LÁBIOS DE PÊSSEGO

7.6K 134 1
                                    

Fico olhando sem conseguir dizer nada
Minha cabeça gira com perguntas que quero fazer a essa menina mas ainda tenho dúvidas de quem ela realmente é, e se eu estiver enganada? Mas e se não?

- Vocês já querem pedir? - ela diz tirando seus olhos de mim e olhando para meus amigos.

- Você está bem? - Glória segura minha mão, por debaixo da mesa. Me viro pra ela, seu rosto mostra sua preocupação mas também tinha algo a mais, ela parecia irritada.

Faço que sim com a cabeça.
Me viro de novo para "Nanda aluna", seus olhos voltam pra mim e, por uns segundos, percebo que olha rapidamente para mão de Glória sobre a minha.

- Vou querer um Hambúrguer, batatas, um suco de maracujá e de sobremesa um muse de chocolate, por favor - ela ri com o canto da boca enquanto escreve em um bloco de notas - ah.. vocês tem coxinha de frango e presunto com queijo? Eu também vou querer duas de cada. E vocês já pediram?

- Pensei que estava pedindo para todos haha - meu amigo Roger disse fazendo os outros rirem também.

Depois de alguns minutos os lanches chegaram, estava tudo ótimo, Glória pediu uma das minhas coxinhas e eu enfiei tudo na minha boca o que gerou beliscões e cócegas na minha barriga.

Pagamos a conta e resolvo ir no banheiro antes de sair.

Vou até a pia para lavas as mãos e ouso uns sons de choro de uma das cabines

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Vou até a pia para lavas as mãos e ouso uns sons de choro de uma das cabines.
Lavo as mãos e a cabine se abre
Vejo Nanda pelo reflexo no espelho, ela para logo que me vê e desvia os olhos para o chão.
Me preocupo com ela... Afinal sou sua professora e tenho coração.

- Está se sentindo melhor? - falo enxugando minhas mãos com os papéis descartáveis da parede ao meu lado.

Ela caminha até a pia de cabeça baixa e pousa as mãos na mármore.
Me viro de frente pra ela.
Eu não consigo não encarar
Minha cabeça volta a se encher de perguntas.
Ela finalmente levanta a cabeça e olha pra mim. Seus olhos castanhos agora estavam avermelhados ao redor.
Me controlei para não a cobrir em meus braços e não permitir que nada a faça chorar mais. Seu rosto é claro e limpo, suas bochechas pareciam tão macias e sua boca era vermelha num tom de pêssego.
Do nada ficou difícil respirar...

- Me desculpe - meu corpo treme e ela abaixa a cabeça novamente - não queria que ninguém me visse assim, principalmente você.

- O que ho... - ela me encara novamente mas agora mais profundo, fico paralisada.
O que a comigo?? Pareço uma adolescente!

Ela vira o corpo ficando de frente pra mim.
Não consigo me mexer, o que é isso? Ela se aproxima mais e segura minha jaqueta com as duas mãos, subindo seus olhos desde a minha cintura até minha boca.

- Eu disse que vinha - ela fala antes de colar nossos lábios.

Ao mesmo tempo escuto uma voz vindo da entrada pro banheiro.

Nanda se afasta rapidamente, ficando ao meu lado.
Olho para o local de onde veio a voz e me deparo com um homem baixo de corpo gordinho e cabelos pretos com fios brancos, parado na entrada com uma expressão brava olhando para Nanda e para mim.

- Papai - Nanda diz com a voz trêmula.

MENOR DE 18Onde histórias criam vida. Descubra agora