Uma Missão Cavernosa

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Zilargo

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Zilargo

       Um falcão de bico-preto sobrevoou a cartola de um pistoleiro, que se esforçava para avançar na extensa colina, e o espreitara ao pousar num galho fino de uma árvore afetada pelo outono.

       “Quantos sumiram?”, pensou o pistoleiro. “Cinco? Seis.. ou, sete gnomos?”

       As pessoas na cidade, onde ele repousou mais cedo, disseram que a colina aparentava ser infinita ao olho-nu. Mas, não demorou para ele chegar à mina da montanha, bloqueada por tábuas de madeira e placas de aviso.

       “A mina. Foi aqui onde os gnomos foram vistos na última vez.”

       Suspirou alto, com o ar abafando o rosto mascarado. Levou as duas mãos à cintura, com os dedos propínquos do cabo das pistolas.
       Com uma cotovelada, arrombou a tábua, e entrou.
       Seguiu lento na mina. Rodeou os olhos agitados vasculhando algum sinal de vida. Mas só havia um complexo de paredes ásperas.
       Uma pedrinha soltou-se dessas paredes, e caiu aos pés do pistoleiro. Virou-se, e disparou uma bala ao vão.

       “Hã? Era nada?... Calma, cara. Mantenha a calma.”

       Prosseguiu numa ladeira com lombadas estreitas. O eco da poeira das estalactites soavam como o rugido de um diabo-farpado.
      A ladeira levou-o a um espaço amplo, com andares sustentados por troncos-pelados. Havia dois trilhos, um deles com um carrinho sobrecarregado de pedras, liberando poeira continuamente; como areia numa ampulheta.
       Havia também duas entradas, nas quais os trilhos seguiam.

       Enquanto o pistoleiro brincava girando as pistolas com os dedos, sem querer, clicou no gatilho e disparou numa direção aleatória. 
       O tiro fez um estrondo, que ecoou na mina.
       Virou a cabeça, e deu de cara com um enxame de morcegos-albinos. Todos o atropelaram, mas o pistoleiro agiu por impulso, e levou os braços ao rosto.
       Os “pássaros” orelhudos seguiram ao andar improvisado, feito para transportar os mineiros em outras áreas. O pistoleiro avistou lá em cima uma figura nas sombras.
       — Ei, quem está aí? — perguntou. — Quem está aí?... — repetiu, engatilhando as pistolas.
       Deu as costas, e uma lâmina voou no ombro esquerdo, acertando-o. A jaqueta marrom foi rasgada e melada de vermelho.
       Ele largou a arma-esquerda, e recuou, pressionando com a mão o ferimento.
       Quem o atacou segurava uma lança, e recuava, murmurando algo. Havia escamas vermelhas em seu corpo, tinha braços finos e uma cauda agitada entre as pernas tortas; além de uma mandíbula com dentes miúdos fugindo pelos lados.
       O pistoleiro respirou fundo, e apertou o gatilho. Dois disparos saíram. As balas, feitas de magia arcana, criaram um rastro fino e azul, até fizerem dois buracos no peito da criatura, que foi ao chão sem reação.
       O pistoleiro se agachou, recuperando a arma. Ao retomar a posição ereta, o andar superior ficou aglomerado de criaturas semelhantes.

Contos Diversos Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora