PROCURA-SE UM RESPONSÁVEL

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KENI

  - Keni? Keni acorda!

Abro os olhos com relutância, escutando a voz de Nanda.

  - O que foi? - pergunto, me sentando na cama, passando as mãos no rosto.

  - Aquele cara, Felipe. Vi ele na rua agora a pouco. Acho que ele me viu - ela diz, se levantando da cama indo olhar pela janela do quarto se escondendo atrás da cortina - Como ele sabe que estou por aqui?

 Levanto indo até a janela, me posicionando atrás de si.

  - Esse cara é muito persistente, achou a rua da minha casa muito rápido. Certeza que perguntou pros vizinhos sobre você.

  - Como assim? - Nanda se vira pra mim com uma expressão confusa.

  - Ontem, quando sai para comprar o jantar com Glória, vimos esse homem dentro da sua casa - lembro - desviamos o caminho por uma rua antes pra que ele não nos visse e viesse atrás de nós.

  - Como ele poderia saber que estou com você?

  - Não comigo, mas Glória achou que ele nos seguiria se reconhecesse ela - digo, também não entendo essa parte. Glória não quis contar.

  - Que estranho. Pensei que Glória e Felipe não tinham se visto ainda - diz, indo se sentar na cama enquanto encarava o chão pensativa.

  - Bom, Glória é sua advogada agora, deve ter investido seus parentes junto com a polícia - indago, também pensativa.

  - Minha advogada? Por que eu preciso de uma advogada, Keni?

Nanda pergunta e eu percebo que ela não faz a menor ideia do que está acontecendo desde o dia da briga com seu pai.

  - Eu não sei se posso contar essas coisas pra você, já que a polícia ou outro alguém envolvido no caso não te contou.

  - Como assim eu não posso saber? Sou a principal vítima! - se levanta, zangada, começando a andar de um lado para o outro, dentro do quarto.

Suspiro, dou mais uma olhada pela janela. Felipe não está mais em minha vista. Pelo meu celular em cima da cama e disco o número de Glória.
Nanda tem razão, ela deve saber de tudo o que está acontecendo.

  
GLÓRIA

Escuto um barulho irritante vindo de algum lugar longe. Minha cabeça começa a latejar e doer.

Tento erguer meu corpo, mas sou impedida por um peso a mais sobre mim.
Esfrego os olhos para tentar enxergar o que era aquilo. Me deparo com um braço ao redor do meu compro e uma perna pesando em minha cintura... Espera... Duas pernas... Quatro? O que é isso?
Tento me mover de novo, o corpo ao lado direito solta um gemido de reprovação, mas se vira para o outro lado. Agora estou livre para me sentar.

Me sento e consigo ter o deslumbre da cena.
Vick está deitada de bruços, com um braço em cima de uma das minhas pernas. Seu cabelo, bagunçado, cobria seu rosto quase todo.
Ao meu lado estava Lisa, deitada agora de lado. Percebo que, na pele branca se sua costa, tinha marcas roxas pequenas e alguns aranhões. Olho para Vick, outra vez, e percebo que sua costa não está nada diferente.
Começo a me lembrar do que aconteceu ontem, as memórias voltam como um foguete.
Todas as mordidas, tapas, beijos, aranhões, gemidos e palavras sujas que foram ditas. Uma risada acaba escapando de minha boca, que rapidamente cubro com a mão.

Escuto o barulho de novo, agora percebo ser o som do meu celular tocando vindo da sala.
Me levanto devagar. Ando rapidamente até a sala, pegando meu celular na mesinha e indo até a cozinha.

MENOR DE 18Onde histórias criam vida. Descubra agora