Bônus

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É uma adaptação minha, baseada na mistura de mais de uma lenda. Não me prendi a nada, então não exijam total fidelidade.




Tupã amava muito a Jaci, mas sabia que não tinham como ficar juntos. A vida dos deuses parece fácil, mas quanto mais poder mais difícil as coisas são. O que para um mortal é fácil, como ficar junto de quem também lhe quer, para eles existiam várias barreiras. Uma coisa que sempre o incomodou também foi a paixão de Guaraci por Jaci, era triste notar que a paixão dos dois era mais impossível ainda, o sol e a lua Jamais ficariam juntos.

Tupã se compadeceu da tristeza de Jaci, resolveu que o melhor seria não ficar longe, que talvez não pudessem está sempre juntos, mas seu amor não seria tão impossível quanto ele pensava. Foi aí que o deus resolveu criar a representação de seu amor pela deusa lua, uma filha, parte dos dois.

Jaci ficou tão feliz, logo seu amor por Tupã voltou a despertar, ela lembrou do dia em que se casaram. Na tentativa de esquecer a distância entre ela e o deus trovão, acabou por se meter em mais uma tragédia amorosa. Mas com a criação da pequena menina, ela sentiu que nada daquilo tinha feito sentido, que se afastarem por tanto tempo, no final a humanidade já tinha passado por muito, e eles sofreram por não lutarem pelo que sentiam.

— Ela é tão linda — Jaci toca o rosto da bebê - Se parece com você.

— Ela é o símbolo do nosso amor, a forma palpável de tudo que sentimos.

— Quero lhe da um nome.

— E qual seria? — ele observa a deusa, tão feliz e linda.

— Seu nome será Amana, ela será representada pela chuva, será agraciada com grande beleza e encontrará um grande amor.

— Amana terá grande poder, será uma forte guerreira.

— Nós a abençoamos, Amana. Você será uma bela e forte mulher.

— Lhe presenteio com esse colar, atrás de uma das sementes tem seu nome. Deve usar o nome dado por Jaci, sua mãe.

— E jamais abandonar o colar dado por Tupã, seu pai.

— Devemos entregar nossa filha, um casal de bom coração deverá cuidar dela.

— Sempre estarei te olhando, quando a lua estiver no céu, olhe para o alto e lembre que estou cuidando de você — a bebê se mexe nos braços de Jaci.

— Não queremos te abandonar, apenas te da a oportunidade de viver o que nunca poderemos.

— Que você seja feliz e que possa amar livremente.

— Jaci, devemos nos despedir de Amana.

Com muita dor no coração, Jaci beija a testa da pequena que tinha a pele avermelhada, provavelmente puxaria ao pai, os cabelos ralos indicavam que seriam escuros como os dele. Ela entrega o bebê para Tupã, o deus do trovão desceria a terra e entregaria o bebê para quem poderia lhe proporcionar uma vida normal.

— Nos veremos outra vez, é uma promessa — ela observa Tupã desaparecer com o bebê nos braços.





Esse não é o capítulo que falei, é o capítulo oito. Mas quis mostrar um pouco de Jaci e Tupã, o dia em que se despediram de Amana. Não sei se ficou tão bom, mas eu tentei deixar o melhor possível. Beijos e até mais.

Moon and thunder ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora