Capítulo 12

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— O que faz aqui? — Seus olhos, com suas pupilas verticais, estavam estreitos.

— Posso entrar? — Perguntei, encolhendo meus ombros.

Ele não falou nada, me dando entrada como resposta.

Seus objetos pessoais estavam em cima da cama, roupas, elixires e mais.

— Ainda não me respondeu. — Saí da bolha de pensamentos que estava ao ouvi-lo, me virei para olhá-lo.

— Prometi que viria. — Respondi, engolindo em seco.

— Chegou tarde. — Sua expressão era dura, me encolhi diante do seu comentário.

— Não foi intencional. — Suspirei, me sentando em cima do seu baú. — Cidaris não está ao nosso lado, Geralt. — Estalei alguns dedos, desviando meus olhos dos seus para avistar uma espada com a lâmina quebrada em cima do seu leito.

A levantei, vendo um líquido viscoso descendo no que sobrou dela.

— Sangue de lobisomens. — O escutei murmurar, encarei seu rosto inexpressivo.

— Devem ter sido muitos, já que quebrou a lâmina. — Encarei o resto de espada novamente, a colocando de volta onde encontrei. — Sinto muito por não ter aparecido no tempo certo. — Não o olhei, estava envergonhada. — Eu tentei. — Cruzei os braços, criando coragem para o fitar.

— E Sven? — Franzi as sobrancelhas, não entendendo. — Qual a desculpa dele?

— Ele não veio? — Negou com a cabeça, abaixando o olhar. — Eu não sabia, já faz tanto tempo que não nos falamos. — Fechei os olhos, colocando minhas mãos no rosto. — Que merda. — Sussurrei para mim mesma, mas sabia que ele escutaria. — Já sabe para onde vai? — Tentei mudar de assunto.

— Não. — Cruzou os braços, me olhando.

— Não comece por criaturas aquáticas, são bem diferentes do que é dito aqui, então nem pense em ir para cidades do outro lado do continente. — Franziu o cenho. — Seu corpo irá mudar bastante, então deixe tudo que é para feridas já preparados em sua bolsa. — Bocejei, eu realmente estava cansada.

— O que quer dizer? — Me levantei, mostrando o vislumbre de uma cicatriz que começava em meu pescoço.

— Terá muitas. — Assentiu, entendendo. — Irei para o meu quarto, passei a madrugada inteira montando Cecily para chegar aqui a tempo, mas não deu. — Minha cabeça pesava. — Encontro você depois? — Acenou com a cabeça positivamente, me olhando andar até a porta. Antes de sair, lhe dei um olhar, e falei: — Foi bom revê-lo, Geralt. Senti sua falta. — Então fui para o quarto ao lado, adormecendo enquanto pensava em Sven.

Onde você havia se metido, Sevenni?

[...]

Acordei com gritos, e um calor absurdo tomando conta do meu  corpo.

Minha vela, que havia sido acesa, se encontrava derretida.

Madrugada.

Me levantei bruscamente ao ouvir vozes altas e passos pesados no corredor.

Minha cabeça zunia, só que agora eu não tinha tempo para me preocupar com tal incômodo.

Coloquei meu gibão, calcei as botas de couro, amarrei o cabelo e peguei minhas duas espadas.

Dentro do gibão havia alguns bolsos, e neles coloquei tudo o que achei ser precioso.

Mesmo não tendo o que me preocupar, pois tinha um cofre no banco central de Tretogor, e nele possuía tudo de mais valioso que eu tinha.

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