S E V E N

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Após ler dez páginas eu me cansei e saí do convés descendo até ao quarto de Hongjoong. O mesmo se encontrava agora com a porta encostada, então eu simplesmente entrei, vendo que o mesmo estava mudando de roupa, mais precisamente tentando abotoar uma camisa, mas acredito suas mãos não estejam para isso por ainda terem ferimentos.

— Quer ajuda?

— Não precisa. — Coloquei o livro de lado e fui até ele, tirando suas mãos da roupa e começando a abotoar sua camisa. — Eu disse que não precisava.

— Eu sei que você é teimoso. — Após terminar de abotoar lhe dei um selinho, mas foi só dado da minha parte, ele não retribuiu como costuma retribuir. — Você não é assim Joong.

— Eu disse que não precisava de ajuda.

— Não estou falando disso.

— Não estou diferente.

— Está estranho. Não retribuiu meu selinho.

— Eu não sabia que ia dar selinho.

— Eu te conheço, Hongjoong.

— Eu sou menos que ele? — Sua pergunta me fez arregalar os olhos, ele está mesmo com ciúmes. — Só por ele ser mais alto? Mais bonito mesmo com idade já avançada? Vais musculoso? Mais filho da mãe? Eu sou o Hongjoong Gancho, mas sabe porque não lhe faço frente? Pois você é o meu ponto fraco e eu quase te vi morrer para a Uma, não vou deixar para aquele imundo.

— Porque você está com ciúmes?

— PORQUE ELE É UM HOMEM!

— Seus tripulantes também são. — Falei baixo após ele ter levantado a voz. Compreendo que ele esteja alterado, mas não precisava gritar comigo.

— Você diz bem, MEUS TRIPULANTES.

— Não grita comigo, por favor. — Me afastei um pouco dele, pois já estava começando a ficar com medo, sendo que nunca lhe mostrei algum medo, sem ser das vezes que ele me apontou o gancho, isso quando nos conhecemos.

— Não queria te colocar medo.

— Se você acha que eu vou te trair com um capitão que eu nem sabia que existia, você está enganado, eu te amo e não sei como você consegue pensar nisso. Você tinha ciúmes do Yeosang, então não pode falar que com seus tripulantes é diferente. Pensava coisas absurdas sobre San cochichar com Wooyoung. Você é ciumento, eu compreendo que tem medo pois já passou por uma traição, mas eu já deixei claro que não vou te trair, não vou chegar ao ponto daquela vaca que eu tive que encarar quando estávamos em solo.

— Não chama ela assim.

— Pensa que eu também não penso que você pode querer voltar com ela? Olha que ela parecia querer você de volta.

— Por mais que eu odeie ela pelo que me fez e tenha vontade de esganar, eu compreendo, o destino não foi feito para nós.

— Mas se eu te traísse? Seria igual?

— Não. Pois eu te amo.

— Então compreenda que eu sinto igual. — Virei costas quando senti meus olhos marejados, não queria chorar, eu sei que ele provavelmente estava brigando comigo, mas eu não queria chorar, eu não queria mesmo. Chorar é um ponto fraco meu, e quando eu choro, eu desmorono por total.

Senti os braços de Hongjoong rodearem-me pelos ombros numa forma de abraço. Não me mexi, não podia me render assim.

— Não devia ter gritado.

— Você tem que compreender que eu sou sensível a brigas. Você sabe muito bem o que eu passei e o que eu vi.

— Eu estou com ciúmes do Capitão Jeon, eu não confio nele e não quero que ele toque em você. Ou melhor, eu não quero perder você.

— Você não vai perder.


— Jeon Jungkook P.O.V —

Voltar aos mares é incrível. Não sei como não fiquei até apodrecer naquela prisão, mas pelo menos já sei o que é respirar ar puro, um ar marítimo, o meu preferido.

— Capitão, nós temos mesmo de nós juntar ao ATEEZ? — Um dos tripulantes da antiga Given-Taken perguntou.

— Quando vocês forem mais importantes no meu barco, eu explicarei o que está rolando, no entanto, só a Tripulação Wings tem acesso a essas informações.

— Não vai nos matar, pois não? É que se eu falar, provável que me mate.

— Não tenho paciência, retire-se.

— Mas porque quer tanto o ATEEZ?

— EU DISSE PARA SAIR SEU IMBECIL. — Me levantei gritando e apontei uma pistola contra ele.

— E-Estou me retirando, m-me perdoe por falar.

— Volte ao seu trabalho. — Quando ele saiu da minha sala privada, Namjoon, o mais inteligente do braço, entrou com algo nas mãos.

— Tem aqui uma mensagem para você, estou de saída. — Atirou a garrafa para minhas mãos e eu rapidamente tirei, lendo a mensagem que tinha escrito no papel.

— Nada de interessante. — Amassei aquele papel e joguei em qualquer canto do pequeno cómodo, voltando a analisar os mapas, precisaria de roubar algo, um roubo histórico.

Agora que tenho a tripulação do ATEEZ do meu lado, poderei ter mais que eles, pois eles ainda são o barco mais rico, mas eu sou o capitão mais temido desde que saí da prisão. Eu voltei para ficar.

— Hongjoong P.O.V —

Sentia raiva, raiva por pensar coisas que não devia pensar. Raiva de pensar que minha namorada poderia me trair, sendo que ela deu sua lealdade até agora, nunca se meteu com os membros mesmo que um seja irmão dela, ela sempre me provou que me ama como eu sou.

Não compreendo porque meu corpo que age assim, mas eu estou com ciúmes, com ciúmes daquele velho imundo a que consideram o maior problema dos mares a seguir ao Capitão Zico e Capitão Gancho. O pior por ter sido preso.

Eu podia arriscar a minha vida, sim podia, mas não posso pensar só em mim. Além que seria humilhante morrer nas mãos de Jeon Jungkook. Eu sou o Hongjoong Gancho, não quero tamanha humilhação.

E muito menos perder quem eu amo, já me bastou antes, para uma traição.

Imagina perder, por acaso, para a morte.

Treasure | kim hongjoong (2.ª temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora