O filho certo.

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Atravessar o mar era algo que Sven estava acostumado a fazer, o menino desde pequeno havia sido enviado para vários lugares, por ser o filho mais novo de cinco irmãos homens, era o que menos teria obrigações a cumprir dentro de seu próprio reino, mas sabia que para sua irmã mais nova conseguir um bom casamento, e chegar a ser uma rainha, ele mesmo deveria se sacrificar em uma missão de honra a procura de um bom casamento para si mesmo. Sua mãe sempre foi uma mulher de grandes expectativas, a rainha de Octagron manteve seus filhos solteiros, aliás independente da idade, todos poderiam ter uma chance com a futura rainha de todos os reinos, sua sobrinha e não tão amada Katherine. Aos olhos da mulher, sua irmã Catania entregou sua alma para conseguir um filho, e como sua alma não foi o suficiente, mandou uma filha, ainda sobre a visão da monarca, Katherine era uma jovem, sem tempero, com poucas curvas, cabelo desgrenhado, e o que mais a incomodava, a criança nascerá já com a coroa sobre sua cabeça, não precisou mover sequer um dedo para conquistar o que tinha em suas mãos. Enquanto Amélia se via perdida com seus sete filhos em um casamento infeliz, a frigida governante tinha em sua mente que quase se tornou rainha dos doze reinos, mas graças a sua estéril irmã, perderá tal oportunidade, mas veria um de seus filhos ao trono.

Sven era recebido com comemoração em seu lar, desde que Samael deixou o reino em buscas de aventuras entre as terras prometidas de Cyntera, Amélia não perdia sequer uma chance de fazer um banquete e comemorar, seja qual for à ocasião. E essa não era a menos importante, pelo contrario.

- Ela pediu, na verdade implorou para que eu a pedisse em casamento. – O jovem falava virando uma taça de vinho por completo em sua boca. – As bebidas de Octagron tem mais gosto. – Ele tentava mudar de assunto, queria fazer a sua parte, mas falar sobre os tais planos da mãe o deixavam um tanto atordoado.

- Ela ainda não conhece seus irmãos depois de crescidos. – A mulher começava. – Deixei a oportunidade de você Sven, crescer ao lado de Katherine, para que você tivesse a oportunidade de subir ao trono de Arbolon.

- Não deixem com que meus irmãos escutem isso. – Ele riu

- Seus irmãos têm mulheres em todos os cantos do reino. – ela respondeu.

- Então por que ainda não os deixou? – Ele perguntava, querendo a sinceridade. E ele a teve.

- Eu acredito no seu potencial filho, mas não posso deixar de ter outras cinco cartas em jogo.

- Não enxergo sua excitação em Arbolon. – O abusado se levantou da mesa. Precisava de um ar para respirar.

- Não consigo ver a sua excitação naquela garota. – A mãe o acompanhou.

- Foi você quem a estimulou. – O menino ficava frente a frente com sua mãe.

- Sven... – A mulher sussurrou

- Mamãe... a senhora me criou para isso- Ele tocava em seu membro sobre a calça de couro que vestia. – Se toque pensando nela. – Ele falava caçoando do rosto espantado de sua mãe. – Eu me satisfaço com outras mulheres imaginando o dia que será apenas eu e Katherine.

- Então continue se satisfazendo com outras mulheres. – A figura materna pegava o braço do menino e o empurrava para longe. – Katherine será uma esposa virgem pra você.

- Eu espero que seja. – O rapaz debochava. – Se não for terei perdido grande parte dos meus sonhos.

Mais taças de vinho eram servidas enquanto seus irmãos se aproximavam, a rivalidade entre todos foram aguçadas desde seus nascimentos, seus únicos momentos em família era quando Amélia insistia em manter todos sentados em uma grande mesa para corte se deliciar da frutividade da rainha. A menina, a filha mais nova mal ficava entre os homens da família, ela era mantida em uma reclusão social, vendo sua mãe apenas uma vez ao dia, e tendo suas aulas de etiqueta separadamente com suas damas de companhia trinta anos mais velhas que a pequena princesa. Ela foi a ultima filha do casal não tão apaixonado, não se sabe o motivo, se a rainha não poderia mais ter filhos, ou se o encanto entre marido e mulher tinha se acabado.

Amélia era uma mulher bonita, tinha um corpo longo, alto e magro, com curvas bem definidas em um quadril largo, fruto se suas gestações, tinha seu cabelo loiro para baixo de sua cintura, e sempre estava carregada de muito ouro, em seus olhos uma tintura preta era usada, o que realçava sua cor azul dos mesmos, como a de seus filhos, uma beleza hereditária.

- Eu espero que todos estejam preparados, em apenas uma lua será a grande comemoração. – A rainha dirigia a palavra a todos os seus filhos que agora se encontravam na grande mesa de exposição.

- Seis homens para uma mulher, é querer muito pra coitada. – Antony falava em voz alta e debochava.

-Cinco homens- Gohe corrigia o irmão mais velho. – Sven não conta, ele foi criado como irmão da menina.

- Talvez eu conte mais do que os cinco juntos. – O mais novo se manifestava.

- A menina quem vai escolher? – Declan se colocava na conversa.

- Não sabemos. – A mãe tentava encerrar o assunto. – Agora voltem suas atenções as pessoas, esse assunto já deu o que tinha que dar.

- Eu sinto que a senhora tem medo de nos magoar, como se quiséssemos estar ao lado de Katherine. – Antony, um homem formado, bonito aos olhos de muitas mulheres, era o primeiro herdeiro ao trono de Octragon, além de sua beleza, tinha sua saúde perfeita, o que deixava o homem com uma vantagem rigorosa sobre seus irmãos mais novos, ele tinha o rosto de sua mãe, mas os cabelos escuros de seu pai, os olhos de um azul ciano, em sua face uma barba tão escura quanto seu cabelo. Ele tinha conhecimento de sua beleza e de seu poder. – Mantenho você ainda como rainha de Octagron por ter a certeza que meu pai está vivo, então mulher, saiba que com ou sem Katherine, eu tenho o poder sobre meu reino e sobre as decisões tomadas ao respeito.

Uma mãe que não tinha controle sobre seus filhos era uma mãe fracassada, Amélia poderia ter apostado suas fichas no filho errado? 

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