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(Esse capítulo é um extra, da visão do Tsukishima)

Deixar ela ir era uma das coisas que minha mente mais me maltratava. Eu a amava, mas não podia deixar que ela realizasse seu sonho tendo parte de sua mente presa aqui.

Minha única opção era terminar (o que nem começou direito), e eu realmente me esforcei muito para não desmontar ali mesmo, implorar para ela ficar e dizer que a última coisa que me arrependia era de ter falado que a amava.

Minha avó com seu jeito sútil veio me visitar e falar que eu estava certo, mesmo dando a entender claramente que aquilo tudo também a havia magoado.

Mas não tinha jeito, se prolongássemos só iríamos nos magoar. Eu nunca, realmente fui inseguro comigo mesmo, mas sabia que as vezes ela se encantaria com algum pintor que a inspiraria a fazer muitos quadros... assim como eu um dia inspirei.

E droga, desde o meu trabalho até a casa da minha avó, tinham quadros dela. Como iria esquecê-la?

Yamaguchi, as vezes, vinha em casa me dizer o quão idiota eu era, mas também me consolava. Acabei me focando mais no vôlei depois que ela foi embora. No trabalhado evitava olhar para a sala de quadros que continuavam expostos e chamando a atenção de todos. Ela era uma artista incrível e voltaria ainda melhor...

Toda aquela situação me irritava, eu queria saber como ela estava, como era a Itália pelos olhos dela, se já havia conhecido alguém, me esquecido, mas ninguém tocava no nome dela quando nos víamos.

Acho que o que mais me irritou foi Jackson me olhar com desdém, quando veio me entregar o agasalho, que até então estava com (s/n), deixou bem claro que não iria me perdoar tão cedo por magoar sua amiga.

Nem eu iria me perdoar tão cedo.

As vezes me pegava olhando as fotos que tiramos na formatura, na maioria (s/n) estava curvada para que a frase de seu chapéu aparecesse; Ela com certeza honrou o filme que tanto amava. Tinham fotos dela em cima da caçamba quando começou a tocar David Bowie, também não pude deixar de sorrir com a última, éramos nós na lanchonete em que falamos que nos amávamos. Mas a última sem dúvida era a que fazia meu coração bater mais rápido, uma foto em que tiramos no dia seguinte da sua exposição.

Naquele dia eu jurei a amar para sempre, mas o para sempre durou menos do que esperávamos. Se desfez sem mesmo se concretizar.

Depois de alguns meses nosso grupo se separou um pouco, afinal o que juntava Jackson, Akaashi e Bokuto de Yamaguchi e eu era a (s/n); a única que continuava neutra era Yachi.

O tempo foi passando e a dor que meu coração carregava também. Ainda pensava em ir atrás dela na Itália, mas poderia pagar de idiota apaixonado e encontrar ela já com outro; essa ideia me assustava. Eu nem teria esse direito, fui eu que resolvi acabar com tudo mesmo ela querendo tentar algo a distância.

Fui um idiota.

Eu me esquivava de tentar conhecer novas pessoas, as vezes ainda pensava nela antes de dormir ou quando perdia algum jogo de vôlei e por coincidência estava chovendo na hora de ir embora.

Aquele dia ainda estava marcado na minha memória, assim como a maior parte dos outros.

Eu não entendia o amor, nunca entendi. No ensino médio quando Yamaguchi falava da Yachi, eu não entendia, não entendia como você poderia se tornar tão dependente de uma pessoa. Até eu entender como era, deixei ela entrar na minha vida, cativar meu coração e me fazer feliz.

Eu ainda me perguntava se algum dia, caso ela voltasse, iria a ver de novo e se iria me perdoar. Provavelmente ela me odiava, mas não a julgo, eu também me odiaria.

De qualquer forma, iria seguir enfrente. Precisava tentar voltar a viver como não fazia a um tempo, já havia esperado muito tempo para tomar essa decisão.

—————————————

Bom dia gente! Vim instigar um pouco mais a tristeza de vocês:)

Esse capítulo foi mais curto mas importante para vocês verem como Tsukishima estava/esteve se sentindo.

Obrigada para quem leu até aqui :)
O próximo já é o último!

O fio que nos ligava - LeitoraXTsukishimaOnde histórias criam vida. Descubra agora