02

2K 150 55
                                    

DULCE MARIA

Me olho no espelho e ajeito os colares em meu pescoço. Estou usando um vestido branco de um ombro só que é bem colado ao meu corpo e meu cabelo está solto e natural. A maquiagem está leve, mas caprichei no delineador, batom vermelho e acessórios. Gosto de me ver desse jeito.

Ontem fui a um salão e pintei meu cabelo de vermelho outra vez, eu sempre gostei de ser ruiva, mas minha ex-sogra implicava um pouco com a cor e Paco começou a fazer a mesma coisa. Não consigo acreditar me perdi por tanto tempo assim...

Pego minha bolsa e saio do quarto, encontrando Christian e Anahí na sala, que me encaram surpresos.

— Uau! Você está linda demais — Anahí diz.

— Aonde você vai assim?

— Vou encontrar um velho amigo — dou de ombros. Os dois se olham desconfiados, talvez por que me afastei da maioria dos meus amigos durante os anos que estive com Paco — Ele acabou de voltar para a cidade e tem muitos anos que não nos vemos...

— Quem é? — Christian pergunta curioso — Nos conhecemos desde que usamos fraldas, conheço todo mundo que você conhece e não estou sabendo de ninguém que tenha voltado para a cidade.

— O Christopher... — ele maneia a cabeça, indicando que não sabe de quem estou falando e sorrio de lado — Christopher Uckermann, que morava em frente a minha casa.

— Ah. Meu. Deus. — diz pausadamente.

— O que eu estou perdendo? — Anahí nos encara confusa.

— Dulce era apaixonada por ele! — rolo os olhos.

— Porque todo mundo diz isso?

— Porque é verdade? — pergunta sarcasticamente — E ele era apaixonado por você.

— Alguém pode me explicar? — Anahí pede outra vez e Christian a encara.

— Dulce e ele eram melhores amigos, viviam grudados. Nós só nos tornamos melhores amigos assim, porque ele foi embora — Christian explica — Agora ela está indo para um encontro com ele.

— Ei, não estou indo à um encontro — o interrompo — Vamos apenas nos reencontrar e colocar o papo em dia, estou sendo uma boa amiga.

Os dois riem debochadamente.

— Se fosse apenas reencontrar um velho amigo, teria me chamado também, principalmente porque costumávamos andar juntos quando crianças — Christian diz e eu desvio o olhar.

— Estou apenas indo reencontrar um velho amigo e vocês dois, deveriam ir fazer algo em vez de ficar cuidando da minha vida amorosa! — digo caminhando até a porta.

— Vamos ficar esperando você voltar, queremos saber de tudo! — Anahí grita quando estou saindo do apartamento e posso ouvi-los rindo quando fecho a porta.

{...}

Levo algum tempo para reconhecer Christopher e... Puta que pariu! Como ele conseguiu ficar tão gostoso desse jeito? Meu coração acelera quando ele nota minha presença e sorri largamente ao acenar. Minhas pernas estão tão bambas que tenho medo de cair ao começar andar em sua direção.

— Oi... — digo, timidamente.

— Dulce!

Ele se levanta e diminui toda a distância entre nós, envolvendo meu corpo com seus braços fortes e comprimindo-me contra ele. É extremamente estranho eu me sentir tão confortável com esse contato tão íntimo. Não somos mais amigos, tem vinte quatro anos que não nos vemos e não o conheço mais, mas, ainda assim, parece que volto para o tempo em que eu me sentia em paz apenas em estar ao seu lado.

Amor de InfânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora