Chapter 1

172 32 76
                                    

30 de março de 2018.ㅡ Dacar, Senegal. 12:29


O clima quente e acolhedor da cidade é uma das poucas coisas que gosto, hoje o dia está extremamente radiante, há crianças brincando na rua, os feirantes estão animados e o fluxo de pessoas circulando pelas ruas também está alto.


Atravesso a rua com desânimo impregnando no meu corpo, noto que algumas pessoas me lançavam olhares penosos. Como se eu precisasse da pena deles.


Viro a rua e observo as lindas maçãs expostas na frente do mini mercado do Dock.


Minha fruta preferida.


Entro no mercado e do caixa Dock me deseja bom dia, sorrio fechado em resposta e pego uma sacola voltando rápido até as maçãs.


Depois de pega-las, vou até o caixa, pago e saio porta a fora.


Algumas pessoas ainda me olhavam com dó no decorrer do caminho, já estou de saco cheio.


Já fazem algumas semanas que estou pensando em ir embora de Dacar, ao que parece não tem mais nada Aqui para mim a não ser migalhas de uma vida fracassada.


Entro em uma loja de ervas e vou até a mulher encostada no balcão.


Ela me olha de forma estranha e melhora sua postura.


ㅡ Em que posso te servir minha jovem?


ㅡ Estou procurando por algo que me faça dormir, e antes que me pergunte, não. Os remédios da farmácia não estão fazendo efeito. Um colega disse que você poderia me ajudar com isso.


ㅡ Sente-se. – ela indica a cadeira e eu sento contra gosto. – Por que exatamente não consegue dormir?


Olho para mulher a minha frente e penso que foi idiotice minha ter vindo aqui, sei o que dizem dela pela cidade, e apesar de não acreditar nos boatos, eu estou desesperada por uma boa noite de sono.


ㅡ Pesadelos... Não sei explicar.


ㅡ Ah não se acanhe Sophie Labonair. – meu nome sai de forma irônica de seus lábios. – Algo relacionado aos seus pais? – outra vez ela soa irônica


ㅡ Não te interessa.– retruco. – Pode me dar a porcaria das ervas de uma vez ou não?


Ela me analisa e abre um sorriso.


ㅡ Eu sei quem você é, desde que você passou por aquela porta eu vi o seu passado e o seu futuro. ㅡ alô manicômio.


Um riso seco escapa de mim e a mulher me olha com mais seriedade.


ㅡ Não acredito em você, é só uma charlatã  tentando arrancar dinheiro de mim. – Me levanto pronta para ir embora.


ㅡ J'ai vu comment tu meurs. – congelo no lugar processando o que ela disse.

Eu vi como você morre.


ㅡ menteur! – retruco a chamando de mentirosa saio da loja batendo a porta com força.


Essa mulher é pirada.

The Prophecy Onde histórias criam vida. Descubra agora