Capítulo 05

1.8K 202 41
                                    

A casa do intendente era simples, sua estrutura era constituída por madeiras escuras.

Estávamos em frente a sua casa, o taberneiro, que se chamava Mahne, se encontrava ao meu lado, me olhando apreensivo.

Respirei fundo, batendo na porta em seguida.

Não demorou muito para sermos atendidos.

Quem apareceu foi uma mulher, devia estar com seus quarenta e poucos anos, seu cabelo era loiro, sua pele pálida, e seus olhos azuis.

— O que desejam? — Perguntou, olhando-me de cima a baixo, passando seus olhos, também, no homem ao meu lado.

— Viemos falar com o Senhor intendente. — Respondeu o homem.

— Ele saiu, não faz muito tempo. — Responde a mulher, pondo os lábios em linha reta em seguida.

— Diga a ele que é sobre as meninas que andam desaparecendo, Sarah. — Respondi um pouco ríspida, notando seu rosto empalidecer quando falei seu nome.

— J-já disse que e-ele não está, S-senhorit... — A interrompi.

— Não viemos fazer nenhum mal ao seu esposo. — Pontuei, olhando em seus olhos. — Apenas precisamos falar com ele, e sabemos que ele está aí. — A olhava fixamente.

Sarah me olhou por mais algum tempo, mas logo assentiu.

— Para que todo este receio? O marido desta mulher lida até com feiticeiros, os piores dos piores. — Resmunguei, respirando fundo.

Mahne me olhou, o olhei de volta.

— Sarah é uma boa mulher, ela apenas está preocupada com seu marido e suas duas pequenas filhas. — Assenti. — Teve uma época, não muito distante, em que todos aqui confiavam um no outro. — Respirou fundo, seu corpo estava tenso. — Os que apresentavam perigos, eram apenas aqueles que bebiam e não sabiam quando parar. — Nada respondi, seu olhar estava vago.

— Agora, nossas filhas estão desaparecendo. — Uma voz grave soou. O intendente. — Não sabemos se nossas crianças terão um amanhã. — Seu tom de voz demonstrava tristeza.

O intendente era um homem alto, magro, e de cabelos amarelados.

Seu rosto apresentava olheiras enormes, parecia que não dormia há dias.

Respirei fundo, antes de me dirigir ao mesmo.

— Mahne me contou o que anda acontecendo na cidade. — Comecei, o homem, que agora estava em minha frente, me olhou. — Vim para oferecer ajuda. — Ele nada disse.

Ficamos nos encarando por algum tempo, e, assim como Mahne, seus pensamentos eram de confusão e dor, muita dor.

— Primeiro; eu gostaria de me desculpar por Sarah, ela está desolada com o desaparecimento de sua irmã. — Olhou para as árvores que tinha em volta da sua casa, e logo depois abriu a porta da mesma; nos convidando para entrar. — Segundo; prefiro tratar desses assuntos dentro da minha casa, entrem, por favor. — Fez sinal, com sua cabeça, para dentro.

Entrei primeiro, não disfarçando meus olhares curiosos para o interior de sua residência.

O fogo da lareira aquecia todo o lugar, um tapete, que acreditei ser de pele de urso, jazia o chão.

O lugar estava quente, e, pelo que parecia, também era aconchegante.

— Venham! — O intendente falou, andando em nossa frente logo após.

Não muito tempo depois, entramos no que parecia ser uma biblioteca.

Havia uma mesa, cheia de papéis, tinteiro-pena, e também tinha algumas cartas lacradas em sua superfície.

WARRIOR | The Witcher Onde histórias criam vida. Descubra agora