Chapter five

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06 de abril de 2018. Dacar, Senegal. ㅡ Diarra point of view. 08:53AM.


Existem duas formas de acabar com algo: batendo de frente ou com estratégia. Numa é necessário força e na outra inteligência. E convenhamos, eu sempre fui ótima nas duas.

Confesso que nesses últimos dias eu estava mais mole que manteiga fora da geladeira, estava assustada e sem rumo coisa que só me aconteceu quando eu era uma criança recém chegada no orfanato da cidade, eu estava indefesa.

E ontem eu fui dormir depois de um choque de realidade.

Eu estou no meio de coisas que até dias atrás eu não acreditava na existência, mas eles existem.

Niall, o único que eu confiava desapareceu. Céu, inferno, Noah, Zayn, Mãe biológica, Harry, bruxas, monstros... Chega de agir como uma menina indefesa diante de tudo.

Eu não sei como Diarra Sylla Morgnistar era, ela se apagou dentro de mim há 14 anos atrás mas eu sei exatamente quem era Sophie Labonair, ela era insuportável, um verdadeiro escândalo, além de claro ser muito inteligente e bonita.

Durante esses dias eu não fui nem Diarra e nem Sophie, mas a partir de hoje eu vou ser quem eu preciso.

IInfelizmente tenho que ser o quem preciso porque porra, eu sou uma bruxa Sylla e para completar eu sou a filha do Diabo. E não tem como fugir disso, eu já suportei merda demais dessa vida e apesar de eu ter usado tudo isso como combustível para continuar seguindo em frente, apesar da raiva ter me consumido isso me fez ser mais durona, me fez ser mais esperta e agora mais que nunca não vou deixar ninguém ficar no meu caminho.

É... acho que o ditado certo é: “A raiva move montanhas”

Entro na cozinha e vejo Léah mexendo nas panelas, a propósito Léah é o nome que descobri ontem ser da minha mãe.

ㅡ Bom dia! – ela deseja e põe um prato na minha frente.

ㅡ Eu tenho um dúvida... ontem você disse que se ligou a mim, mas também disse que tomou um veneno que te fez “dormir". Se estamos ligadas, por que eu não morri quando você tomou o veneno? – ela sorri e se aproxima.

ㅡ Andou estudando o grimório da família? – Concordo. – Bom esse feitiço de ligação não está no grimório fui eu quem criou e não deu tempo de anotar. Como eu disse ontem, eu me liguei a você na intenção de canalizar seu poder para me deixar mais forte. Então eu conectei nossas mentes com o feitiço que criei e fiz questão de fazer com que isso não te prejudicasse. E como nossas mentes estavam ligadas quando eu tomei o veneno, além de ter muito poder fluindo pelo meu corpo eu tinha você sendo o meu laço com a vida, a minha mente estava vagando em um espaço que eu criei, meu cérebro ainda funcionava fazendo com que meu corpo não parasse totalmente. Consegue entender ?

ㅡ Por incrível que pareça eu entendi sim. Ao que tudo indica você tem talento extremo para magia.

ㅡ Claro que entendeu você é...  – ouvimos o barulho da porta da entrada. – Deve ser o Noah.

Levanto e vou até a sala vendo o anjo e em seguida Zayn descendo as escadas.

ㅡ Que bom que não precisei marcar uma reunião. – digo ácida. – Está na hora de eu esclarecer algumas coisas. Eu estou no comando agora.

Zayn ergue as sobrancelhas com deboche e cruza os braços.

ㅡ Que merda você usou antes de dormir?

ㅡ Zomba mesmo Zayn, você não sabe fazer nada além disso, não é? – ele trinca o maxilar e logo em seguida bufa. ㅡ Estou tomando as rédeas da minha vida, já fazem dias que eu só sei agir como uma fraca, mas acabou. – Léah suspira.

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