5. Vulnerável

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Sou vulnerável às menores bobagens, às mínimas palavras ditas, a olhares até, e, sobretudo, a imaginações.

Quando a primeira aula terminou, Namjoon saiu da sala o mais rápido que conseguiu, ignorando os chamados de seus amigos

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Quando a primeira aula terminou, Namjoon saiu da sala o mais rápido que conseguiu, ignorando os chamados de seus amigos. O garoto desceu os lances de escada até o térreo quase correndo, sem medo de cair no meio do percurso ou derrubar alguém.

Ele só queria se manter o mais longe possível daquela sala.

Namjoon misturou-se a outra turma que se dirigia ao campo para a aula de educação física para não ser notado pelo professor de inglês que vinha no fim do corredor e era justamente sua próxima aula.

De fora do prédio, ele apertou o passo em direção ao prédio vizinho, onde entrou pela porta dos fundos e subiu os lances de escada rapidamente. Ao passar pela porta que levava ao telhado ele sentiu poder respirar direito.

Aquele era o único lugar no colégio onde ninguém o encontraria visto que a passagem ficava escondida em uma parte do prédio que passava sempre despercebida pelos alunos. Nem mesmo seus amigos sabiam do lugar e ele preferia assim, era sua melhor opção quando precisava ficar sozinho.

Namjoon sentou-se no chão encostado a uma parede e segurou a mochila como se fosse uma almofada, apertando-a em seus braços e apoiando seu rosto na mesma.

Um...

Dois...

Três...

Sua mente contava os números em sincronia com seus lábios trêmulos que sussurravam o mesmo. Era sua forma de se ajudar quanto não conseguia se acalmar, pensar ou focar em nada. Repetir aquilo por um tempo fez com que gradualmente, sua respiração irregular foi se estabilizando até voltar ao normal.

Tudo bem.

Havia sido só o início de algo e ele soube controlar melhor do que as outras vezes em que passou a mesma situação. Namjoon afrouxou o aperto na mochila e respirou fundo, apoiando sua cabeça na parede atrás de si e fechando os olhos.

Ele não queria uma nova crise. Não depois de três meses sem elas.

Vim da Itália para a Coreia recentemente. Tenho dezoito anos... Meu nome é Kim Seokjin e espero que possamos nos dar bem.

As palavras do aluno novo surgiram outra vez nos pensamentos do Kim. O cabelo escuro, os olhos grandes, os ombros largos, a voz, a expressão séria. Tudo naquele estranho de rosto conhecido levava Namjoon a pensar nele.

Quem era? Por que ele tinha o mesmo rosto de Kim Seokjoong? Poderia ser, na verdade, o próprio Joong? Mas por que mudar de nome? Sem memória talvez?

Eram tantos questionamentos circulando sua mente bagunçada. A única resposta realmente plausível era ser um irmão gêmeo, mas Namjoon não conseguia acreditar. Namorara Seokjoong por um ano e nunca ouvira falar de um irmão, nas poucas vezes que viu o senhor Kim também não ouviu o homem mencionar outro filho. Quando ia à casa deles as únicas fotos eram de ambos juntos.

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