Capítulo 7

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- Oi Harry - minha voz demonstrava um pouco da minha timidez misturada com insegurança.

- Oi - ele responde com o sorriso lindo.

- Entra.

- Como você está?

- Bem e você?

- Também.

- Animado para ver os jogos que você preparou.

- Ah, não são jogos assim, é mais um lugar.

Levo Harry até o cômodo. Às vezes esquecia o quão grande era.

Rio por dentro por ver que eu era a única pessoa conhecida que tinha um lugar assim. Bom, Scooter também tinha um para os filhos, mas modéstia parte nada comparado ao meu.

Cama elástica, máquina de basquete, mini montanha russa, escorregador, inúmeros jogos de fliperamas. Era o paraíso para a minha criança interior.

Harry arregala os olhos quando entra. As luzes já estavam ligadas e os ventiladores também devido ao calor. Os brinquedos seguiam as cores azuis, brancas e pretas. Não queria que ficasse parecendo um buffet de criança, por isso as cores mais simples.

- Por que não viemos aqui antes mesmo?

- Não sei - dou de ombros - Acho que tinha um pouco de receio.

- Receio do que?

- De você me achar boba.

- Já sei, no começo eu te intimidava... - ele me zoa.

- Para - rio - Mas é tipo isso - limpo a garganta - Olha, sei que eu peço muitas desculpas e você já disse, mas queria te pedir mais uma vez pelo dia da festa do Ed.

- Você não tem culpa de sentir o que sente.

- Mas tenho culpa em dizer as coisas da forma em que digo.

- Admiro isso em você, conseguir pedir desculpas tão facilmente. Eu sou um filho da mãe que não consegue admitir quando estou errado.

Como era bom saber que tudo estava bem entre a gente. Depois que descobri a música que iria lançar, nada conseguia de fato estragar minha vibe. Até a notícia que Justin iria morar com Judah por um tempo não conseguiu totalmente me tirar da paz. Queria ficar leve e curtir essa alegria.

Começamos a jogar os jogos de fliperama. Gostava de todos, mas meu preferido era Pac Man. Optei por na época comprar a máquina de 1996, então podia dizer que me sentia em uma filme onde os amigos se reúnem depois da escola para passar o tempo.

Harry se divertia, principalmente com meu desespero em não morrer, o que me faz recordar do dia do nosso primeiro beijo em seu apartamento. Me lembro como se fosse hoje eu jogando seu vídeo game, comendo a comida que ele preparou e o escutando cantar Little Things. Me recordo da sensação em perceber que estava gostando dele de verdade, de sentir suas mãos em mim e seus lábios junto aos meus pela primeira vez.

Logo após os fliperamas, vamos na mini montanha russa. Ela não era muito alta, até por não caber, mas possuía várias curvas, uma delas de cabeça para baixo. Foi o brinquedo mais caro.

Quando pensei em criar meu parque de diversões, pensei em fazer do lado de fora da casa, mas meu quintal não era grande o suficiente para isso. Não via necessidade em ter um terreno extremamente enorme já que morava sozinha.

Porém ainda sim, minha casa era grande para mim. Quartos só haviam três, mas o suficiente para ocupar todo o segundo andar, juntamente com os banheiros.

No primeiro andar havia a cozinha, sala, sala de música, outro cômodo vazio, uma extensão que tinha a piscina aquecida, o parque e um cinema que nunca usava. Achava ele um pouco assustador.

Fool For You | 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora