Antes de ler, gostaria que ao terminar (este conto curtinho), dissesse do que achou. Olha, isso me ajudaria muito. E também, um voto para fortalecer o meu trabalho, assim, minhas histórias alcançam mais pessoas.
Bem, tenha uma ótima leitura.PEGOU IMPULSO numa lata de lixo, e saltou o cercado. Acabou numa cambalhota, e retomou a postura ereta. O anão suspirou de alívio. Esticou as costas, e queixou de dores até sentar-se em uma arquibancada. Na hora, tomou conta de que estava em uma quadra comunitária. Memórias de sua adolescência atingiram-lhe a têmpora.
Mas, voltou ao mundo quando as sirenes cantaram na frente da quadra.
O anão se levantou, e correu para debaixo da arquibancada. As grades do cercado eram próximas, então, o anão pôde observar a rua.
Havia dois oficiais: humano e elfo. Ambos dentro da viatura, deslizando binóculos-hologramas sob o horizonte poluído por barracos de madeira. Apertaram o rádio na orelha, e deram partida.
A fumaça do escapamento voou na face do anão, que tossiu descontroladamente. Cessou quando a viatura dobrou a esquina. Saiu do esconderijo, e seguiu ao centro da quadra. Respirou fundo, e um ar gelado suavizou as narinas.
Após o sufoco, começou a pensar no próximo passo de sua fuga. Porém, viu uma bola de basquete abandonada no meio da quadra. Sorriu, pois aquilo recordava dos tempos de adolescência.
Ele olhou sob os ombros, investigando alguma presença nos arredores. “Tem ninguém. Ainda. Num quero problemas com criança”, pensou.
Apanhou a bola, e notou que havia um autógrafo ilegível. “Talvez seja de um jogador que tenha pagado de bonzinho.” A jogou no chão e a fez voltar à palma, repetidamente. Se deslocou até a tabela. E posicionou-se: joelhos levemente agachados, cotovelos e pulsos estendidos.
Lançou.
A bola quicou no aro, e ficou girando nele. O giro criou um suspense, até sua queda na cesta. O anão comemorou. Levou as mãos à careca, de tanta agitação. Aquilo fora tão revigorante.
Pegou a bola, e fez mais uma cesta, desta vez certeira. Mais alvoroço do anão. Antes de viver do crime, ele sonhava ser um profissional. Desejava ter uma plateia chorando por ele, ansiando uma jogada sublime.
— Ho, ho! — urrou quando a bola quicou de volta à mão. Relançou-a, fazendo outra cesta.
Jogou, pulou e agitou. Nunca se sentiu tão vivo em anos. Nada poderia tirá-lo dali. Nem a extrema transpiração. Nem a torturante fadiga. Absolutamente nada.— Bizarro — disse o policial-elfo, ao lado do colega troll que tirava fotos com o celular. — Como isso ocorreu? Cê disse que foi jogando... basquete?
— Difícil, né? — disse o troll, com sua voz rouca. — Também não acreditei. Mas o pessoal que mora nos barracos disseram que viram esse anão jogando a noite, e a madrugada inteira. Quando amanheceu, umas crianças ficaram curiosas, e encontraram-no assim. E... é, descobriram que tava morto.
Nas fotografias estava o anão. Seus músculos evaporaram, sobrando apenas a silhueta dos ossos cobertos de pele-morta. Suas roupas não cabiam mais, de tanta perda de massa muscular.
Ao lado, a bola permanecia em mãos. Quando o levaram ao necrotério, as digitais do anão grudaram na borracha áspera da bola, como se fossem figurinhas.Fim.
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Contos Diversos Vol. 2
General Fiction[CONCLUÍDO] Todo tipo de conto, flash fiction e microconto. Histórias escritas para animar ou CHOCAR o seu dia. Publicação semanal. Lista de Contos: Quem é tu, Maluco? Uma noite Qualquer O Contador de Desgraças (AVISO: +18) Pague por Tudo (AVISO: +1...