OLHOS AMARGORADOS

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  NANDA

  -É  a casa da dona Zélia, ela é praticamente a moradora mais antiga desse bairro - falo para as duas em minha frente.

  - Aquelas câmeras estão ali a muito tempo? - Glória pergunta, pegando um caderninho do bolso da calça e escrevendo algo no papel em branco.

  - Sim. A casa dela é cheia de câmeras, desde que seu marido morreu e ela ficou sozinha - digo, buscando na memória as histórias que ela contava, quando vinha ver minha mãe e conversavam horas na cozinha - os filhos moram longe então acharam uma boa ideia monitorar a mãe pelo celular.

  - Isso é um cuidado meio invasivo demais, não acham? - Keni comenta de forma retórica.

  - Parece que essa câmera consegue captura uma boa imagem da rua até sua casa - Glória diz, traçando uma linha imaginaria, com a caneta, da câmera até a entrada para minha casa - se eu estiver certa, com certeza tem uma gravação do dia que Felipe veio até sua casa e, se ele foi a última pessoa a vir aqui, teremos provas do furto do seu celular.

   - Nós podemos ir lá pedir para ela a gravação? - pergunto, um pouco ansiosa.

  - Não é tão fácil assim - Glória fala, encarando o chão pensativa - Preciso falar com o delegado responsável pelo caso e informar um pedido para ter acesso as informações daquela câmera, já que faz parte da cena de um crime.

Keni e eu apenas balançando a cabeça, ambas parecendo fingir entender tudo sobre o assunto.
Glória bufa, antes de começar a andar até seu carro, sendo seguida por nós duas.

Keni e eu já estávamos começando a abrir a porta quando fomos paradas pela voz da minha Advogada.

  - Onde pensam que vão? - ela pergunta, unindo as sombrancelhas.

  - Vamos com você para delegacia ue - digo, confusa.

  - Eu sou a Advogada, eu cuido disso. - ela abre a porta do carro, entrando no veículo - Keni, leve ela pra sua casa e tente fazê-la não se meter em problemas outra vez. Eu ligo assim que tiver mais informações.

Cruzo os braços e faço uma cara de emburrada, por impulso. Não gostava de ser tradada como criança. Keni ao meu lado, ao contrário de mim, parecia se divertir com a situação.

Glória da a partida e sai rumo ao seu destino, nos deixando ali sozinhas. Olho para Keni que tentava rir baixo, sem conseguir muito bem.

  - Do que está rindo? - pergunto, ainda emburrada.

Ela apenas faz um gesto de rendição com os braços, balançando a cabeça em negação. Isso sem parar de rir.
Dou um tapa fraco em seu ombro, o que só a faz rir mais alto.

Irritada. Começo a caminhar, na direção de sua casa, logo sendo seguida por ela.

  - Ei, me espera, neném! - ela fala em tom de deboche - olha, não me ignora ou vou te por de castigo em! Hahahaha.

  - Cala a boca!

GLÓRIA

Subo a escadaria que dá acesso a entrada da delegacia. Recebida com muitos olhares e acenos de alguns amigos. E também alguns olhares feios de bandidos que ajudei a por na cadeia.

Vou até a recepção, perguntando sobre o delegado responsável pelo caso do pai de Nanda.
Logo sou mandada para sala de espera.

Fico sentada por alguns minutos, aproveitando pra olhar meus e-mails e mensagens. Tinha alguns e-mails da empresa G.V, tenho uma reunião para hoje a tarde. Com tudo o que está acontecendo, prefiro trabalhar de casa, onde tenho mais tranquilidade para pesquisar sobre meus casos sem me preocupar com um entra e sai de meu escritório. Sem puxa sacos me chamando de CEO.
Ok, eu dei o passo para fundar a empresa de advogacia, mas prefiro que seja uma democracia. Advogados juntos para ajudar quem realmente precisa e não tem dinheiro pra pagar.

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⏰ Última atualização: Jan 26, 2022 ⏰

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