Capitulo 16

538 47 1
                                    

Terminei de guardar minhas coisas na mochila pra ir para casa. Já tinha assistido todas as aulas e agora eu iria para casa. Eu estava sozinha na sala de aula, e meu ânimo estava uma bosta.

Eu estava tão estranha, não sei como eu me sentia nesse exato momento. Eu só não estava de bom humor. Não queria fazer nada, eu só queria ir pra casa e dormir até esquecer tudo.

—Toni, aleluia que eu te encontrei, estava te procurando na escola inteira.

Me virei, encontrando Verônica com uma mão na porta, deixando ela aberta. Eu sorri fraco, e peguei minha mochila, jogando a alça no meu ombro . Comecei a caminhar em sua direção.

— Encontrou. -eu disse baixo.

— Nossa, aconteceu alguma coisa? -ela franziu a testa, se aproximando de mim. Eu balancei a cabeça, olhando pra baixo, e me aproximei mais, abraçando Verônica. Ela me apertou mais forte, alisando meus cabelos. —O que aconteceu Toni? Fala pra mim.

O tom dela era preocupado , mas ela não parou de me abraçar, me permitindo ficar mais um pouco em seu ombro.

— Eu estou extremamente fodida, Verônica. -deixei uma lágrima descer pela minha bochecha. —Eu não sei, eu estou gostando de uma pessoa, mas essa pessoa ... -me afastei, ficando de frente pra ela, respirando fundo. —Essa pessoa não gosta de mim.

Ela alisou meu rosto, secando algumas lágrimas persistentes, eu fechei os olhos.

— Que isso Toni, é lógico que essa pessoa também gosta de você. Já se olhou no espelho? Você é perfeita. -eu abaixei o rosto, ela o levantou com os dedos. — inteligente, delicada, super amiga, gente boa... Essa pessoa seria uma idiota se não gostasse de você.

Verônica sorriu, me fazendo abrir um sorriso triste. Ela era uma super amiga. Antes de eu falar alguma coisa ela continuou;

—mas deixa eu te contar uma coisa que talvez te anime. Eu estava te procurando pela escola, pra saber que você quer ir comigo e uma turminha pra praia? Vamos fazer uma fogueira lá, aproveitar que já está escurecendo,depois a gente vai pra casa. Que tal?

— Aí Verônica, não sei, acho melhor eu ir pra c-

— eu não estou perguntando nada, Toni. Aliás, vai te tirar desse posso vamos. Vamos logo, que eles estão nos esperando.

Verônica saiu me puxando pela mão corredor a fora. Seria até bom, sair um pouco pra esquecer um pouco os problemas.

Depois de alguns minutos já estávamos no pátio. Verônica me guiou até a rua da escola. Suspirei quando vi quem era a tal "turminha" que iria. E lá estava, as amigas de Cheryl, Cheryl, umas duas meninas que não conhecia, Reggie, Kevin, e Chic.

— pronto, achei a Toni. Agora podemos ir. -Verônica disse animadamente.

Eu sorri fraco olhando pra todos. Meu olhar e o de Cheryl se cruzaram, mas eu logo abaixei a cabeça.

— Vamos então. -ouvi a voz do Reggie. —Cheryl, Josie e Chic vão no meu carro.

— Betty vai comigo. - Kevin disse.

—Eu, Camila e Lauren vamos no carro da Toni, tudo bem Toni? - Verônica perguntou pra mim.

Eu balancei a cabeça tentando afastar meu pensamentos sobre uma certa pessoa, e olhei pra Verônica.

— Só se todas se comportarem, meu bebê não é bagunça. -eu disse seria balançando a cabeça, elas riram.

Do que ela estavam rindo? Eu estava falando serio. Não queria olhar pra frente mas assim fiz, vi Reggie agarrando Cheryl, falando alguma coisa no ouvido dela. Menino grudento, eca.

Nos acertamos e cada um foi pra cada carro. Verônica foi do meu lado, e as duas meninas atrás. Verônica combinou que meu carro iria na frente, pra ela nos levar a uma praia que ela adorava.

Depois de alguns minutos já estamos na praia. Eu não corria, e nem andava devagar. A velocidade estava legal. As meninas atrás de mim conversavam, e Verônica cantarolava junto com a música do rádio.

— Vira a esquerda , daqui uns dois quilômetros. -Verônica me avisou, e eu assenti.

Depois de virar à esquerda, finalmente entramos em uma rua de chão. A maravilhosa maresia da praia já estava no carro. Paramos em meio fio, que ficava perto de alguns postes de luzes. Aquilo estava deserto. E quase não dava para ver nada. Mas até que não era longe, foi só duas horinhas da escola.

Sai do carro, acompanhada das meninas. E logo os dois carros encostaram ao lado do meu. Cruzei os braços olhando pro mar, que quase não dava pra ver, mas o barulho das ondas era alto. Me encolhi um pouco, não tinha trago nenhum casaco, e estava frio.

— Kevin, pega as lenhas pra fazermos uma fogueira ali.

Verônica disse apontando pra areia, mais perto do mar. Eu tranquei meu carro, e tirei meu sapato, pra andar na areia. Mordi um lábio, reprimindo um sorriso. Ali era tão bonito, os coqueiros balançavam por causa do vento forte.

Olhei para a praia, e parece que um casal teve a mesma ideia de Verônica, eles estavam com uma fogueira acesa e uma barraca montada um pouco longe de nós. Isso seria bom, ficar com uma pessoa que gosta aqui. Pena que eu nunca irei ter essa pessoa.

Balancei a cabeça e comecei a caminhar pela areia, indo até a beirada dor mar. Quando encostei meu pé na água, um calafrio percorreu meu corpo, estava um gelo. Me afastei um pouco da água e sentei na areia, paralisada por alguns minutos olhando para o mar. Me abracei tentando inutilmente me esquentar.

— Baby, vem pra fogueira. -Verônica gritou.

Me levantei e caminhei até lá. Pelo menos me esquentaria um pouco. Eu estava com os pensamentos tão longe sentada na areia que nem vi que eles já estavam em rodinha em volta da fogueira. Tinha algumas garrafas de bebidas alcoólicas por ali, biscoito e refrigerante.

Me sentei ao lado de Verônica e Camila, que ficava de frente ao mar. Uma brisa gostosa fazia meus cabelos voarem. Chic e a amiga morena de Cheryl estavam abraçadinhos de um lado. Kevin e a outra amiga de Cheryl também estavam abraçados, Reggie e Cheryl não quebraram a corrente e também estavam abraçados, mas, bem na minha frente.

Alguns conversam e eu só fitava o fogo na minha frente, aproximando minhas mãos pra me esquentar. Lauren tinha trago o violão e cismou de cantamos. Ela começou a tocar e todo mundo cantava uma música divertida. Comecei a beliscar algumas comidinhas. Me levantei e fui pegar refrigerante. Coloquei um pouco no copo descartável e dei um gole.

— Baby, sua vez de cantar. - Verônica disse me olhando, e eu quase engasguei.

Ela queria que eu cantasse na frente de todos? Oi?

— Tô sem prática, deixa que Lauren continue, ela toca e canta bem.

Eu articulei com as mãos. Eu nunca perderia a prática com o violão e cantar, mas eu não gostava de cantar na frente de outras pessoas. Muito menos na frente de Cheryl que estava ali me olhando fixamente. Verônica negou com a cabeça.

— Senta aqui e vamos logo, quero ouvir sua voz. Estou com saudades.

Ela deu batidinhas na areia, e eu me sentei do seu lado. Droga. Ela já tinha me ouvido cantar uma vez só, na minha casa, mas já fazia tempo.

Lauren passou o violão pra mim, e todos estavam com os olhos sob mim. Respirei fundo pensando em alguma música, mas era quase impossível pensar direito sob pressão.

Mas então me lembrei de uma música que eu estava viciada. Ela meio que me parece que foi feita pra mim, então posicionei o violão em cima da minha perna e comecei a tocar, para logo depois cantar.

Say You Love Me - CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora