Capítulo 7

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Ágata está um pouco carrancuda, minha maquiagem não está tão em ordem quanto deveria, mas vai relevar, ela não pode exigir que eu não chorasse depois do tipo de conversa que tive.

Os saltos repicando no chão de mármore é o único som ecoando pelos corredores.

Eu estava sem palavras, tinha muitas coisas para absorver e não eram nem 10:00 horas da manhã ainda.

- Começará com a aula de Controle, talvez vossa Majestade tenha lhe explicado por alto do que se trata.

-Sim, ela me explicou por alto- ter visto com meus próprios olhos era um pouco mais que isso, mas ela não precisava saber disso, minha cabeça entrou em uma espécie de parafuso quando finalmente me dei conta do que aquilo significava.

- Espera- eu disse para Ágata, ela me olhou- eu..? Eu posso..?É...- Me atrapalho tentando encontrar as palavras.

- É o que vamos descobrir, é exatamente para isso que as aulas de Controle servem.

 Ágata conferiu a programação na pasta em sua mão, absorta naquele conjunto de letras por um momento, falava sozinha e parecia não se dar conta, a peguei pelo braço fazendo-a parar. Minha mente fez a conexão e senti meu coração acelerar quase que imediatamente, mesmo sem saber se o que eu perguntaria tinha alguma importância.

- Espera- ela me olha alarmada com a minha falta de modos, eu a solto- A minha mãe disse que tinha a possibilidade de isso não funcionar para mim, mas vai funcionar né?

Eu tinha que saber como funcionava, quais eram as minhas chances, se era algo comum as pessoas não terem um dom, poder ou seja lá como eles chamam isso por aqui e como isso me afetava. Seria tipo como as fadas nos desenhos? que você precisa acreditar para existir ou era uma parada mais independente daquilo que eu pensava acreditar ou não, uma coisa mais instintiva.

- É o que esperamos, Alteza- o que ela queria dizer com aquilo? Então tinha realmente a possibilidade de eu não ter nenhum poder para controlar? E em que posição aquilo que colocava?

- Então temos um problema bem grande, porque eu tenho quase certeza que eu não tenho isso- balanço as mãos tentando me expressar melhor- quer dizer eu nunca consegui fazer nada de estranho- as sobrancelhas dela se arqueiam- Para mim- completo rápido- é que tudo isso é meio novo, então é estranho e...

Ela suspira.

- Em suas aulas poderão esclarecer melhor o porquê não deve ficar tão alarmada, mas antes temos que chegar ao laboratório no horário estipulado, Alteza- Ágata está levemente rosada, falta de compromisso e atrasos a tiram do sério.

- Sim, claro- volto a andar entes mesmo que ela tenha tempo para dizer algo mais.

Ela começa a me guiar novamente.

Viramos em um corredor a direita e então damos de cara com um elevador, era estranho ver aquile tipo de coisa em um palácio com toda aquela decoração antiga, mas agradeço aos céus a quem quer que tenha sugerido a intervenção depois que descemos três andares, o pé direito dos cômodos por aqui costuma ser bem alto o que significa escadas com mais de cinquenta degraus para ir de um andar ao outro.

Depois disso seguimos reto pelo corredor cheio de portas e entramos em uma à direita no final do corredor, me surpreendo ao ver que a sala, ou melhor o laboratório tem janelas, o que significa que ainda não estamos no subsolo. Me surpreendo novamente com o quão grande este lugar é, eu provavelmente estou hospedada no último andar e deve ter uma série de outros andares abaixo de nós.

Hospedada, que piada, isso aqui é a sua casa agora, idiota.

Tem uma garota mais ou menos da minha idade aguardando por nós atrás de uma das bancadas. Diferente da menina que me acordou hoje mais cedo essa tem um brilho serelepe no olhar e não aparenta ser tão modesta e doce.

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