Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada.
Por volta das 19:55 da noite, o táxi deixou Seokjin em frente a seu novo inferno pessoal.
A noite estava um pouco fria, mas nada extremo. Ainda era primavera na Coreia e na Itália também e ele agradeceu por isso, não saberia lidar bem se tivesse que passar por uma mudança drástica de clima.
Apesar da pouca iluminação disponível na rua, ele ainda pôde ver a casa onde vivia antes de se mudar para a Itália.
Mesmo não lembrasse muito — pois era uma criança quando foi embora —, sua mãe tinha algumas fotos daquela época e a casa continuava quase idêntica. Segundo a mais velha, o senhor Kim era totalmente contra mudanças drásticas e provavelmente manteria a residência daquele jeito o resto da vida.
Seokjin aproximou-se do portão entreaberto e o empurrou, entrando no jardim da casa puxando suas malas junto. Só duas luzes permaneciam acessas no jardim, ele mal podia enxergar tudo que estava a sua volta.
O senhor Kim — como ele gostava de enfatizar ao falar do pai — havia dito que a chave seria deixada pela funcionária da casa, escondida do vaso de rosas na frente da porta principal. Seokjin precisou ligar a lanterna do celular para conseguir achar a tal chave.
Ainda se guiando pela luz que vinha do celular, ele abriu a porta e entrou na casa buscando os interruptores. Luzes acessas, ele voltou ao lado de fora para fechar o portão e pegar suas malas.
Já no imóvel, Seokjin sentiu falta de casa no mesmo momento. Como esperado, seu pai era um homem frio e o interior da residência também passava essa imagem aos que entravam nela.
As paredes eram revestidas de branco, preto e tons de cinza próximos ao chumbo. Os móveis também possuíam tonalidades escuras, uma televisão grande estava fixa na parede a frente do sofá e, abaixo dela, o que parecia ser uma lareira elétrica.
No canto próximo à janela um piano parecia decorar o ambiente assim como as obras de arte dispostas pelas paredes. Seokjin lembrava vagamente daquele piano em sua infância curta naquela casa, sua mãe amava música e o tocava sempre que podia. Estava surpreso com o instrumento ainda se encontrar na casa.
A escada de vidro tinha baixo dela um espaço e um corredor, que quando passou por ele, o jovem Kim descobriu levar para a cozinha.
Não tão diferente da sala, o cômodo também mantinha os padrões de cores escuras, era bem espaçosa e acomodava até mesmo a mesa de jantar, que através da parede toda de vidro, tinha vista para o jardim de trás onde ficava a piscina.
O cômodo também possuía duas portas, uma que estava aberta e eram visíveis os eletrodomésticos de lavanderia, e a outra que Seokjin supôs ser a dispensa dos alimentos.
Fazendo o caminho de volta, ainda havia mais duas portas naquele espaço embaixo da escada. O jovem Kim abriu a primeira e viu o que devia ser o escritório do senhor Kim, a segunda era um banheiro.
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Real Me
Fanfiction[EM ANDAMENTO] 🍃 Após viver por anos na Itália, Seokjin estava prestes a voltar para seu país de origem. O último ano do colegial tinha tudo para dar certo, exceto pela ideia repentina de seu pai de passar um tempo com ele após a morte de seu irmã...