A familia Hades ─ que tivera sua linhagem iniciada na antiga Grécia ─ sempre foi muito estimada por todo o mundo bruxo. Conhecidos por formar bruxos talentosos, eram também respeitados pelo sangue puríssimo mantido por séculos e a grande aptidão par...
╔═════࿇═════╗ CAPÍTULO CINQUENTA E TRÊS ( azkaban )
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BOLSAS ESCURAS CIRCUNDAVAM OS OLHOS DE ROSALEEN POTTER conforme a mulher caminhava pelos corredores escuros e empoeirados, sentindo sua energia se esvair do corpo a cada segundo. Gritos perturbadores se uniam a murmúrios alucinados e risadas perversas para causar a mais horripilante combinação sonora que se poderia ter conhecimento, e a ruiva soube naquele momento que suas noites de sono jamais seriam as mesmas.
Suas vestes listradas de cinza e preto eram alguns tamanhos maiores, e se arrastavam pelo chão enquanto Rosaleen traçava seu caminho, arrependendo-se de cada uma de suas escolhas mais recentes. Por muito tempo, acreditou que merecia estar ali, e muito provavelmente, merecia mesmo. Mas ao sentir cada gota de sua felicidade e energia sendo absorvida pelos dementadores, a ex-comensal desejou apenas fugir da prisão de Azkaban.
Mas não podia. Pelo menos, não ainda. Teria que aguentar algum tempo, porque era a coisa certa a se fazer. Três anos haviam se passado desde a morte de Clarity Johnson; como prometido, Archie havia sido capaz de apreender aqueles que foram responsáveis pela morte de sua irmã, e podia considerar seu senso de justiça minimamente satisfeito. Rosaleen Potter, no entanto, não acreditava em justiça. Se a mesma existisse, de fato, pessoas inocentes não estariam presas em celas, vendo suas vidas passando em frente aos seus olhos conforme eram beijadas pelos desprezíveis guardas da prisão. Sirius Black não estaria em Azkaban, condenado por assassinatos que não cometeu, e perdendo um pouco mais de sua sanidade a cada dia que se passava.
Em um ato supostamente mal pensado, Rosaleen decidiu testemunhar a favor de Sirius Black, em uma nova audiência no Ministério da Magia. É claro que, como o esperado, a Marca Negra que descansava em seu antebraço esquerdo não escapou dos olhos minuciosos que a observaram jurar honestidade, e assim, a mulher havia acabado em Azkaban.
Exatamente como havia planejado.
Foi tirada de seus devaneios quando as fases de sua cela se abriram, e sentiu seu corpo ser empurrado para dentro. Em silêncio, a auror que a acompanhava a trancafiou ali, antes de lançar um último olhar satisfeito e lhe dar as costas, desaparecendo pela escuridão.
