CHAPTER 28. we need to talk

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28. NÓS PRECISAMOS CONVERSAR

🥊 DREW

Meus olhos olhavam seriamente para o meu celular, cogitando a ideia de não fazer isso. Respirei fundo várias vezes, pensando que talvez aquilo não fosse da minha conta. Porém, num golpe de adrenalina, digitei seu número e esperei que ela atendesse.

Oi querido! Aconteceu alguma coisa? — Ela atendeu no quarto toque.

— Podemos conversar? É importante. Muito importante.

Ah, claro. Te mando o endereço de um café perto da empresa.

— Na verdade, eu quero te levar em um lugar.

Tudo bem. Sabe onde fica a empresa, né?

— Sei sim.

Vesti uma roupa quente e saí do apartamento, indo até o carro. Faltavam três dias para o natal e eu sabia o presente perfeito para dar à Ariel.

Dirigi rápido pelas ruas de Palo Alto, com uma mistura de emoções que me faziam ter borboletas na barriga.

Assim que estacionei o carro na frente da empresa, tia Aurora sorriu e entrou, me dando um beijinho carinhoso na minha bochecha.

— O que era tão importante para atrapalhar meu almoço, hein mocinho? — Perguntou brincalhona.

— Tia, qual é o nome do pai da Ariel? — Ela me olhou confusa e suspirou, relaxando no banco.

— Raymond Scorpio. Muito amigo do seu pai, Jeremih tinha ciúmes da amizade dos dois. — Disse. — Ele está na Inglaterra agora, com a sua incrível carreira como boxeador.

— Ele voltou para os Estados Unidos há onze anos.

— E como você sabe?

— Porque foi ele que me ensinou tudo o que eu sei sobre o boxe.

Aurora engoliu em seco e encarou a estrada. Por mais 10 minutos, o carro entrou num silêncio profundo. Assim que eu estacionei em frente à academia, a mulher ao meu lado segurou minha não firmemente.

— Ele está aqui?

— Sim.

— Você deveria ter me contado antes, Andrew.

— Bom, eu contaria se eu soubesse, né?

Saí da Hilux e Aurora me acompanhou. Ray costumava almoçar na academia, odiava deixá-la sozinha.

E, como sempre, ele estava sentando em sua cadeira velha com um pote de macarrão ao seu lado, assistindo algum jogo gravado de futebol. Bati na porta — mesmo estando aberta — e Ray olhou-me. Aurora ficou numa posição para que não fosse vista.

— O que faz aqui, garoto? — Perguntou, diminuindo o volume da televisão.

— Quero te apresentar uma pessoa. — Murmurei e segurei a mão de Aurora, trazendo ela para o meu lado. — Mas acho que você já conhece.

— Aurora?! — Ray estava completamente surpreso, mas a mais baixa ficou em silêncio, sem saber o que dizer. — Pensei que você estaria em Nova Iorque. Como sempre sonhou.

— Você tem uma filha. — Arregalei os outros olhos com a forma pouco perspicaz de Aurora. Raymond me olhou com uma certa confusão em seu semblante.

— Acho que vocês tem muito o que conversar. — Surrurrei, tentando sair de fininho.

— Você fica! — Os dois falaram em uníssono, fazendo meus músculos tremerem.

— Entrem no escritório. Agora. — Ordenou, como sempre fazia. — Do que você está falando, Aurora?

— Ariel é sua filha. Não de Jeremih. — Tia Aurora estava fazendo o oposto que eu pensei que ela faria. Não estava sendo delicada e muito menos tendo cuidado com os passos que dava. — E não me pergunte como isso aconteceu. Não foi pela cegonha.

— E por qual motivo você decidiu me esconder isso por dezoito anos? E eu quero uma explicação muito boa, Aurora!

— Eu posso ir?

— Fica sentadinho aí, Andrew. — O tom autoritário de Aurora fez com que eu me sentasse novamente. — Você fugiu pra Inglaterra, me deixou sozinha. Jeremih estava lá quando eu soube da minha gravidez.

— Você sabia de todos os meus planos! E você também sabia que eu largaria tudo para ficarmos juntos se tivesse terminado com aquele homem. Mas fez o que? Correu para os braços dele como sempre fazia. Que alternativa eu tive? Preferi correr atrás dos meus sonhos do que comer na sua mão.

— Não me julgue.

— Você descobriu há quanto tempo que Ariel é minha filha? — Ray estava furiosos. — Responda!

— Eu sempre soube.  — Scorpio riu em desdém, passando a mão pela barba rala. — Você estava na Inglaterra!

— Sabe o que é um celular? É muito usado hoje em dia. E carta? Também é bem útil.

Eu estava louco para sair correndo. Odiava ficar no meio do fogo cruzado, porém, ambos precisavam saber do paradeiro de cada um.

— Eu quero ver a minha filha. — Agora Raymond carregava um ar chateado, como se o mundo dele estivesse desmoronando e sendo construído ao mesmo tempo.

Scorpio era uma incógnita, mas a única coisa que eu sabia era que ele sonhava com uma família. Largaria o boxe para dormir com alguém ao seu lado e acordar com uma criancinha pedindo café da manhã. Mas ele havia perdido essa fase.

— Ela não está preparada para esse choque, Ray. — Adverti e o homem me olhou com um olhar furioso, fazendo com que me encolhesse no sofá involuntariamente.

— Ela já está indo para faculdade? — Perguntou e Aurora assentiu. — Eu perdi o fundamental e o ensino médio, Aurora? Como você pôde fazer isso comigo?

— Eu não queria atrapalhar sua vida. E Jeremih estava lá, você estava no auge da sua carreira. — Tentou explicar-se, mas as desculpas de Aurora só deixavam Ray ainda mais bravo e triste. — Me perdoe.

— O natal está se aproximando. Poderemos fazer uma reunião. Minha família, vocês dois e Ariel. — Dei a ideia. Raymond olhou para Aurora esperançoso, esperando um vestígio de aprovação.

— Tudo bem, eu irei falar com ela antes. — Tia Aurora informou e nós dois assentimos.

Deixei Ray junto da mãe de sua filha a sós, pois eu havia ficado saturado com a pouca discussão que presenciei. Afinal, eu havia feito o certo, não é?

 Afinal, eu havia feito o certo, não é?

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Reta final de Knockout.

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