problema.

- Qual é a quantia em questão, senhor? - Flynn perguntou

- No máximo dois mil dólares. - O prefeito falou e eu me segurei para não ficar de queixo caído. Dois mil dólares para o nosso primeiro show pago seria mais do que incrível. - Se vocês aceitarem essa quantia, nós conseguiremos muito bem salvar o show!

- Nós aceitamos! - Eu e os meninos, que até agora estavam calados, falamos.

- Isso é muito bom, muito obrigado! Agora, apenas preciso que saibam o horário da passagem de som e do show. Vocês farão a contagem regressiva para o ano novo. - O prefeito respondeu e nos deu várias folhas indicando os horários. - Jeffrey! Venha cá! - Ele chamou o secretário.

- Sim, senhor?

- Peça para fazerem a divulgação do cartaz que eu mandei em seu e-mail, nós salvamos o ano novo!

Após o que pareciam milhares de anos, nós conseguimos. A Julie and the phantoms vai se apresentar no ano novo de Tahoe City! E é aí que as borboletas do meu estômago atacam novamente!

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Notas da autora:

Ai como eu to boazinha hoje.

Memórias de uma adolescente em crise | JUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora