Capítulo 11

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Estava dada a largada para minha nova era. O marketing estava sendo um sucesso, Scooter sempre administrava isso da melhor forma possível. Várias celebridades aceitaram participar do projeto do meu comeback. Cada foto postada era uma chuva de comentários diferentes.

Meus fãs subiam tag no twiiter, compartilhavam cada informação, estavam prontos para fazer stream party. Não só eles, como as chamadas pessoas locais - que são aquelas que não são fãs mas escutam suas músicas - estavam ansiosos para o lançamento. Isso porque fomos ousados e estávamos apostando para todo mundo ver que a crítica iria ter que rever todos os comentários maldosos feitos para mim anteriormente.

Apesar de Justin ter dito que iria para uma espécie de retiro espiritual na casa de Judah, eu queria compartilhar essa fase com ele. Por isso, resolvo ir até lá.

A casa de Judah era como um sítio. Assim que entro, consigo ver todo o gramado enorme que havia ao redor. Lá no fundo havia a casa branca de dois andares.

- Entra, vou chamar ele - Judah diz, simpático como sempre.

Fico impressionada como aquele lugar transmitia paz, entendi então porque Justin escolheu ir para lá. Tudo era silêncio, o único som que escutava era dos sinos de ventos que ficavam logo na porta, além dos pássaros, claro.

Ando pela sala que tinha a decoração de madeira. A poltrona com uma manta branca e macia jogado por cima, o vidro extremamente limpo que nos fazia conseguir ver o quintal, a lareira que acima dela havia um quadro cristão escrito "Sede bondosos e compassivos uns com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo. Efésios 4. 32", ao lado uma foto da família dele. Tudo muito delicado.

Me perco observando os detalhes.

- Maia? - levo um pequeno susto com a voz dele.

- Oi - sorrio.

Justin ainda continuava o mesmo Justin. Obviamente ele não iria mudar tanto de aparência em um mês, mas parecia que tinha esse receio de chegar e não reconhece-lo. Sua roupa mesclava com a paleta de cores do lugar, sendo branca, bege e azul bebê em alguns pontos.

Vejo em seu rosto uma expressão de quem não entendia o motivo de eu estar lá. Era justo, ele tinha dito que queria um tempo para refletir e eu estava invadindo esse direito dele.

- Me desculpa vir sem avisar, me desculpa até por estar aqui. Não quero atrapalhar.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, quer dizer, queria contar que minha música vai ser lançada. Você escutou?

- Puts - ele leva a mão na cabeça - Perdão, eu ia escutar mas é que esqueci o pendrive na minha casa antes de vir para cá e não tive como ir buscar. Sei que parece uma desculpa terrível mas juro que não é.

- Tá legal, tenho ela aqui se quiser.

- Claro, quer ir lá para fora?

Nos sentamos em um muro feito de pedras na parte de trás da casa. Já havia um notebook lá, o que dava a sensação de que aquele era um dos lugares favoritos de Justin.

- Achei que tecnologia estaria proibida aqui - brinco, fazendo sinais com os olhos para o notebook.

- Não - ele ri - O melhor é não ter contato mesmo, para poder focar em nós, mas uso o notebook para escutar músicas e ver alguns vídeos motivacionais.

- Entendi.

- Como você está? - ele me pergunta com o tom de voz calmo.

- Muito bem e você?

- Também, apesar de às vezes tudo isso aqui ser intenso.

- Não consigo imaginar algo sendo intenso aqui, olha isso, é o lugar perfeito para se ter paz.

- É, mas é que Judah está me ajudando a curar algumas coisas. Dói às vezes, mas passa.

- Sabe, quis vir até aqui te ver porque parecia que estava faltando isso. Todas as vezes em que fiz algo novo você estava comigo então... sei lá.

- Eu agradeço isso, acho que a gente sempre vai estar ligado um ao outro de alguma forma.

- Isso te assusta?

- Não, isso me conforta.

Coloco a música no meu celular para ele ouvir. Judah me oferece um copo d'água, desço até ele para ir pegar. Então, consigo ver Justin prestando atenção, concentrado no que escutava.

- Uau! - ele reflete - Uau! Não consigo dizer outra coisa... - seus olhos ficam marejados - Está perfeita.

- Obrigada.

- Você disse que era para mim, né?

Me lembro de Harry e de ele achar que a música seria para ele.

- Sim, mas não quero que ninguém saiba por alguns motivos...

- Não vou falar para ninguém, eu sei e isso é o suficiente.

Provavelmente ele achou que era para não causar alvoroço na mídia.

- A Maia de antigamente que escreveu isso para você.

- E o Justin de antigamente fica honrado por isso. Nada era melhor do que a gente junto.

- Sei que não.

- Ainda estou processando a letra - ele ri, coçando os olhos em uma tentativa de não deixar uma lágrima se formar - Que coisa mais linda, Maia.

Olho para ele todo fofo, balançando as pernas enquanto se esforçava para dizer o que sentia.

- Te amo - deixo escapar assim.

- Também te amo - como era bom ouvir isso.

- Tive medo de você se afastar de mim, acho que foi por isso que vim até aqui. Não quero que se afaste.

- É necessário, para nós dois.

- Sei disso, mas sempre disse que antes de tudo somos amigos.

- Can we still be friends? Doesn't have to end - ele começa a cantar a letra da música que havia feito para mim. Friends.

- And if it ends, can we be friends? - continuo a letra - É o que eu mais quero, Justin.

Sabia que Harry estava muito forte no meu coração, estava realmente apaixonada por ele e isso não podia negar.

Essa dúvida que tinha em relação ao Justin antes era relacionado sobre ele e Harry. Mas agora, estava mais relacionada com unicamente o que sentia por Justin. O amava com força, mas precisava saber se esse amor ainda era romântico.

E mesmo se fosse, queria ter certeza se ainda era poderoso o suficiente para continuar me fazendo o querer como antes.

Estava com a oportunidade de fazer isso agora, não sabia quando o veria novamente, mas sabia que ele tinha a mesma dúvida que eu.

Sabia também que se Harry soubesse, ficaria muito chateado. Até porque senti ciúmes quando Cara o beijou. Mas algo em mim gritava para fazer o que precisava fazer, era como uma carta essencial para o jogo que estava jogando. Uma carta que me daria informações que não iria conseguir receber de nenhum outro lugar.

Resolvo arriscar. Não queria o beijar desprevenido, já estava invadindo seu espaço só pelo fato de ter ido até lá. Então, faço sinais para que ele percebesse sem eu ter que falar. Caso ele se esquivase ou dissesse não, iria respeitar.

Me aproximo, viro meu rosto em direção ao dele, olho em seus olhos e passo minha mão sobre seu rosto.

- Justin...

- Eu sei - ele responde.

Então, nos beijamos ali. Não foi uma beijo intenso, com fervor. Foi suave, nossos lábios faziam movimentos tão pequenos que davam espaço suficiente para sentir o que precisávamos sentir.

Ele suspira quando descolamos nossa boca um do outro, com a testa continuando juntas.

Nós dois sabíamos a resposta, apesar das consequências que aquilo nos traria.

Fool For You | 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora