1- como tudo começou

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A faculdade não era fácil, principalmente finais de semestre, as provas me faziam surtar, e sair de casa já não era mais algo possível. Os únicos lugares que ia era o mercado, cafeteria e a biblioteca para estudar; eu precisava passar de ano e me esforçar para isso era a única coisa que pensava em fazer.

No momento tinha acabado de sair da minha última prova e estava indo em direção a cafeteria para pegar meu costumeiro café, quando estava saindo trombei com uma pessoa o que me fez ter que olhar para o algo para me desculpar.

-Desculpe -Respondeu um homem que com certeza era o cara mais alto que eu já tinha conhecido.

-Desculpe eu, estava distraída -Respondi atraindo atenção do mesmo. Me perdi nos olhos intensos do garoto que me observava como se conseguisse ver minha alma.

-Desculpe a demora Tsukki -Disse um garoto de cabelos esverdeados -Vamos?

Percebi que já era minha hora e estava fazendo papel de idiota ainda observando o mesmo, me curvei e fui andando em direção a biblioteca. Em um geral não tinha mais o porque de ter que ir até lá, mas precisava agradecer o dono dela por me deixar estudar até depois do horário de fechamento.

-Bom dia (s/n) veio estudar de novo? -disse meu avô assim que me direcionei a mesa em que costumava ficar.

-Vim agradecer por ter deixado eu ficar estudando até tarde -disse dando um abraço no mesmo. Não éramos tão próximos antes deu começar a frequentar a mesma quase todos os dias.

-Tudo pela minha neta preferida -respondeu me fazendo um carinho na cabeça. Eu era a única neta que ele considerava.

Fui em direção aos livros de romance e escolhi um para ler, me sentando na minha mesa habitual. A relação de meu avô com o resto da minha família era precária, a muitos anos ele brigou com os filhos já que nenhum queria cuidar da biblioteca com ele. Ele insistiu de mais e minha família se importou de menos, a anos não o víamos mais no natal ou em qualquer festa que fosse.

Quando descobri que ele era meu avô foi bem engraçado, nos já éramos amigos por conta das minhas vindas e ele sempre indicava livros. Mas na primeira vez em que quis levar um livro para casa e tive que falar meu nome inteiro, era como se fosse a primeira vez em que nos conhecêssemos. Eu era uma criança na época então não é como se a nossa memória fosse tão ruim para não nos reconhecermos, mas a real é que foi isso mesmo que aconteceu.

Hoje em dia nossa relação é muito boa e somos muito próximos, até da namorada dele sou amiga. Mas meu avô nunca se importou em perguntar sobre o resto da família e eu também nunca insisti na conversa; a briga foi mais feia do que parece.

——————————— mais tarde

No caminho de volta para casa o por do sol se fazia presente, minha casa não era tão longe da faculdade mas hoje era dia de ir visitar meus pais para uma costumeira reunião de família. Meus pais tinham acabado de se mudar depois que finalmente meu irmão foi morar com a noiva. O lugar ainda era novo para mim mas sei que conseguiria encontrar, meu senso de direção era ótimo.

O vagão se encontrava mais vazio que o normal, um gato entrou e se sentou ao meu lado fazendo pouco caso.

-Bom dia gato -disse e provavelmente me achariam louca se tivesse alguém por perto. Ele olhou na minha cara, bocejou e se deitou como se não tivesse me escutado.

Fiquei o observando pensando se deveria fazer carinho ou não, minha mãe dizia que gatos eram responsáveis pelos espíritos de pessoas boas que morreram de forma trágica, como uma espécie de reencarnação. Quando estava chegando na minha estação vi o gato se espreguiçando para sair, se ele estava indo para o mesmo lugar que eu, eu teria que segui-lo. A porta abriu e o gato saiu em passos rápidos, comecei a segui-lo pela avenida e ele estava indo até o bairro residencial mais afastado que consequentemente era onde tinham me instruído a ir. Enquanto esperava para atravessar o gato sumiu.

O fio que nos ligava - LeitoraXTsukishimaOnde histórias criam vida. Descubra agora