A familia Hades ─ que tivera sua linhagem iniciada na antiga Grécia ─ sempre foi muito estimada por todo o mundo bruxo. Conhecidos por formar bruxos talentosos, eram também respeitados pelo sangue puríssimo mantido por séculos e a grande aptidão par...
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ARCHIBALD JOHNSON observou todo o Salão Comunal da Sonserina, percebendo que o mesmo estava vazio. Também, no meio da madrugada, seria de se admirar caso alguém estivesse fora da cama; alguém além de Archie, é claro.
O rapaz se sentou em frente à lareira, no elegante tapete que enfeitava o assoalho, e suspirou. Estava com sono, mas não conseguia dormir, atormentado pelos roncos de seus colegas de quarto. Talvez, conseguisse dormir em um dos grandes sofás que haviam ali.
Então, ele se levantou, e ao se virar, deu um pulo para trás, assustado. Levando uma mão ao peito, com os olhos arregalados, ele perguntou:
─ Quando foi que você chegou aqui?
Em resposta, a figura sombria de Rosaleen sorriu, levantando uma sobrancelha. Sentada no sofá com as pernas cruzadas, trazia uma bolsa em seu colo, e a varinha de pinheiro e núcleo de pelo de unicórnio ao seu lado.
─ Estou aqui há muito tempo, não tinha me visto?
Archie franziu o cenho, se lembrando de não ter visto ninguém em todo local. A ruiva revirou os olhos, se levantando e estendendo a bolsa que carregava para o amigo.
─ O que é isso?
─ Veja por si mesmo.
Desconfiado, o loiro abriu a bolsa, se deparando com pedras e sua própria varinha. Ao levantar o olhar novamente, imaginou ter ouvido um barulho atrás de si, e se virou rapidamente. Um sereiano batia na vidraça, que dava vista para o Lago Negro; Archie pensou ter ouvido as palavras formadas pelo sereiano.
"Me deixe entrar!"
─ Rosaleen, você também o ouviu?
─ O que disse? ─ ela perguntou, distraidamente, em pé em cima do sofá enquanto apontava a varinha para a vidraça com os olhos cerrados. ─ Vamos, Archie, quebre o vidro!
Abrindo um sorriso genuinamente feliz, ele se juntou à Hades em cima do sofá, com uma pedra em mãos. Respirando fundo, ele jogou a pedra com força na vidraça, após o sereiano se afastar. Nada aconteceu, e os dois adolescentes bufaram, com as expectativas baixas. Rosaleen cerrou os olhos, pensativa.
─ Acha que podemos derreter o vidro?
─ É claro que não, Rosa! ─ ele respondeu, como se fosse óbvio. ─ Eu já tentei. Duas vezes.
─ Mas precisamos quebrar o vidro! ─ ela disse, o segurando pelos ombros. ─ Precisamos, Archie, antes que os primeiranistas consigam! Você vai deixar que aqueles pirralhos façam isso?
Estudando o peito e trincando o maxilar, ele olhou determinado para o vidro, vendo o sereiano rir do outro lado.
─ De jeito nenhum.
Então, segurou firmemente o punhal de sua varinha, e a apontou para o vidro enfeitiçado. Ao seu lado, Hades parecia não se mover, com os olhos cinzentos fixados no local que queriam atingir.
Passos e risadas foram ouvidas, de longe, assustando os dois.
Archie abaixou sua varinha rapidamente, ofegante, e se virou para a Rosaleen com o rosto confuso. Logo, a sala começou a ser preenchida por crianças. Muitas crianças, do primeiro ano.
Elas não pareciam ver Archie ou Rosa; de fato, algumas os atravessaram, e não pareceram perceber. Ainda mais assustado, o rapaz se virou novamente para a amiga, que havia sumido.
─ NÃO! ─ ele gritou, ao sentir seus pés sendo molhados. ─ NÃO! ESSE VIDRO É MEU!
O maior pesadelo de Archibald Johnson havia se tornado real.
O vidro enfeitiçado fôra quebrado ─ e aquilo não fôra obra sua.
─ VOCÊS NÃO PODEM FAZER ISSO! ─ gritou mais uma vez, aterrorizado enquanto o Salão Comunal era preenchido pela água do lado.
De repente, o cenário mudou. Archie não estava mais no Salão Comunal, e sim no lago, cercado por Grindylows e Sereianos, que apontavam seus tridentes para seu pescoço, enquanto mostravam as presas afiadas.
Ele estava amarrado por plantas aquáticas, e o oxigênio começava a se faze extremamente necessário. Ele iria sufocar, se não fosse morto pelas criaturas antes.
─ O deixem ir. ─ uma voz poderosa disse, e ele olhou assustado para os lados.
Rosaleen estava de volta, com guelras e uma cauda prateada. Seus olhos normalmente cinzentos agora brilhavam em dourado, e sua pele estava esverdeada. Ela sorriu, se aproximando do rapaz com um braço estendido, e ele se sentiu aliviado ao perceber que ela iria o libertar.
No entanto, o que sentiu foi um tapa em seu rosto.
─ Acorda, Archie!
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Rosaleen franziu o cenho ao ver o amigo rolar pela grama e se levantar, ofegante. Ao perceber que estava próximo ao lago, ele deu um grito rápido e agudo, correndo para longe do mesmo e se sentando atrás dela, segurando um de seus ombros fortemente.
─ Não me leve a mal, Archie. ─ ela iniciou. ─ Mas qual é o seu problema?
─ Eu tive um sonho, Rosa, o pior de todos! ─ ele murmurou em resposta, e Rosaleen virou o rosto para o encarar.
─ Quer me contar?
─ Foi horrível demais. Não posso reviver meus pesadelos. ─ engoliu em seco, vendo os primeiranistas a alguns metros de distância, se divertindo enquanto faziam pedras pularem pela água. Ele cerrou os olhos, trincando o maxilar. ─ Meus inimigos!
─ Sério, você quer ir estudar, ou dormir, longe do lago? E por favor, parar de me usar como escudo?
Ele a soltou, suspirando, e encostou a cabeça em seu ombro, fechando os olhos. A ruiva franziu o cenho, batendo uma mão suavemente na parte de trás de sua cabeça, o consolando.
─ Não se preocupe, ainda vamos quebrar aquele vidro.
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Lembrei da ~petição criada há alguns capítulos pro Archie quebrar o vidro, e me inspirei nesse episódio pra fazer o especial de 20k!
Old que ele é o personagem preferido de todo mundo e merecia um momento só pra ele há muito tempo!!! Obrigada pelos 20k, vocês são demais e espero que tenham gostado desse capítulo bônus!
