𝟏𝟒 • 𝒗𝒊𝒂𝒈𝒆𝒎

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Christopher Uckermann:

Da mesma forma que ontem, hoje acordei com uma felicidade incomum. Não sou o tipo de pessoa que acorda rabugento, longe disso, porém apenas costumo acordar numa vibe mais tranquila e não com alegria estampada. Tenho a leve impressão de que isso tenha relação com meu encontro com Dulce, há dois dias.

Levantei-me, indo em direção ao banheiro fazer minhas higienes e tomar banho para despertar de vez. Hoje não iria meditar pela manhã, apesar de ter acordado mais cedo; decidi fazer isso somente ao voltar para casa depois das gravações. Sendo assim, fui preparar meu café da manhã. Iria fazer também para Dona Alê, mas quando cheguei à cozinha, minha mãe já estava voltando para seu quarto, ainda de pijama.

Peguei os itens que precisaria e foquei em preparar tudo. Enquanto esperava o café ficar pronto, encostei-me na bancada lembrando do meu encontro com Dulce. Como fomos para seu loft, resolvi cozinhar para ela. Sei que ela adora macarrão, então preparei um com molho branco, harmonizando com um vinho que havia comprado e deixado no meu carro. Dul disse que me ajudaria no preparo da comida, porém passou mais tempo sentada me olhando do que realmente auxiliando.

Estou reclamando? Jamais. Saber que, de alguma forma, ela se perde quando me observa, realmente me deixou empolgado. Até porque o mesmo acontece comigo em relação a ela. Nunca pensei que um simples primeiro encontro, em um loft, seria tão especial.

Apesar de preferir a simplicidade, só compartilhava de momentos assim com alguém depois de um certo tempo saindo com a pessoa. Definitivamente, foi marcante ver seus olhos brilhando e o sorriso tão lindo em seu rosto durante o...

— Filhote! – minha mãe volta para a cozinha, tirando-me das minhas lembranças – Só vim avisar que vou sair agora, comprarei algumas frutas que estão acabando e aproveito para passear.

— Tudo bem, tenha cuidado, ok? Depois de comer vou me arrumar para ir à Netflix. – ando em sua direção para lhe abraçar e volto para a bancada.

— Só não vá queimar minha cozinha. Estava aí no mundo da lua, o café já está pronto. – ela apontou para a máquina piscando, sinal de que havia terminado. Eu estava tão imerso lembrando de Dulce que sequer percebi.

Continuei a preparar minha refeição e sentei-me à mesa para comer. Enquanto isso, lembrei da conversa que tive com Annie, explicando meu atraso. Esse assunto era algo que eu preferia manter em sigilo das outras pessoas, principalmente por ser famoso e estar sujeito a ter informações repassadas para a mídia.

Poncho falou comigo antes, contou que havia dito para Anahí, mas omitiu um detalhe: Bel. Eu confio bastante em Annie e Alfonso, sei que posso confidenciar esse assunto para eles tranquilamente. No entanto, meu amigo preferiu não citar Bel para Anahí, já que as duas nunca se deram bem. E isso vem desde a época em que Poncho e Bel namoraram – inclusive, foi o único relacionamento sério que ele teve.

Agora não importava se Annie sabe ou não do envolvimento de Bel nessa história. Os três estão me ajudando nisso e apenas eles sabem o que realmente está acontecendo. Prefiro que continue assim.

Acabo de comer e checo as horas, notando que ainda estava cedo para ir à Netflix. Volto para meu quarto, terminando de me arrumar e decido ficar um pouco no sofá mexendo no celular.

Mais uma vez penso no encontro com Dulce. A minha intenção era levá-la ao restaurante que costumamos ir. Por ter uma área mais reservada, não teríamos que nos preocupar com as outras pessoas. No entanto, ela sugeriu que fôssemos para casa de um dos dois.

Por estarmos começando, ainda nos conhecendo melhor, concordei; é melhor ter essa cautela em relação às outras pessoas e à imprensa. Sendo veterano nesse meio, sei como a mídia pode ser invasiva, então o mais prudente seria não nos encontrarmos em público, pelo menos agora no início.

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