Capítulo 2 - Primeiro Luar

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Sophia já estava pronta para ir ao colégio, estava cansada por não ter dormido bem por conta do pesadelo com lobos, estava um dia frio e nublado, ela apenas colocou uma calça jeans, allstar branco, e uma camiseta branca, jogando por cima um grosso casaco preto de algodão, e uma touca que cobria as orelhas e então saiu do quarto, descendo as escadas rapidamente para tomar seu café da manhã, sua mãe tinha deixado pronto seu café da manhã, que consistia em alguns pães com geléia de morango, um pedaço de bolo de laranja e chá de hortelã, logo ao lado um bilhete.

" Bom dia minha vida, espero que esteja melhor hoje, deixei alguns pães e um pedaço de bolo para você, se alimente bem, e não se atrase para a aula, te amo!
Com amor, Mamãe. "

Sophia comeu metade de um pão e o bolo, saiu correndo para o colégio, deixando pela metade sua xícara de chá, deixando a porta bater com força.

Sophia tinha pegado um táxi para ir ao colégio, chegando na escola ela pagou o taxista e correu até a porta da escola, correu pelos corredores enquanto alguns alunos olhavam para ela, uma cena que se repetia sempre, alguns alunos soltavam gargalhadas, outros davam um leve sorriso, alguns fingiam não ter notado, mas todos achavam engraçado os atrasos de Sophia, na escola diziam " Sai da frente que lá vem o trem desgovernado! " ou " Cuidado que tá sem freio! ", mas Sophia não dava a mínima. Ela chegou em frente à porta da sua sala, tomando fôlego e com as mãos nos joelhos, com a cabeça baixa ela observa a porta se abrir, e um par de sapatos pretos parados a sua frente, então ela levanta a cabeça.

- Está atrasada! - Sr. Fábio estava parado na sua frente, com os braços cruzados.

- Me desculpe, tentei chegar no horário, mas...

- Sem desculpas, entre logo, senhorita Sophia!

Sophia entrou na sala e foi na direção de sua mesa, Eve estava com cabeça baixa, mas dava para de notar um leve sorriso no canto da boca, sem dúvidas ela se divertia com as trapalhadas de sua melhor amiga. Kai estava na mesa logo atrás dela, ele apenas virou o rosto para olhar a janela.

- Eu pediria o trabalho de matemática que pedi para que fizessem... - Sr. Fábio parecia não muito animado, se é que ele já esteve animado alguma vez na vida - no entanto a escola teve alguns problemas nos encanamentos, parece que algum tipo de animal entrou aqui durante a noite, e fez uma bela bagunça, então acabamos de receber ordens para dispensar vocês - os alunos não comemoraram, já pegando seus matérias e saindo - Mas... - todos os alunos pararam, já resmungando sobre um provável "trabalho extra" - hoje é o luar de volta às aulas, e como vocês sabem, é uma tradição da escola, espero vocês hoje à noite no salão da escola, dispensados - os alunos comemoravam, nada melhor que um baile, as festas da Markeworld eram famosas em Vancover, sempre sinônimo de diversão.

- Então Sophia, você percebeu como o Kai estava gato hoje? - Eve mexia em seu cabelo com dos dedos.

- Sério? Não percebi, aliás... Não quero saber daquele metidinho a bad boy!

- Acho que você gosta dele....

- Não, Eve, não gosto dele, nem conheço ele, e ele me cheira a encrenca!

- Esses que são os melhores, bem, vou nessa, nos vemos de noite, te cuida amiga - Eve deu um abraço em Sophia, e saiu para alcançar um grupo de garotos que estava nos corredores da escola.

- Eve sendo Eve... - Sophia riu.

Ouve-se a campanhia tocar, de dentro do apartamento uma figura alta, aparentemente forte, se move em direção a porta, abrindo-a sem ao menos perguntar quem seria, um homem alto, de capuz preto, parado em frente a sua porta, mal se pode ver seus olhos.

- Não vai me convidar para entrar? - Pergunta o homem encapuzado - a quanto tempo, Kai...

- Não faz tanto tempo assim - Kai era alto, cerca de 1,77 de altura, usava uma camiseta branca apertada com gola V, que se ajustava as curvas de seu peitoral definido, tinha braços fortes, não chegava a ser tão musculoso, mas tava para se perceber que tinha um corpo definido, estava descalço, usava calças jeans azul claro, seus olhos azuis tinham bordas que pareciam prata - o que quer?

- Você encontrou eles?

- Tenho informações apenas, não tenho certeza - Kai respondeu secamente.

- Vejo que comprou uma bela cobertura, deve ter custado muito dinheiro, não?!

- Vou me arrumar, fique aqui, e não toque em nada - Kai se virou em direção ao quarto, deixando assim que o homem encapuzado entrasse, o apartamento de Kai era pintado em preto e branco, todos os móveis seguiam as cores também, sofás de veludo, mesas com detalhes em prata, um lustre de cristal, não demorou muito e Kai já estava de volta, vestia calças jeans escuras, a mesma camiseta branca, mas com uma jaqueta de couro por cima, botas de couro preta que subiam até sua canela por cima da calça, e um brinco argolinha na orelha esquerda - estou pronto!

- Adorei sua cobertura, você não acha ela muito grande para você morar sozinho?

- Se está se oferecendo para vir morar aqui, esqueça...

O homem encapuzado deu um leve sorriso torto, essa teria sido até o momento, a única vez que se podia perceber que existia um rosto por baixo do capuz preto.

- Kai, vamos até a varanda - o homem caminhou até a varanda, Kai logo atrás dele - a vista daqui é linda, são quantos andares até o chão? 20? 21?

- 35, e se você não parar, você vai descer todos eles, bem rápido...

- Não seja tão cabeça quente meu amigo, aliás, acho que você deveria ir agora, Kai, eu conto com você! - O homem coloca uma das mãos sobre os ombros de Kai, que rapidamente a joga pro lado.

- Quando eu voltar, não quero que esteja mais aqui - Kai sobe no parapeito e se joga do Trigésimo quinto andar, caindo em uma velocidade surpreendente, de repente, grandes garras prateadas crescem de suas mãos, que antes pareciam tão delicadas, elas as esticam, ficando ainda maiores, Kai se inclina para cima, e finca suas garras nas paredes do edifício, fazendo um barulho que se assemelha ao arranhar de vidros, assustador e sombrio, então Kai salta para outro prédio, e outro, outro, e desaparece na escuridão noturna.

O Último Lobo De Prata - Luar    Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora