WARRIOR | The Witcher

Capítulo 09

— Feliz aniversário! — Abracei Sven, que ainda estava com o rosto inchado por conta do seu sono interrompido. 

— Você poderia ter esperado o amanhecer, não acha? — Perguntou mal humorado, me deixando entrar em seu quarto em seguida.

— Sim, — dei de ombros — mas quis ser a primeira a te parabenizar. — Sentei em sua cama, o olhando fechar a porta e depois sentar ao meu lado.

— Não sei o porquê de tanta cerimônia, sabe que não ligo para essas coisas. — Deu de ombros.

— Eu ligo. — Sorri de lado. — Foi o dia que você chegou aqui. Se lembra de quando caiu da cama? Com medo de mim? — Ri ao lembrar.

— Você foi bem malvada. — Brincou, rindo também.

— Bom, graças a isso nos tornamos amigos. — O encarei. — Acho que nunca te agradeci por sempre ter estado ao meu lado. — Seus olhos começaram a brilhar, a luz da vela percorrendo o seu rosto.

— Sabe que não precisa agradecer, é besteira. — Neguei com a cabeça.

— Não é, e você sabe muito bem.— Suspirei. — Amanhã será o seu grande dia. — Olhei para o chão, para que ele não pudesse ver minhas feições tristes.

— Sei o que está pensando. — Falou depois de um tempo. — Vai ficar tudo bem, Maeve. — Tocou meu ombro direito, me abraçando de lado logo após.

Ficamos assim por bastante tempo.

Não sabemos nossas datas verdadeiras de nascimento.

Os anos que comemoramos são os anos após nossa chegada a escola do lobo.

Não era somente uma idade nova, era um ano a mais de sobrevivência.

Muitos não conseguem chegar nem aos quinze anos, e os poucos que conseguem não desejavam ter conseguido.

Me afastei de Sven, abrindo o fecho das pequenas argolas de aço intercaladas que envolviam meu pescoço.

—Toma, pode ficar. — Coloquei a corrente em sua mão direita. —  Presente de aniversário. — Sorri, vendo seus olhos brilharem ainda mais. — Quando você ganhar o seu, amanhã, é só me entregar. — Dei de ombros.

— Só espero não perdê-lo. — Falou, analisando a insígnia do lobo.

— Não seja negativo, não irá. — Baguncei seus fios. — Você é forte. — Sorri, o encarando sempre.

— Você sempre se lembra de mim, obrigado. — Inclinou a cabeça, me abraçando apertado.

— Por nada. — Retribuí seu abraço. — Jamais esqueceria de você.

— Fala isso agora, daqui uns anos não lembrará nem do meu nome. — Bati em seu braço.

— Não fale bobagens, sabe que isso é impossível. — Fez uma careta.

— Vai dormir aqui? — Perguntou depois de um tempo, neguei.

— Não, vim te desejar feliz aniversário e deixar o colar com você para te dar sorte mais tarde. — Me levantei da cama. — Eu sei que você vai conseguir, Sven. — Apertei seu ombro. — Eu estarei lá, torcendo por você. — Sorri, vendo ele sorrir novamente.

— Obrigada. — Agradeceu.

— Por nada. — Me dirigi para a porta do quarto, dando um último olhar em sua direção. — Descanse, hoje será o seu penúltimo dia aqui. — Sorri triste, mas também estava feliz por vê-lo chegando tão perto da real vida.