Capítulo um

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— Por qual motivo tentaram invadir a Shield? — indaga Natasha.

— De alguma forma, descobriram que estamos mantendo uma, digamos sobrevivente, aqui.

— Foi aquele acidente de avião?

— Foi tudo muito complexo, ninguém sabe como aquele avião foi atingido por tantos raios. O que mais me intriga, foi o fato dessa mulher ter sobrevivendo praticamente ilesa.

— E por qual motivo ela ainda está aqui?

— Ela está numa espécie de coma profundo, mas no caso dela, não é necessário nada conectado ao seu corpo para se manter estável.

— E isso faz quanto tempo?

— Seis meses, e ela não esboçou nenhum sinal até agora.

— Essa é ela? — a ruiva para em frente ao vidro.

— Amana González, ela é brasileira, foi adotada por Paraguaios que viviam no Brasil.

— Ela é tão bonita, parece emanar um brilho prateado.

— Esse  brilho surgiu logo após o acidente.

— E essa marca de lua na testa?

— Não estava aí antes — ele coloca a palma da mão no sensor e logo depois o olho para a leitura óptica.

— Aqui está um pouco frio — ela alisa os braços por  cima da roupa.

— Esse frio parece vir dela, ainda não descobrimos a origem disso.

— Acho que ela está se mexendo — a ruiva se aproxima, Amana estava movendo as pálpebras como se quisesse abrir os olhos.

— Amana? Você pode nos ouvir?

— Aonde eu estou? — ela abre os olhos, por um instante um brilho azul os ilumina.

— Você sofreu um acidente de avião, está aqui há seis meses desacordada.

— Tanto tempo...— ela parece digerir as informações — Aqui não parece ser um hospital.

— Somos da Shield, você ficará bem.

— Me sinto tão estranha — ela se senta — E esse brilho na minha pele?

— Simplesmente surgiu, pensei que soubesse sobre isso — diz Natasha.

— Isso nunca aconteceu, parece que faz parte de mim.

— Acho melhor ser examinada, foi um longo período de tempo em que esteve desacordada. Também precisamos saber, sem tem mais coisas além desse brilho e da lua em sua testa.

...

Amana estava muito confusa, tinham se passado seis meses, ela esteve desacordada todo esse tempo. A morena se encara no espelho, seus fios já longos tinham crescido um pouco mais, eles ainda estavam brilhosos, mas as pontas precisavam ser cortadas. Seus olhos castanhos pareciam normais, talvez mais escuros, quase que pretos.

Quando pequena ela parecia uma índia, sua mãe costumava a apelidar carinhosamente de indiazinha. Depois seus traços foram mudando um pouco, mas continuou com a pele morena que parecia ter um bronzeado natural, seus fios sempre escuros contratavam com ela, Amana sempre chamou atenção por sua beleza. Principalmente quando foi estudar fora, sempre comentavam como as brasileiras possuíam uma beleza natural.

Tinham lhe entregado suas malas, ela já tinha tomado um longo banho. A morena veste uma calça preta colada com uma camiseta creme soltinha por dentro da calça. Ela calça um par de saltos de bico fino e coloca alguns acessórios dourados, Amana prende seus fios escuros num rabo de cavalo alto e sai do banheiro.

— Está tão linda — diz a ruiva — O brilho e a lua sumiram.

— Obrigada — ela sorri — Acho que só aparecem quando querem.

— Seu nome é tão diferente, qual o significado?

— É de origem Tupí, significa água que vem do céu. Esse nome estava nesse colar — ela mostra o colar indígena com a inscrição talhada.

— Você acha que o que aconteceu com você, esse brilho, tem ligação com sua origem?

— Talvez, mas é difícil de saber, nem sei quem são meus pais de sangue.

Moon and thunder ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora