Capítulo 08

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— Preciso ir! — Falei para Mahne, este que me encarava da porta do quarto da estalagem.

Quando saí da casa do prefeito, saí às pressas.

Mahne veio atrás, o intendente, ao me ver descendo as escadas com toda aquela correria, não demorou para ir ver o que tinha acontecido com seu amigo prefeito.

— Me dê respostas! — Falou, dando alguns passos em minha direção. — Preciso de respostas! — Suspirei, sentando na cama.

Eu estava afobada, mas o homem precisava de respostas.

Eu não podia deixá-lo no escuro.

— Não vim para cá por coincidência, fui mandada. — Comecei, encarando o chão. — Eu não sabia o que estava acontecendo, achei que alguma criatura se encontrava por aqui. — Olhei para ele. — Apenas. — Assegurei. — Por um momento, achei que o homem que estava tendo contato com as garotas desaparecidas estava sendo manipulado por uma lâmia. — Abri minha bolsa, colocando o livro, o que estava com Calless, dentro dela. — Um ser capaz de submeter qualquer homem à sua vontade. — Coloquei meus olhos, novamente, no taberneiro.

— Só que uma lâmia não tem um tipo específico, e geralmente atacam homens. — Concordei com sua observação.

— Eu ando por todo o continente, Mahne, há mais anos que poucos podem contar. — Me levantei, ficando a alguns passos do homem de cenho franzido. — Mas me isolei por alguns anos, por conta de uma perda que tive. Um amigo. E, por isso, fiquei por fora de muitos assuntos. — Me aproximei ainda mais, falando mais baixo. — Os líderes de Nilfgaard estão aniquilando cada um que não concorda com seus princípios, e provavelmente aqueles que apresentam riscos estão sendo mortos das piores formas possíveis. — Não chegava a sussurrar, mas eu falava mais baixo para que ninguém, além deste pobre pai, corresse o risco de ouvir.

— O que as garotas tem a ver com isso? — Perguntou, a confusão explícita em sua face.

— Quando entrei no quarto de Calless, notei alguns símbolos na parede. Símbolos da magia proibida. — Me afastei. — Pelo que sei, Nilfgaard esta com uma feiticeira bastante minuciosa. E, sem nenhum escrúpulo, ela vai passar por cima de qualquer um para conseguir o que quer. — Não queria lhe deixar mais preocupado, mas eu tinha feito um juramento.

Sem mentiras, sem comprometimentos.

Argh, como eu estou odiando tudo isso!

— Ainda não me respondeu. Elleonor é uma boa garota, jamais se juntaria a feiticeiros! — Passou a mão pelos cabelos. — Muito menos por maldade!

— Tenho certeza que Elleonor é uma boa garota, mas acredito que ela foi levada, contra sua própria vontade, por um Nilfgaardiano. — Falei de uma vez. — A mando de Fringilla, a feiticeira. — Garotas boas, ingênuas e virgens.

Eu estudei por muitos anos, tanto a magia proibida quanto a magia permitida.

Eu, filha da justiça, precisava de todo o conhecimento para poder destruir qualquer um que apresenta perigo para a vida humana.

Por mais desprezíveis que fossem, ainda poderiam melhorar.

Lembro dos livros escritos com sangue de virgens, das fórmulas que usavam o sangue de pobres donzelas.

Elixires com lágrimas de dragão, pomadas com olhos de recém nascidos.

A magia dos homens, como antes era chamada.

Tudo que se podia fazer com o sofrimento humano, principalmente com o dos inocentes.

Por essas, e outras, muitos alfarrábios¹, os que continham a feitiçaria dos homens, foram trancados, outros queimados, e todos proibidos.

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