Anjo - Book 1 [Harry Styles]

Lufos

    Passo pela porta do refeitório e ando ate a ultima mesa que eu a Hello sempre sentamos. Quando eu olho pra trás vejo que o Styles não esta mais me seguindo. Me sento na frente da Hello e pego uma batata frita do seu prato, ela bate na minha mão e eu dou um sorriso inocente.

   - Porque demorou tanto? - ela perguntou olhando pras outras mesas no refeitorio.

   - O louco do Styles tava me seguindo - olho pra trás de mim onde ela tava olhando e vejo o Styles vindo ate a nossa mesa.

   - Não acredito - a Hello suspira enquanto ele caminhava ate a gente.

    Reviro os olhos e me levanto da mesa antes dele sentar.  Esse menino tem mania de perseguição?  Quando dou meu primeiro passo longe da mesa ele joga sua bandeja de comida mim.

   Meu moletom esta cheio de purê de batata e um molho nojento do macarrão escore pela minha calça.

   - Serio?! Jogar comida em mim? Essa já esta ultrapassa! - grito e empurro ele.

    Isso já é normal pra mim,  as pessoas jogavam comida todo dia e me chamavam de bruxa. E agora esse muleque quer voltar no tempo com as brincadeiras? 

    - Isa! - consigo ouvir a Hello me chamar, mais a única coisa que faço é correr pra qualquer lugar.

   Passo no meu armário e pego minha mochila, coloco ela no ombro e corro pra fora da escola.  Consigo ver os cabelos longos e loiros da Hello na porta me olhando.

   Por incrível que pareça,  essa é a primeira vez que "mato aula". Chego em casa e vou tirando meu moletom, jogo ele em um canto do meu quarto e coloco um shorts no lugar das calças. Sinto lágrimas vindo e tento segurar, sem minha permissão elas escorrem pelas minhas bochechas.

   Pego a lista do que tem que comprar na geladeira e saio de novo de casa. Na fila do mercado sinto a pessoa de trás me olhar, tento vencer minha curiosidade e não olhar. Quando pago as compras sigo pra casa segurando as sacolas pesadas.

    Uma mão segura minha boca, grito mas o som sai abafado. A pessoa me arrasta pro beco e mais 2 homens saem de um carro que estava parado ali.

    - Cade o amuleto? - um dos homens segura meu queixo me fazendo olhar pros seus olhos totalmente brancos. Dou um grito com aquela coisa horrorosa e chuto ele com meus pés nas partes baixas dele, ele faz uma careta e me da um tapa na cara.

   - Onde esta o amuleto?! - ele grita, consigo sentir seu bafo de cachorro em mim.

   - Que amuleto? - pergunto pra eles e pra mim mesma.

   - Menina eu to sendo bonzinho com você. Me responde!  Onde esta o a-mu-le-to? - ele chega aqueles olhos perto de mim e fecho os olhos. Oque é isso????? 
   Chuto as minhas pernas tentando acerta-lo. Ele da uma risada.

   - Você que pediu - diz ele enquanto tira uma faca de sua bota, ela era enorme e seu lamina tinha um tom roxo forte. Ele levantou a faca no ar e encravou ela no meu ombro. O grito que saiu da minha boca foi tão agudo que ate me assustou.

   A dor era insuportável.  Um dos caras que segurava meus braços se contorceu e se abaixou. Senti uma dor pior ainda o meu outro ombro. Lágrimas saíram dos meus olhos sem eu perceber. Me debati pra soltar meus braços, mais nada adiantou, só conseguia grita, gritar e gritar. 

     Ate que senti a mão de um dos caras no meu pulso se afrouxar,  tentei fugir mas no meu primeiro passo eu cai. Olhei pros homens encapuzados baterem um no outro, me arrastei pra longe da briga, dei um grito quando vi um deles se transformar em cachorro e morder o braço do... do...Styles?
     O homem que me deu a facada era o único em pé.

    - Você vai me pagar Harry!! - Ele gritou e entro no carro.

    O beco fico tão quieto que só conseguia ouvir meus soluços altos. Styles se ajoelhou no chão e passou a mão pelo seu cabelo, sua cara era de medo e terror.  Ele levou sua mão ate a faca que ainda estava encravada no meu ombro e puxou ela um pouco, gritei com a terrível dor, como se mil pedaços de vidros ficasse entrando e saindo do meu ombro a mil por hora. 

    - Aguenta Isa, por favor - a voz dele estava mais baixa que um sussurro.

     Ele tirou a faca de uma vez do meu ombro, eu não sabia como estava aguentando toda essa dor.

   - O-o que era aquilo? - minha voz mal sai.

   Ele olhou meu outro ombro que tinha uma ferida enorme e ficou olhando pra mim como se eu fosse um daqueles bichos.

   - O que era aquilo? - repiti, ele coloca um dedo na minha ferida, pego a camisa dele com a mão e aperto com força em um movimento de reflexo.

   - São Lufos - ele me responde e me pega no colo - tenho que cuidar desse machucado.

   Ele anda por aquele beco comigo no colo e entra em uma porta que estava escondidas com pedaços de madeira, ele chuta as mesmas e com um das mãos abre a porta.

    É um porão sujo e empoeirado,  ele me coloca em um sofá e tira um remédio de dentro de uma caixa e passa no meu machucado, fecho os olhos já esperando a dor, só que no lugar sinto uma coisa gelada no ombro. Depois que ele se afasta do meu ombro ele olha para meus olhos verdes acinzentados. 

   - Como você ta viva? - ele pergunta como se eu fosse uma aberração.