Gente Folgada

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       Era uma tarde quente

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       Era uma tarde quente. Possuía alguns minutos até a hora do almoço. Mas, fiquei ocupado com um troll filho da puta, me pedindo um aumento.
       Expulsei o cara na hora. Gente folgada. Quem pensam que sou? O tio Patinhas?
       — Porra, num fode — gritei, ao ver a porta bater. Joguei-me na cadeira, e suspirei. Deitei a nuca na espuma do assento, e fiquei cara-a-cara com o teto sem reboco. A papelada que deveria assinar, invadia minha mesa, e meu redor. Tive muito trabalho naquela semana.
       Dois toques soaram na madeira da porta.
       — Entra. — Esfreguei os olhos com os dedos. E coloquei os meus óculos de perninhas magnéticas.
       Quando a porta abriu, adivinha: era o arrombado do troll.
       — Lótus — falou, com aquela voz grave e rouca. —, cê.. tem auxílio médico?
       — Convênio? Tenho — respondi num tom cansado.
       O troll riu que nem fumante. — Então, melhor ver se tá em dia — O cara puxou da cintura um revólver Ares Predator, coisa grande; e mirou com o laser bem na minha testa.
       — Cacete.
       — Na próxima, me dê um belo d'um aument... UAH!! — Ele grunhiu, largando a arma, e caindo de costas. O tombo estremeceu o cômodo. As prateleiras perderam o sustento, e se inclinaram, derrubando grossos livros de advocacia.
       Havia levantado, quando abri fogo com a minha pistolinha Reacor Sting. O feixe fino de energia-gama, perfurou o peito do cara. A sala ficou cheirando a churrasco de esquina.
       Sentei novamente na cadeira. Suspirei alto, apalpando meus bolsos. Encontrei meu isqueiro. Peguei um cigarro no meu porta-lápis, e o acendi; seu cheiro era melhor do que o churrasquinho de troll.
       Antes de tragá-lo, soltei um assobio, e um jazz suave começou a tocar. “Ter comprado essa IA-ambiente não foi tão ruim”, pensei. “E agora? Chamo o Edilson pra levar o corpo? Puxa… até quando viverei nesse buraco.”

Fim.

Contos Diversos Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora