KENI
- Então foi tudo isso o que aconteceu - Nanda conclui sua história, nos olhando como se estivesse esperando já alguma bronca. Apesar de eu ainda ver um pouco de mau humor em seu rosto. - vocês não vão dizer nada?
Nanda diz, apreensiva, depois de um breve silêncio entre nós. O silêncio que parece incomodar mais é o de Glória, desde que chegou não falou muita coisa além de "Oi, cadê ela?", depois passou por mim ficando frente a frente com Nanda no meio da sala e depois de um "Quero que me esclareça tudo o que aconteceu para tal ato" ela se sentou no sofá de três lugares, no assento próximo à poltrona que recebi da minha mãe, onde Nanda se sentou.
Fecho a porta e me sento ao lado de Glória, só que na outra ponta do sofá em questão. Conheço o humor de minha melhor amiga desde a infância, sei quando ela está irritada ou triste, mas agora parece tentar esconder sua irritação para se concentrar em cada palavra que saia da boca de Nanda.
A reputação de Glória sempre foi muito exaltada pelos moradores dessa cidade, apesar de ter ido para outro estado, ela quis ficar aqui para trabalhar para as pessoas que a viram crescer.
Seu jeito agora de se portar, com uma postura ereta e as pernas cruzadas delicadamente, prende a minha visão. Somos amigas a tanto tempo, mas nunca tive a oportunidade de vê-la trabalhar. Em outras circunstâncias eu adoraria ver tudo isso, mas agora outra coisa me prende mais atenção, escutando as palavras de Nanda sobre o irmão Felipe e sua tia sumida que é sua única chance de ir embora daqui e não ficar na mesma casa onde um homem machista a diga o que deve fazer, de novo.
Durante o breve silêncio que se faz, o celular de Glória começa a tocar.- É trabalho, só um segundo - ela diz, olhando para a tela e saindo do sofá, entrando em meu e quarto fechando a porta atrás de si.
Nanda a segue com os olhos, fazendo uma careta de reprovação, logo que viu a direção que ela tomou.
- Já comeu alguma coisa? - eu digo, fazendo seus olhos castanhos virarem pra mim.
- Agora que disse, eu poderia comer um boi vivo - ela diz, fazendo uma careta engraçada enquanto massageava a barriga.
- Antes de chegar eu estava indo comprar algumas coisas aqui perto, vou lá e volto rápido pra preparar um jantar pra nós três - digo me levantando.
- A, eu posso ir com você - ela diz, ficando de pé também.
Penso em deixar, mas logo reparo que ela está usando a mesma roupa do dia que veio aqui em casa.
- Olha, você pode tomar um banho se quiser.. Acho que tenho alguma roupa que caiba em você. Quando eu voltar você ainda vai estar no banho, então procuro e deixo em cima da cama pra se vestir - digo com gentileza, ela pareceu um pouco triste com isso, mas logo sorriu e balançou a cabeça.
- Tem razão, vou fazer isso - diz.
Nesse momento Glória sai do quarto, ajeitando o celular no bolso da calça social marrom.
- Então tá bom, vou tomar um banho enquanto faz o jantar pra gente - ela diz andando até onde Glória está parada próximo a porta do meu quarto - não se preocupe, eu me lembro onde põe as toalhas.
Ela diz em um tom provocativo e some quarto a dentro, me deixando sozinha com uma mulher que se pudesse me matar com os olhos me mataria agora.
- En... Então, tem algum pedido pro jantar? - digo, procurando minha carteira me virando de costa para Glória.
Não ouso resposta, escuto seus passos vindo em minha direção. Que som de sino é esse? Será que é da igreja que está acontecendo meu funeral?
- Quer ajuda com o jantar? - ela diz, colocando as mãos sobre meus ombros, sinto apertar um pouco.
Fecho os olhos já sentindo a morte se aproximar, mas o que recebo é somente uma massagem... Um pouco bruta.
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MENOR DE 18
Conto⚠️[SENDO REESCRITA]⚠️ Conteúdo para +18 Sexo explícito Conto sobre relação homossexual Triângulo amoroso Crimes Abuso sexual Assassinato Keni é uma jovem professora substituta de inglês, que da aula em uma escola de ensino médio. Um dia recebe men...