Curiosa até Demais

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E, caso se aconchegou com esta história, deixe um voto ☆.
Desejo-lhe uma boa leitura.

            Em uma tarde de inverno, a neta de um pescador saiu de casa na tarefa de descobrir o porquê do avô voltar sem peixe

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          Em uma tarde de inverno, a neta de um pescador saiu de casa na tarefa de descobrir o porquê do avô voltar sem peixe. Pois, ela sentia o odor forte nas mãos dele, sempre que a abraçava. A avó pediu para que ela... Matasse a curiosidade.

         Então a menina correu. Passou por montes de neve. Cruzou diversos galhos secos. Sobrevoou lagos inteiramente congelados. Tudo nas espreitas, vigiando o trajeto que o avô fazia.
          Noel — como era chamado por causa da sua aparência idêntica ao do bom velhinho — sempre pescava com um sorriso banguela estampado no rosto. Um sorriso que deixava suas bochechas rosadas, os olhos miúdos. Adorava lançar o anzol nos lagos desde criança, quando embarcava em jornadas com o seu pai.

          Noel desamarrou o barco e remou até a outra margem do rio, onde havia mais movimento. A neta ficou vários minutos escondida numa colina de neve.
          Um breve bocejo agarrou-a no sono...
          Horas depois acordou com dor nos joelhos, de tanto pressioná-los na terra úmida. Espantou-se quando notou o barco do avô ancorado. Navegou seus olhinhos sob o horizonte, avistando o pescador retornando para casa com um balde recheado de peixes. Noel vestia um casaco bege, com preenchimento volumoso, e partes com tecidos dissemelhantes costurados a mão.
          Ela correu para não perdê-lo de vista.
          Mas com toda aquela pressa, tropeçou em um extenso galho; a neve respingou em seus cabelos dourados. O fino gemido de dor da menina chamou a atenção do avô, que correu para socorrê-la.
          — Menina! O que faz aqui? — perguntou, abandonando o balde no chão.
          — Eu só...
          — Não precisa justificar. Vamos. Sua avó vai falar um monte pra mim. — Levantou-a limpando os magrelos joelhos da calça moletom azul. De mãos dadas, andaram pela trilha, com o sol se pondo na direção deles.

***

         Depois de explicar o motivo de seguí-lo, a menina deixou o avô de olhos arregalados. — Você é curiosa demais, peixinho dourado — Chamou-a pelo apelido carinhoso.
          — É... — murmurou ela de cabeça baixa. Logo erguendo o rosto arredondado. — Poderia me dizer para onde vão os peixes?
          Noel fez aquele sorriso de sempre, e acariciou a cabeça dela, retirando a neve dos cabelos. Levou-a para uma trilha diferente, que precisava passar por debaixo de uma árvore coberta de neve em vez de folhas.
          Chegaram em uma estrada de terra. E na frente deles, se depararam com um urso negro, sentado em uma sombra projetada por um enorme tronco. Seu corpo oval dava a impressão de ser um bicho guloso.
          — Oi. Essa aqui é uma amiguinha minha — disse Noel ao urso, evitando assustar o animal. Ele entregou nas mãos da neta uma tilápia. — Pode ir.
          A menina foi incentivada pelo sorriso meigo do avô. Avançou. Hesitou um pouco, mas quando o urso cheirou os dedinhos dela, sentiu-se mais calma. O animal abocanhou o peixe com cuidado, e voltou a se deitar na sombra.
          A neta ficou boquiaberta.
          O avô se aproximou, e disse: — É isso o que faço com os peixes. Esse urso havia se perdido da mãe, não tendo com quem buscar alimento. Então, eu cuidei dele até ficar desse tamanhão.
          — Ele é tipo um cachorro? — perguntou a menina.
          Noel caiu na risada. — Não, não.
          — Por que o deu comida, então? — ela disse gesticulando para o animal. — Eles não são bravos?
          — São. Mas... Ele é manso, eu acho — disse, vendo o urso dormir de barriga pra cima. — E também, eu o alimentei porque nem todos são capazes de realizar algo. E, ajudar é o mínimo que podemos fazer.

          Ambos acenaram para o urso, e voltaram para a trilha de sempre. No caminho, a neta pensou no que Noel disse. Ficou maravilhada por existir tamanha bondade naquele pescador.
           Em casa, na hora do jantar, a menina falou para avó que os lagos estavam repletos de tubarões, assim, espantando os demais peixes. Noel quase se engasgou no jantar de tanto rir.

Fim.

Contos Diversos Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora